Dragão Prateado - Drarry

XV - Voluptatem et Dolorem

P.O.V Draco Malfoy

Estamos todos na enorme sala de voyeur, os novatos Ron, Hermione, Harry e Neville sentados em nossa frente prestando total atenção em todas as explicações. - Algum de vocês sabe mais que o básico de BDSM ou realiza essa prática? - Perguntei e todos, exceto Theo, se espantaram com Longbottom levantando a mão.

- Que foi? Eu sou tímido, mas também faço sexo, não é algo de outro mundo. - Ele disse deixando todos nós sem graça pela nossa reação. Theo foi até Neville e o trouxe para frente, ficando jundo comigo, Blaise e Pansy. - Certo, eu pratico BDSM e sei mais que o básico, apesar de eu me aprofundar mais na parte dos feitiços eróticos. - Ele disse e nós assentimos com a cabeça.

- Esse termo é uma sigla e cada letra tem seu próprio significado, algumas letras tem até mais de um. Sendo o B de Bondage; D de Dominação ou Disciplina; S de Submissão ou Sadismo; e M de Masoquismo. - Pansy explicava com um ar professoral. - Existe vários termos que nomeiam as ações, os participantes e até mesmo as regras. Dom se usa para um dominador e Domme para dominadora, eles são os que controlam a cena. Sub é quem obedece de forma consentida. Cena é a interação, a relação entre o casal com total consentimento. E o mais importante no BDSM é a sigla SSC, que significa São, Seguro e Consesual. Essa sigla é norteadora, tudo na prática se baseia nela, para que tudo seja feito preservando a saúde física, mental e emocional dos participantes.

- O sexo normal ou as pessoas que não praticam BDSM nós chamamos de Baunilha, referindo a algo sem sabor, o sabor mais sem graça do sorvete. - Blaise começou a explicar também, com um sorriso um pouco safado no rosto. - E pelo amor de Merlim quem citar Cinquenta Tons de Cinza aqui vai ser expulso, esse filme não tem nada a ver com a prática, ele é todo errado e descumpre várias regras importantes. Ah, e nem sempre BDSM é envolvido com sexo, pode ser algo sensual e intenso, mas não precisa necessariamente ser uma relação sexual.

- Tudo se trata de confiança e de se sentir confortável. O voyeur é a observação, o fato de observar a relação sexual de outro casal e você pode participar tendo o consentimento de todos os participantes da cena. Por exemplo, se todos nós fizéssemos uma cena não seria obrigatoriamente misturado os casais, cada um tem seu par aqui e não seria necessário misturá-los, tudo depende dos gostos de cada um. - Eu entrei no papel de professor. - No meu caso eu não me sentiria confortável em trocar os casais, pelo simples fato de não querer que outro dom toque no meu sub.

- Nessa relação de fazer a cena com outras pessoas observando você não consegue controlar a reação da pessoa, mas quem está observando e participando deve levar em conta o respeito. O mais confortável seria tratar a cena e os acontecimentos nela da forma mais natural possível. - Theo começou a explicar. - Eu como sub não gostaria, por exemplo, de que no meio da relação sexual eu implorasse algum desejo meu ou fosse chamado de algum apelido e o voyeur tivesse uma reação de me zoar por ter implorado algo que eu queria naquele momento. Todo sub implora para o dom quando está sozinho com ele e o dom costuma gostar disso, então se preparem antes de assistir para que não tenham alguma reação desnecessária ou até mesmo desrespeitosa.

- Até o BDSM possui ligação com a magia, existem feitiços eróticos usados apenas para essa prática, mas para isso precisa de muita confiança. Alguns feitiços induzem sensações e se você não está preparado para sentir essas sensações e implorar seus desejos pode ser perigoso usá-los. Alguns são muitos simples como o Inpulsa, ele desencadeia um pequeno choque que te faz arrepiar, mas outros são mais complexos como o Cutio Penetratio, ele faz você desejar ser penetrado e apenas passa quando seu desejo for saciado. - Neville entrou na sua parte da explicação. - Todos esses limites devem ser apresentados antes da cena começar, por que no meio da cena o sub pode entrar no subespaço, que é quando você mergulha nas sensações e fica sem conseguir ter uma clareza total da sua mente, dos pensamentos e das suas ações. Nesse momento o sub pode acabar aceitando qualquer coisa que o dom propor, mesmo que não se sinta confortável.