•Segredos são a pior forma que a alma tem de se auto destruir•
Audry
...Jaspher agarrou meus braços e os segurou atrás de mim, lutei instintivamente mas ele me empurra de volta pra cama. — Urgh! - protestou, sua mão era grade o bastante para cobrir metade do meu rosto, sua mão áspera esmagou minha boca, interrompendo meus gritos. Meu corpo entra em pânico quando sinto ele rasgar minha calcinha, o ar falta em meus pulmões, o que provocou uma agitação mais forte do que ele esperava. — Chega porra! - rosnou - tapas e socos são desferidos em meus seio, bariga e rosto. A dor é como fogo...
Acordo e sinto as lágrimas em minhas bochechas, meu corpo treme de medo, tento levantar da cama mais minhas pernas doem e o grito sai dos meus lábios, a dor é terrível, a porta é praticamente partida ao meio, vejo os lábios de Aaron se moverem mais não entendo uma só palavra. Eu me afogava em lágrimas e em uma dor que me aprisionava, cada célula do meu corpo queima em pura dor. Como marteladas em meu crânio, não consigo respirar, não consigo. Estou flutuando, rápido, rápido. Abro os olhos e vejo o rosto de Aaron ele tem os olhos preocupados, consigo ouvir a voz de Lori mas não consigo entender o que ela está dizendo, tudo fica escuro de novo.
•••
Sinto um incômodo em minhas costas a sensação de cansaço é, como se até minhas pálpebras doessem, algo toca minha mão quando eu faço um leve resmungo. — Enfermeira!. - a voz é aguda e assustada. — Ela emitiu um som de dor. - a voz se tornou familiar agora na segunda vez, Lori. — Audry?.... está acordada querida?... por que não tenta abrir os olhinhos?. - Eu já chamei o médico senhorita Dumarch. Tento abrir os olhos e é como se a luz branca queimasse minha retina, tento novamente piscando repetidamente até conseguir ver nitidamente, Lori estava sentada ao meu lado e me olhava com um sorriso mãe, um mulher estava em pé na frente da cama e parecia carregar o mesmo semblante de Lori. — O... que... o que aconteceu?. - minha garganta doeu para que eu conseguisse falar, como se algo me arranhar-se. — Eu... eu estou com tanta cede. - assim que a água passa pela minha garganta uma sensação maravilhosa me enche, como se eu nunca tivesse bebido água na vida, bebo o copo todo. — Olá meninas. - a voz masculina reverbera no quarto, um homem alto e ruivo entra segurando uma prancheta, a enfermeira entra á ele dois papéis. — Olá Dr. Martell. - Lori sorri e aperta a mão do médico. — Meninas, eu gostaria de ter uma conversa em particular com a Audry agora. - ele me encara com leve sorriso no rosto, o médico se senta na poltrona onde Lori estava. — Como se sente? — Fisicamente? - ele concorda tirando uma cartela de comprimidos do bolso do jaleco e coloca água até a metade do meu copo. — Um pouco dolorida, mentalmente eu não sei. — Já teve um ataque de pânico antes Audry?. - não sei o motivo mas me senti desconfortável com aquilo. — Não que eu saiba ou me lembre Dr. - ele faz algumas anotações até voltar seus olhos em mim. — Está me avaliando? Eu sou maluca?. — Sim, estou te avaliando porque sou seu médico. Não, você não é "maluca" , apenas está traumatizada com algo e isso é bem diferente. Eles sabem?. - sua pergunta foi tão intima que o desconforto veio novamente, não quero alguém vasculhando a minha mente. — Eu aposto que sim, por que o senhor não pergunta a eles? — Tudo bem é compreensível, quando se sentir melhor estarei aqui para ouvir, enquanto isso quero que tome esse remédio uma vez ao dia. Eu pedi permissão ao Sr. Dumarch, se eu poderia prescrever uma medicação leve e, ele consentiu. — Obrigada. - como assim Alex permitiu alguma coisa?
