Capítulo Sete.

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Capítulo 7

...Tarde da manhã seguinte os dois ouviam, falavam, olhavam e de uma maneira única se entendiam...

Audrey


 Bom, todas as cartas estão sobre a mesa agora, talvez seja melhor dessa forma. Nós estamos conversando durante horas.
— ...eu desprezo às leis. - James fala se insinuando de uma forma involuntária.
— Eu não tenho uma opinião formada. Então você mata pessoas que já te fizeram mal de alguma maneira. - eu falo enquanto ele guarda o maço de cigarro na gaveta.
— Não, mas coincidentemente todas as pessoas que eu matei fizeram mal para mim. - o humor dele é interessante - estranho - porém questionável. 
— E a integridade? 
— Essa pergunta é meio descabida, mas a integridade requer uma atuação de dentro para fora. - isso soou tão inteligente ao meu ver. — As vezes eu fico com uma angustia dentro de mim é como se faltasse algo importante, principalmente quando eu lembro o que eu fiz com você. - ele humildemente pede desculpas de um jeito único, por mais que a palavra desculpa não tenha saído de sua boca, ele está tentando e parece que essas tentativas fazem algo com ele, alguma coisa me diz que ele não é acostumado com isso.
—  Eu posso aceitar suas desculpas se me deixar fazer o mesmo em você. - James começa a ter um pequeno ataque de riso. — Eu não estou blefando James.
— Quer mesmo isso? - por dois segundos eu repenso a minha vontade repentina, mas eu quero e estou com vontade de vê-lo sangrar.
— Eu quero! - minha voz sai totalmente convicta da minha vontade. — Você me fez pintar o cabelo de preto hoje mais cedo e estou com uma quase cicatriz na coxa, acho que você precisa de uma cicatriz feita por mim. Eu acho mais do que justo. - James me observa com os olhos perplexos e por alguns milésimos de segundos um meio sorriso se forma em seus lábios e logo em seguida se desfaz.
— Você é esperta. - ele olha para a minha quase cicatriz fechada enquanto fala. — Você tem razão, vamos fazer isso no banheiro.
  James está há meia hora dentro da banheira e a água está totalmente avermelhada, o ambiente não é muito amistoso no momento, estou sentada no chão e estou curiosamente relaxada, os olhos de James estão vermelhos, as veias de seu pescoço sobressaltadas, sua respiração está começando a diminuir, ele fica lindo dessa forma - assustado.
— Acho que precisa sair da banheira. - ele olha para água e respira fundo. — A água já está fria demais. 

  James parece não me escutar, ele me ignora deliberadamente, meus argumentos são falhos. Me levanto pegando a minha roupa molhada do chão e me retirando deixando ele sozinho. Talvez ele queira isso.
Uma parte de mim gostou e muito de ter feito isso, de tê-lo machucado de alguma forma, mas uma outra parte parece estar em um estado de choque e arrependimento, mas eu quis fazer isso. Não posso mudar os fatos agora, basta aguardar em silêncio. 
— James? - eu o chamo baixinho, eu ouvi o barulho do chuveiro ser ligado mas ele não me responde. Jogo minhas roupas molhadas em um canto qualquer do quarto e me encolho no pé da cama, o barulho do chuveiro cessa e automaticamente eu me levanto. James sai do banheiro com a toalha na cintura com os cabelos pingando e as gotículas de água caem em seu abdômen, sua coxa perfurada agora possui um curativo por cima, seu olhar parece queimar-me de pura vergonha interna.
— Vai ficar aí me olhando como se eu fosse um alienígena? - sou puxada dos meus pensamentos quando ele se aproxima de mim, ele está de toalha, e está perto demais, minha respiração é falha.
— Eu falei com você Audrey. - saio do quarto de uma forma condizente com a atitude de uma criança quando está com vergonha. 

