Capítulo 3
•Nua e Crua•
Na manhã seguinte sinto-me abobalhada e sorridente. Sempre que tento apagar o sorriso dos meus lábios, ele insiste em voltar. Balanço a cabeça em negação. Eu não podia, mas estava gostando de Axel Villani D'Angelo, gostava da voz dele, do perfume, das conversas agradáveis. Mas não posso me deixar levar por coisas tão simplórias, da última vez que esses sintomas apareceram em mim, fiquei presa em uma casa por um ano a mercê de um louco bêbado e viciado em drogas.
Me levanto e tento apagar esses pensamentos, olho para o relógio na parede e são 6:00 em ponto, fico feliz em saber que não vou chegar atrasada no meu primeiro dia, tomo um banho rápido e escovo meus dentes, visto minha calça jeans e minha camiseta branca, me olho no espelho do banheiro antes de sair.
- Está bom. - de qualquer forma não tem como melhorar.
Saio do hotel e vou andando até o CookCoffee, uma cafeteria meia boca, mas foi o que eu consegui.
Assim que adentrei a cafeteira, Cooky a dona me entrega o uniforme que consistia em uma camiseta branca com o nome do estabelecimento e uma saia cor mostrada um dedo acima do joelho. Ela também falou para sempre manter o cabelo em um rabo de cavalo.
Estou assistindo o jornal da manhã quando o primeiro cliente entra. Um homem corpulento e tinha uma cara amarrada, como alguém que sempre faz o quer, ele se senta na mesa 05 eu caminho até ele meio nervosa.
- Bom dia, bem vindo ao CookCoffee. - ele tira sua atenção do jornal e me olha.
- Bom dia. - ele diz seco e sem ânimo. -Vou querer ovos com bacon e torrada e um suco de laranja sem açúcar, por favor. - anoto tudo o que ele falou e me retiro da li rapidamente para entregar o pedido para o menino da cozinha o Antony, fico atrás do balcão e bebo um pouquinho de café,s depois de quatro minutos o pedido está pronto, levo até a mesa de número 05 e volto para o meu lugar.
Estou começando a achar que o tédio será uma amiga fiel.
Assim que saio da cafeteira um homem com porte atlético esbarra em mim correndo na direção contrária a minha, olho para trás com vontade de xingar o moço mas essa ideia logo se dissipa de meus pensamentos, volto para minha caminhada até o hotel.A noite vista da janelinha do meu quarto parece tão tranquila, hoje é dia de lua cheia e o céu está brilhante. Tiro minha roupa e me deito na cama, nunca pensei que ter uma vida aparentemente normal fosse me cansar em demasia.
Lembro que uma vez passei horas imaginando como seria minha vida se não tivesse feito as escolhas erradas, me envolvido com as pessoas erradas, e nenhuma das versões que imaginei chegar a isso.
Ando languidamente até o banheiro e entro dentro da banheira ficando em pé, a água morna cai sobre mim, fecho os olhos e relaxo, respiro fundo e abro os olhos novamente agora embaçados pelas gotículas de água, e uma vontade descomunal de chorar me consome, me sento na banheira e abraço minhas pernas, as lágrimas saem sem qualquer empecilho o sentimento de culpa me causa asco....ele foi mal comigo... ele mereceu... ele era monstro. Sinto nada mais do que ojeriza por ele, então por quê esse sentimento me assola?....Você é igual a mim...
Saio da banheira e me enrolo na toalha assim que saio do banheiro escuto barulhos de passos no corredor. Ando até a porta e a abro sem fazer barulho, lá estava ele com uma blusa branca, meu coração disparar, sangue, ele está sujo de sangue... Fecho a porta e subo na cama, será que o sangue é dele? Ou será de outra pessoa?
Visto rapidamente minha calcinha e minha blusa, ele estava praticamente coberto de sangue e se o sangue for dele com certeza deve estar muito machucado. Me cubro e decido dormir, torcendo para que aquilo não seja o que estou pensando.Acordo com barulhos em minha porta, levantei sem nem saber o meu nome. Me assustei quando o vi parado bem na minha frente.
- Eu espero não ter te acordado. - ele tem um sorriso angelical tão lindo. - Você está bem?
- Sim, sim. Você sabe que são quatro horas da manhã, não sabe? - ele dá uma risada gostosa.
- Essa é sua roupa de dormir? Eu reparei que você não deve ter muitas roupas. - olho imediatamente para o meu corpo, meu Deus que vergonha.
- O que exatamente você quer?
- Você está afim de caminhar comigo? - tento levar esse pedido a sério.
- Às 4 da manhã?
- Eu não sei o que você viu, mas precisamos conversar. - uma sensação estranha percorre meus pensamentos.
- Eu não vi nada. - ele olha para o chão, respira fundo e leva a mão esquerda na nuca.
- Eu também não sei o que você viu, por isso peço que venha conversar comigo. - aquele sorriso angelical ilumina o rosto dele.
- Eu posso pôr uma roupa?
- Ah, claro. Esperarei lá embaixo. - ele fala fechando a porta, pego minha calça jeans e o meu casaco, me visto rapidamente e saio do quarto.Estamos caminhando pela calçada à pelo menos trinta minutos, estou começando a ficar cansada, ele não falou quase nada desde que saímos do hotel, ele me intimida um pouco, ele é tão alto, pessoas altas deveriam ser meio atrapalhado ou algo do tipo quando estão andando mas ele anda como um modelo, com total elegância, me sinto meio deslocada perto dele; Axel tem muitas tatuagens tenho vontade de perguntar o significado de cada uma, mas não me atrevo à tal ato de invasão.
Ele caminha sério quase sem expressão em sua face, meio assustador. Estamos caminhando por um beco muito mal iluminado, Axel não é de falar muito, ele olha pra mim e sorri.
Sinto meu corpo ser bruscamente puxado para a direita, ele ri nossos corpos estão muito próximos .
- Nunca mas faça isso. - ele coloca a mão em meu rosto fazendo um leve carinho em minha bochecha, ele se abaixa e toca minha boca com a dele, desta vez a sensação é diferente, como se nossos corpos se encaixassem, coloco minhas mãos em seu peito, ele segura minha cintura, o beijo é calmo, como se ele quisesse transformar aquele momento em um ponto fixo na eternidade, nos separamos por falta de ar, Axel está com um sorriso de orelha á orelha e eu provavelmente estou vermelha.
- Você tem olhos lindos Aurora. - ele repousa sua mão esquerda em minha face. -- Um anjo. - ele se aproxima novamente e deposita um beijo na minha testa, um gesto romântico, ele tem um cheiro tão bom... Uma onda de calor invade minha alma, gritei quando senti algo afiado entrando em minha coxa, meus joelhos enfraqueceram, caio no chão, olho para minha perna e o sangue acumula em minha calça olhei para cima ele segura uma adaga.
- Desculpe se a machuquei. - tudo parece girar fecho meus olhos e sinto meu corpo ser carregado.
Abro meus olhos com certa dificuldade, estou acorrentada á uma cama de ferro em um cômodo branco e com cheiro de água sanitária. A dor em minha perna parece não existir mais, o corte arde um pouco, as correntes machucam, minha boca está seca, minha cabeça dói muito meus olhos estão pesados a lembrança do que aconteceu invade meus pensamentos, como ele pode ser tão frio?__________________________________________
Olá pessoas incríveis!
Espero que estejam gostando e se estiverem deixem seus comentários, críticas, opinião e estrelas. Até mais...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Scary Love. 🔞
Romance...No entanto, como o fruto proibido da autoconsciência permanecia em seu paladar o gosto dela...