Capítulo XII

39 2 12
                                    



– Ué? Aquele lá na TV não é o Shura? – Aldebaran observou ao ver o companheiro, somente de cuecas, na televisão onde segundos atrás era exibido o vídeo sobre o condomínio Olympus.

– É... – Mu confirmou. Rapidamente compreendeu do que se tratava. – Isso não vai prestar...

Na tela, o cavaleiro espanhol andava de um lado para o outro, falando coisas desconexas, ora com sua voz normal, ora imitando uma voz feminina. Prestando um pouco de atenção, os colegas perceberam que se tratava de um texto que podia facilmente ser de alguma novela ou livro romântico.

– Alma Patrícia, eu não quero me casar com a sua irmã – o Shura sonâmbulo declamava na tela. – Eu quero me casar com você. – Ele mudou a voz para um tom feminino e respondeu: – Plácido Gabriel, eu aceito me casar com você, mas antes temos que matar a Luísa Olívia.

– Eu sabia que ele era sonâmbulo e falava dormindo – Aiolia comentou –, mas ele sonha que é ator!?

– Ator de novela mexicana...– Milo acrescentou tentando segurar os risos. – Meu Deus, nos enganaram, o espanhol é mexicano!

– Isso deu um vídeo e tanto! – Saga olhou para Shura e riu lembrando-se que foi ele quem disse a Máscara da Morte onde encontrar a câmera.

– Tinha que ser o Emanuele... – Shura resmungou irritado quando viu que Máscara quase explodia de rir. Felizmente, a maioria dos cavaleiros não estava achando tanta graça assim.

– Eu não consegui resistir! – Máscara declarou aos risos. – Você é um sonâmbulo muito engraçado!

Na cabeceira da mesa, Dohko revirou os olhos e deu um longo suspiro incrédulo.

– Meu Deus, vocês são inacreditáveis. Acabaram, crianças? Sem mais surpresas? Podemos continuar o almoço em paz?

– Acho que tem mais uma surpresa, Mestre – anunciou uma voz que Dohko reconheceria em qualquer circunstância. Quando ergueu o olhar, deparou-se com Shiryu e Shunrei, ambos vestidos para um passeio turístico, ela de vestido floral azul e branco, ele de camisa polo branca e calça jeans. Dohko já nem lembrava mais das criancices dos seus subordinados dourados quando os abraçou. – Que surpresa maravilhosa! Como nos acharam aqui?

– Fomos até a entrada do Santuário e o guarda avisou que estavam aqui.

– Vocês estão tão bonitos. Você já está bem mesmo, Shiryu? Totalmente curado?

– Sim, Mestre. Ainda tenho uma dor aqui ou ali mas no geral estou bem. Viemos porque temos um assunto para falar com o senhor, só não esperávamos chegar em dia de festa.

– É só um almoço de confraternização para ver se esse pessoal se une, mas não está dando muito certo. Venham, sentem com a gente, almocem, depois quero que me expliquem direito essa visita inesperada.

Gentilmente, o casal cumprimentou os presentes, que abriram espaço para eles na ponta da mesa perto de Dohko. Quase imediatamente, Máscara da Morte levantou-se da mesa sem dizer nada e voltou pouco depois com a amiga travesti.

– Já que qualquer um pode participar – ele explicou de modo debochado –, fui buscar minha amiga.

– Claro que sua amiga pode comer conosco, Emanuele – Dohko garantiu. – Mesmo depois da confusão que vocês aprontaram.

Envergonhada, Nicoletta sentou ao lado de Fatma. Não queria estar ali mas eram dias difíceis e ela não podia perder a chance de comer de graça. Notou que sua presença incomodou alguns, especialmente o alvo da brincadeira, mas estava tão focada na comida, tentando abastecer bem o tanque para não precisar jantar, que nem ligou.

Sorrisos, Segredos e EnganosOnde histórias criam vida. Descubra agora