  Me sento na poltrona grande e lá fico até ele descer as escadas com o seu ar enigmático e sexy, ele não olha para mim, apenas segue para cozinha e esse silêncio está me corroendo por dentro, quero falar, perguntar, saber se ele está bem - Pedir desculpas.
— Você quer comer? - me assusto quando ele profere tais palavras, pensei que ele estava bravo comigo. — Vai comer ou não? Aliás tem que comer, não comeu absolutamente nada ontem e isso não lhe faz bem. - ele volta para a cozinha, e eu permaneço em estado petrificado. 
— Vem logo! - saio quase que correndo em direção à voz ameaçadora.
— Então o que temos? - faço uma pergunta despretensiosa ao me sentar no balcão.
— Hoje temos o que eu gosto de chamar de macarrão com queijo. 
— Eu sou obrigada a comer isso? 
— Não. Claro que não, pode morrer de fome.
James se senta ao meu lado e involuntariamente eu sorrio ao olhar para ele, James é quase como um ímã que me atrai de uma maneira cruel e dilacerante, é quase como a morte personificada mas é justamente este lado dele que é atraente e voraz, ele come com tranquilidade e de vez ou outra bebe um pouco da cerveja.
— Você mal tocou na comida Audrey. - olho para o meu prato e sinceramente não me vem vontade nenhuma de continuar a mastigar aquilo.
— Por que a gente não sai? Eu estou com o cabelo de outra cor, ninguém vai me reconhecer. Não quero comer isso. - James se levanta colocando os dois pratos dentro da pia e termina a sua cerveja, parece que ele não gostou muito da minha ideia.
— A gente pode ir no mercado, talvez...
— Ok então. - meu interior se ilumina com a resposta dele. - Vá colocar seu casaco, aquele grandão.
  Subo as escadas o mais rápido que as minhas pernas patéticas permitem, entro no quarto e pego meu casaco em cima da cadeira e desço quase que na mesma velocidade em que subi.
— Vamos? - falo quase sem fôlego
— Você não regula bem né menina? - eu tento relaxar meus nervos e minha respiração, solto meu cabelo que antes estava amarrotado com um elástico.
— Nem você. - saímos e o ar frio me abraça fazendo com que eu me encolhesse dentro do casaco que é duas vezes o meu tamanho.

  Estamos caminhando juntos James colocou seu braço por cima dos meus ombros, eu não vou questionar essa atitude porque eu simplesmente estou confortável assim o calor dele me mantém aquecida. Ele conduz todo o caminho até o supermercado, sinceramente não aguento mais macarrão com queijo. Não estou sendo ingrata, longe disso, só acho que podemos comer algo melhor.
— Tá... Cada um pode escolher quatro itens, nenhum a mais. - ele profere todo dono da situação. — Por que está me olhando assim, eu ainda posso matar você menina. 
— Não tenho medo de morrer, só percebi que você é meio controlador né. - eu saio na frente empurrando o carrinho e ele fica um pouco atrás como um cão de guarda. James já escolheu uma caixa de cerveja e pão. Eu acho que ele viveria somente com isso tranquilamente.
— Melhor ir mais rápido minha princesinha. 
— Não precisa falar com esse ar tão presunçoso, eu já estou indo.

  Estamos dentro da casa novamente e meus braços estão doendo por conta do peso do saco de arroz, James nem pensou em me ajudar. Talvez isso nem passou pela cabeça dele, colocamos tudo em cima da mesa e eu me sinto mais leve agora sentada no chão.
— ... Você me ouviu? - olho para cima olhando para James.
— Não, o que você falou Milord ? - James abre um sorriso majestoso e se senta ao meu lado no chão.
— Eu tenho um plano, eu estava falando em um modo de conseguirmos dinheiro. - encosto minha cabeça em seu braço e ele o retira no mesmo momento e o coloca em volta do meu corpo me abraçando, James faz com que os nossos dedos fiquem entrelaçados.
— E qual o plano Mr. death?

 death?

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