Capítulo IX

16 1 40
                                    


Depois de encontrar o quarteto que vinha da farra, Aiolia seguiu para a garagem. Deu uma olhada no carro batido e, pelo tamanho do estrago, soube que os colegas estavam encrencados.

Rindo, ele pegou a chave de um dos outros carros no quadro pendurado na parede, entrou no veículo e deu a partida.

Pretendia acordar cedo para buscar Marin no aeroporto, mas a verdade é que mal dormiu de tanta ansiedade. A viagem dela aconteceu em um momento bastante inoportuno, quando eles tinham acabado de começar o relacionamento, mas Aiolia a conhecia bem demais para saber que o melhor era não criar caso e deixá-la ir. Ela nunca se deixaria dominar. E estava bom assim.

O cavaleiro chegou ao aeroporto de Atenas em cima da hora prevista para o pouso, porém como o voo estava atrasado, ele teve de esperar.

Cerca de uma hora depois, quando ele já estava caminhando impaciente pelo saguão, o avião finalmente pousou. Já não aguentava mais a saudade, mas agora que faltavam poucos minutos para ter sua Marin nos braços outra vez ele respirou fundo e procurou se acalmar.

Demorou mais algum tempo até ela surgir no portão de desembarque. Usava uma roupa simples, camiseta branca, calça jeans e um casaco preto por cima. Estava sem máscara e era a primeira vez que Aiolia a via assim em público. Imaginou que, no final das contas, esses dias no Japão foram bons para ela se habituar com a extinção do uso do acessório.

Atrás dela vinha Shina, também sem máscara, com uma expressão irritada como se quisesse socar alguém até a morte. Aiolia já tinha visto o rosto dela sem querer quando a salvou no Japão, mas achou que agora, cerca de quatro anos depois, ela parecia bem diferente.

– Olia! – Marin exclamou quando o viu. Queria gritar que quase morreu de saudade em Tóquio, mas se conteve.

– Marin! Quase morri de tanta saudade! – ele gritou.

– Eu também, Olia – ela falou baixinho quando se abraçaram, feliz por estarem em sintonia, sentindo e pensando as mesmas coisas

Impaciente, Shina bufou.

– Podemos ir embora ou vocês vão ficar namorando aqui no saguão?

Marin revirou os olhos e agarrou uma das mãos de Aiolia com firmeza.

– Não liga, Olia. Esse mau humor dela é crônico.

– Eu sei – riu o cavaleiro. Com a mão livre, pegou a mala de Marin e os três seguiram para o carro.

– Hum... a coisa melhorou por aqui – Marin falou quando entrou no automóvel novinho com placas do Santuário.

– A senhorita Kido mandou carros novos – Aiolia explicou acariciando o volante. – E o Milo já fez a gentileza de bater um deles.

– Sério? Aposto que vinha da farra.

– Lógico!

– Você não estava com ele, estava?

– De jeito nenhum. Até me chamaram, mas eu estava quietinho em casa.

– Assim espero. Você sabe que se estiver mentindo a Lithos vai me contar a verdade, não sabe?

– E como sei... Lithos é a melhor vigia que você podia arrumar.

– Por falar nela, como ela está?

– Está bem. Só anda meio avoada... Até queria que você conversasse com ela.

– Claro. Não deve ser nada...

Sorrisos, Segredos e EnganosOnde histórias criam vida. Descubra agora