Depois de ficar ouvindo o psiquiatra falar e reafirmar várias vezes para eu não tomar o remédio fora de hora, ele finalmente saiu me deixando respirar o ar estagnado de hospital em paz. — Aaron passou em uma confeitaria aqui perto, ele não pode entrar mas mandou isso e também disse que está procurando pelo James. - Lori entra toda eufórica carregando uma caixa de papelão rosa, tento ignorar a parte que toca James e apenas tento dar o meu melhor sorriso. - Logicamente isso é tipo contrabando aqui dentro. — Acho que Aaron está acostumado com contrabando. - meu comentário faz Lori dar risada, ela coloca a caixa sobre a mesa entre a minha cama e a poltrona. — Mas tudo bem, você oficialmente já faz parte da realeza. Eu peguei algumas roupas pra você, tudo bem confortável, ele só iram te liberar a noite. — Lori... como assim o Alex deu permissão ao médico para me medicar. — As pessoas costumam tratar o Alexey com um rei, eu sei é irritante. - Lori diz dando uma mordida enorme em seu cupcake, eu olho para a opção e parece ser tantas mas acabo optando por uma de morango. — Aaron sempre acerta ! - Lori está com chocolate no nariz e eu dou risada da cena. — Obrigada Lori.
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O medo se transforma em ódio e violência nos corações humanos e, eu talvez tenha chegado em um momento da vida que não só compreendo como já pratiquei. A cama me engole e é bem provável que eu não queira me separar dela, entretanto, Nora a governanta já bateu na porta quatro vezes, gemo de tristeza por ter que me levantar. Faz cinco dias que saí do hospital e Lori tem se mostrado bem empenhada em me manter ocupada. Assim que desço as gêmeas passam por mim correndo e gritando o nome de Alex. - não sabia que ele já tinha voltado. — Olha que acordou, perdeu a aula de Yoga.- Lori consegue ser sempre a mais animada de manhã, o que as vezes é irritante, ela larga o tapete de Yoga no chão e me abraça falando bom dia e eu tento retribuir com o meu melhor e mais forçado sorriso. — O café da manhã será no jardim hoje, ideia das meninas. Já tomou seu remédio? — Por favor, Lori, não bombardeie a pobre lebre logo pela manhã. - Alex consegue ter o aspecto assustador e enigmático até quando acorda?. — Viram as minhas garotas? Estou com saudades delas. - essa é a primeira vez que volto a ver Alex depois da minha crise, ele sumiu esses dias, mas não ouso perguntar o motivo, como ninguém nunca me diz nada, eu nunca sei o que se passa de fato na casa Dumarch.
O café da manhã foi tranquilamente igual a todas as manhãs, apreciar o jardim logo cedo não é tedioso, na realidade é bem acolhedor a única diferença nessa manhã foi assistir Ella e Elsy brincarem com o Dumarch mais velho, pelo menos uma coisa tem sido igual, nenhuma notícia de James - bom pelo menos não para mim. — Audry? - Ella chama a minha atenção me entregando uma flor. - A... a escuridão... - ela faz uma pausa como se quisesse se lembrar de algo, ela não olha pra mim, brinca com uma de suas enormes tranças. — A escuridão pediu que eu trouxesse a luz até você. - ela sai correndo, olho para a florzinha branca em minha mão, a fala dela foi tão confusa quanto os meus pensamentos olho na direção em que correu, ela vai em direção aos braços de Alexey que também pega Elsy no colo. As meninas irradiam felicidade quando estão com ele, isso é óbvio, mas por conta do que eu descobri isso deveria ser um comportamento incomum. — É uma grande pena nós não podermos ter nossos próprios filhos. - Lori comentou alheia consigo mesma, me causando curiosidade. — Como assim? — É complicado sabe... - ela para com o seu raciocínio como se percebesse que não deveria ter falado alguma coisa. Acho que qualquer coisa relacionada aos irmãos Dumarch deve de fato ser complicado. — Aliás está ficando tarde, temos que ir comprar roupas pra você, lembra a gente combinou, Audry você não pode só usar pijama ou moletom. - gosto de ver Lori se animar tentando me animar, sei que ela tem sua própria vida, e só de está se esforçando a me ajudar faz com que eu tope qualquer coisa. Eu nunca tive esse tipo de convívio e eu juro que tento ao máximo não ser muito esquiva com as coisas.
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Eu peço desculpas pelo atraso, mas nem sempre vai tudo bem nas nossas vidas, e alguns problemas acabam interferindo em nossa criatividade.
Voltem e comentem, isso muito importante pra mim, seja críticas negativas ou construtiva 🥰🥰⭐⭐
