Capítulo Seis

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Capítulo 6

•As cores e os gostos•

Você vai sempre lembra o gosto que tem.

Audrey

- Temo que sua fé tenha sido depositada no lugar errado minha flor. Mas para ser sincero, é isso que geralmente acontece com a fé. - ele sorri de um jeito simpático quando avança para me atacar como um lobo feroz.
- Sua pele é tão macia... Você vai sempre se lembrar quem é o seu dono, a quem você pertence. Do meu gosto...nunca se esquecerá...
Com um último esforço, meu braço instintivamente se levanta para me proteger, me encolho e fecho meus olhos ficando a mercê dele.

- Acorda... Ele não tá aqui tá tudo bem, ele não vai mais te machucar. - estou suando e minha respiração está acelerada, me sinto perdida, desconexa de tudo. - Calma, foi só um pesadelo. - ele me abraça com tanta força que parece que vou me fundir à ele.
- Foi tão real. - não consigo conter minhas lágrimas, meu corpo treme.
- Vai ficar tudo bem, eu prometo. -me afasto bruscamente dele.
- Eu fui sequestrada e mantida em cativeiro por você! Não fale assim. Você também me fez mal. - me levanto da cama e me tranco no banheiro. Lavo meu rosto, minha aparência está péssima, estou com olheiras e isso não é nem um pouco atraente.
Há duas semanas que não estou no porão, porém eu ainda não tive minha liberdade de volta, se é que eu a tive algum dia, sei que estou sendo procurada por homicídio. Mas não suporto mais a sensação de incapacidade, não estou mais acorrentada, mas estou presa da mesma maneira e talvez essa minha situação seja um maldito ciclo viciante. Quando volto para o quarto James está deitado na cama mexendo no celular.
- Está melhor? - ele fala ainda olhando para o aparelho.q
- O que acha?
Me deito do meu lado da cama e fico em absoluto silêncio, ele ocupa quase toda cama e eu fico com um micro espacinho. Ele se mexe e a luz se apaga, ele fica de costas pra mim sua respiração é a mais alta do quarto, ele tem sido legal comigo. Porém ainda tenho receio de me aproximar em demasia, ele tem um perfume tão bom, não sei explicar é algo quase natural dele. Ele não é invasivo e eu agradeço. Eu sempre demoro para dormir e ele sempre consegue dormir tão rápido, queria saber como ele faz isso.

Acordo com um peso enorme sobre mim, o braço de James está em minha cintura. Meu corpo entra em estado de alerta, começo a sentir um calor ardente como se eu estivesse em uma fornalha, sua respiração na minha cabeça me incomoda muito, quero sair daqui!
- James. - o chamo e nada, como consegue dormir tanto. - Por favor James, Cristo. - como um braço só pode ser tão pesado, estou me sentindo uma coisinha pequena nessa situação. - JAMES.
- O QUE? Você está bem? - ele acorda até que fim. Ele me agarra e olha nos meus olhos. - Você está bem?
- Você estava me matando, eu vou passar a dormir no sofá. - ele se senta na cama e fica olhando pra mim. - O que eu fiz?
- Da próxima vez eu mato você. - eu me retiro do quarto e desço as escadas para ir comer alguma coisa. Nós dois temos fracionado bem a comida, só que estou cansada de comer macarrão com queijo.
- Sai da cozinha assassina, você não vai tocar em nada. - ele simplesmente fala como se fosse o meu chefe.
- Pensei que estávamos nos entendendo, mas se é assim, eu posso contar pra polícia que você me manteve em cativeiro.
- E aí você é presa por assassinato queridinha. - ele tira o macarrão com queijo do microondas e coloca em dois pratos. - Fique a vontade. - ele começou a comer rapidamente como se não quisesse ficar na cozinha por mais tempo do que o necessário.
- Não vai comer?
- Perdi a fome. - ele termina seu macarrão e coloca o prato na pia. Enquanto ele bebe água observo seu corpo alto e forte, será que cada tatuagem tem um significado específico?
- Olha, é isso que você irá comer de noite. - ele colocou meu prato na geladeira e me serviu um copo de água. - Quero que se vista bem rápido, as roupas estão na cama. Fico meio aérea por alguns minutos, ele falou roupa?
- O que disse James? - ele revira os olhos pra mim e dá um leve suspiro. - Eu não ouvi.
- Suba e se troque. Tem 7 minutos.
- O que vamos fazer? - ele para no meio da escada e me analisar, ele é tão estranho.
- Eu juro que te mato, faça o que eu mandei e quanto mais rápido melhor!
- Você não pode me tratar como uma criança, você disse que éramos iguais. - a risada sarcástica dele me atinge de uma forma que me irrita.
- Somos iguais... Porém eu eu sou mais perigoso, agora sobe.

Estamos dentro de uma loja, que eu julgaria ser muito mais do que uma simples loja de objetos inúteis. Tem dois homens enormes parados de frente para uma porta atrás do balcão com cara de "Eu mato quem passar".
- O que estamos fazendo aqui? - ele está olhando alguns discos de vinil, e sinceramente quem compra isso?
- Comprando... - ele responde depois de pegar dois discos de uma tal de Anny.
- Olá Tom, quanto tempo... - o cara no balcão não respondeu ele, apenas o encarou. - Bom, essa é minha pequena amiga Audrey, e nós precisamos de uma ajuda. - o homem de cabelos grandes me avalia.
- Quantos anos ela tem James?
- O suficiente eu aposto. - ele sorri pra mim, mas é a primeira vez que o sorriso dele não me agrada em nada.
- Eu vou chamar ele e os dois fiquem aqui. - o cara de cabelos grandes entra na porta protegida pelos homens grandões.
- Pode ser sincero comigo?. - James volta sua atenção para mim, como se esperasse que eu continuasse. - Por que estamos aqui?, E eu quero a verdade e somente a verdade James.
- Você é um pé no saco, por que não fica quieta? Estamos aqui para você ter documentos novos meu anjinho. Porque eu não sei se reparou, mas você vai ter que viver se escondendo, aliás não era isso que estava fazendo tão inutilmente?
- Estava, até você tentar me matar. - ele pega uma bala do pote de cima do balcão, ele não precisa pagar por isso?
- Você supera. Agora solta o cabelo.
- Que?- James não responde apenas retira o elástico do meu cabelo e coloca uma mecha para trás da minha orelha direita. - Qual o por quê disso?
- Você precisa ficar bonita na foto e desse jeito fica com uma aparência de "inocente".
- Por que está me ajudando? - eu olho bem no fundo dos olhos dele esperando uma resposta.
- Porque você está perdida no mundo há muitas luas. - alguma coisa me diz que não iremos nos separar tão cedo.

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