Capítulo 46

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Cauã

Maria parecia discutir com alguém ao telefone encostada na porta do meu quarto, e eu já fazia ideia do assunto.

- Que merda, eu preciso de mais alguns dias! - Aumentou o tom de voz ao telefone - Eu sei que já adiei uma vez, mais eu- - Ela pareceu ser interrompida e ficou em silêncio por alguns instantes -ok. - disse por fim, desligando o celular em seguida -

- O que foi? - me sentei na cama com um pouco de dificuldade, sentindo meu estômago arder. Mesmo fazendo uma semana desde que saí do hospital, minha movimentação ainda era limitada -

- Tenho que voltar pra São Paulo em no máximo dois dias. - disse brava, se sentando no chão ao lado da enorme mala que ela tinha trazido -

- Fica suave.

- Eu vou resolver isso tudo, prometo. - disse tentando arrumar toda a bagunça da mala para colocar mais roupas - Tenho que arrumar as coisas das crianças, merda. - bufou coçando a cabeça, parecendo exausta e sobrecarregada -

- Acredito em você, sei que vai dar um jeito. Mais Maria, eu juro por tudo qe existe de mais sagrado, eu não consigo ficar longe dos meus filhos, não mais! - Falei serião, sentindo até vontade de chorar só de pensar na possibilidade das cria longe de mim. - Não consigo ver você levando eles embora de novo.

- E você quer que eu faça o que? Deixe eles aqui? Cauã isso não é lugar para crianças! O Rio é muito perigoso, você não sabe nem trocar fralda direito, e todo mundo sabe que os filhos sentem necessidade de ficar perto da mãe! - Gritou comigo -

- Por que tá gritando comigo? Eu sou pai deles, eu sei muito bem cuidar dos meus filhos!

- Sabe como foi difícil ficar longe do Kyan! - chorou -

- Você também sabe como foi difícil ficar só com o Kyan! - Não suportava ver ela sofrendo, me contorcia todo, mais não podia voltar atrás, se meus filhos ficassem, posteriormente seria ela. - Maria...

- Você tá certo. - pareceu lamentar em falar essas palavras - Nos tomamos decisões juntos, somos adultos, você não é mais nenhuma criança, sabe cuidar dos seus filhos, estamos juntos, você é o pai, não tem porque eu não concordar com isso! - chorou - Mais dói tanto... - colocou as mãos no rosto chorando -

...

- Sabe que a Ryllary é meio enjoada, não é pra bater Cauã! - me dava as últimas instruções antes de ir -

- Ela é a sua cópia, já sei!

- O Júnior é meio louco das idéia, se esse menino tiver sozinho ele desaba tudo!

- Minha cópia né. - eu ri -

- Sabe que o Ryan e o Kyan amam dormir e são os mais quietinhos, mais durante o sono da tarde você vai ter um trabalho pra acordar eles, vão querer dormir mais. Não fica com dó! Pode acordar! Ao contrário eles vão ficar a madrugada toda no seu ouvido.

- Já entendi Maria - eu ri do desespero em sua voz para não esquecer nada -

- Se comporte meu amor! Sem movimentos bruscos, não fume nem beba perto das crianças, evita ir pra baile, e evite abraçar elas assim que chegar da boca, suas roupas ficam com um cheiro horrível de drogas! Sempre lave as mãos pra tocar no seus filhos, por favor!

- Também vou morrer de saudades. - Abracei ela -

- Te amo. Volto logo. - retribuiu o abraço, agora mais relaxada -

- Te amo mais. Volta logo. - Beijei ela -

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