Capítulo 29

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Cauã

Morar na rua eu sei que não moro. No papo, queria vazar faz tempo, ter minhas coisas, minha independência, sozinho não tenho ninguém pra mandar em mim. Só lamentava todo ter acontecido do jeito que aconteceu, ver meus pais brigando por minha causa doía demais.

Meu pai arrumou um barraco pra mim, pequeno, mais o necessário, já que eu moro sozinho. Não preciso me preocupar com as comprar do mês, limpeza da casa, ou em fazer minha própria comida, tem uma mina que vem aqui toda semana e faz tudo.

Tô vivendo suave, nem fico muito na minha nova casa, tirando o fato da minha mãe, uma semana depois vir correndo pedindo pra eu voltar.

- Coé mãe, tá suave. Tô legal aqui, nem tem com o que a senhora se preocupar! - ganranti -

- Mais tô com saudade do meu bebê. - Apertou minhas bochechas -

- Eai dona Paulínia. - ela me largou - Vou pra lá todo dia ver a Laura, saudades do que?

- Volta pra casa bebê, a mamãe ficou muito puta, mais não devia ter feito aquilo contigo, é só uma criança. - Acariçiou meu rosto -

- Para de graça mãe. - ri e ela me abraçou. Meu celular tocou e eu me afastei pra atender -

Ligação on:

- Fala loira.

- Amanhã eu vou no hospital descobrir o sexo dos bebês, vou te mandar a localização, tchau.

- Calma aí cara, tá tudo bem aí? Contigo, e com as cria?

- Não interessa, tchau.

- Coé loira, vai ficar nessa comigo até quando?

- Nunca disse que teria um prazo, pelo terceira e última vez, tchau. - desligou -

Ligação off

- Era a Maria? - minha mãe perguntou animada -

- Sim.

- E como ela tá? - perguntou sorrindo -

- Quis nem papo, me disse nada, só que amanhã vai ir ver o sexo das cria. - lamentei -

- Tu só vacila em... - minha mãe reclamou -

- Tu vai comigo né?

- É óbvio né. - disse empolgada - Vamo pra casa agora que mamãe fez almoço pra você. - mudou de assunto -

...

- Oi minha lindeza. - Abraçou Maria que quando a viu, colocou em seus lábios um sorriso sincero que ia de orelha há orelha - Mais tá linda em. - minha mãe elogiou passando a mão na barriga dela - Bom dia - disse pro pai da loira -

- Bom dia. - respondeu -

- Tá com a maior barrigona já, não é pouco tempo pra muita barriga não? - perguntei observando ela andar como um pato, com as perna toda aberta -

- São quatro crianças, idiota.

- Foi mal, tu sabe que eu não sei desses bagulho diferenciado.

...

- Parabéns mamãe! São três meninos e uma garotinha. - Disse depois de passar umas meia hora olhando pra uma TV pequena cheia de borrão preto -

- Eaí doutor, como é que tu olha pra essa tela preta e consegue saber o sexo das criança tudo? Tô vendo nem bebê, quem dirá pau ou xereca. - lamentei exprimindo os olhos pra tentar ver alguma coisa -

- Meu Deus. - o pai dela saiu da sala -

- Não fala desse jeito filho. - minha mãe segurou o riso pra me repreender enquanto a Maria chorava de rir deitada na maca -

- Obrigado doutor. - disse enquanto ele limpava o gel que estava na barriga dela - Três meninos... Isso vai dar trabalho! - Disse esperançosa - Melhor não pensar muito e ir gastar. - bateu palmas -

- Vamos ter que correr! - Minha mãe se animou tanto quanto Maria -

- Pra onde a gente vai?

- Comprar roupa pros bebês né. - minha mãe disse parecendo que já era óbvio -

- Meu pai me deu o cartão. - só faltou pular da maca-

- Ele vai junto? - lamentei -

- Não, tem que ir trabalhar, mais a Paulinia pode ir com a gente né?

- É claro que eu posso. - deu pulinhos de felicidade - Eu vou caçar até o fim do mundo um bory escrito melhor vovó.

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