Capítulo Dezesseis

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Capítulo 16

Passo maior parte do tempo dentro da biblioteca, lembro do dia em que levei alguns livros pra casa depois da escola, minha vó avaliou cada um deles e no final do dia me disse que o único livro permitido dentro daquela casa era o livro sagrado, eu era jovem demais para compreender o peso daquelas palavras. Aqui em baixo é silencioso - não que o resto da casa não seja - mas a acústica da biblioteca me permite dar risadas e conversar comigo mesma sem que ninguém ousa, como um espaço somente meu, já que ninguém entra aqui, fecho o livro e coloco em cima de uma das mesas, calço meus sapatos e saio trancando a porta da biblioteca e coloco a chave em cima da mesa no corredor.
Assim que chego ao andar de cima a voz de Lori chamando meu nome me faz treme, não posso e não quero discutir entre flores ou carpetes para a tal festa anual, apresso meu andar em direção para o lado de fora da casa.

O ar noturno estava fresco, e os últimos feixes de luz solar tornavam o céu cinza- dourado com toques rosados, fazia três horas que eu estava deitada sobre o gramado do campo de golfe, as estrelas começavam a se tornar nítidas juntamente com a lua, e a única coisa que vinha à minha mente era pensamentos sobre as gêmeas brincando com Alex. Ele matou o pai delas, pelo menos foi o que eu ouvi a cozinheira falar. Por que ele faria isso? Por que alguém deixaria duas crianças se tornarem órfãs?
- Audry ? - olho para esquerda e avisto Aaron caminhar até mim e pela primeira vez o vejo sem as roupas de gangster.
- Atrapalho?, Lori pediu que eu procurasse você.
- Eu estou me escondendo dela. Será que pode falar que não me viu? - ele arqueou uma das sobrancelhas e concordou com a cabeça.
- Posso me juntar à você? - eu digo sim e Aaron se senta ao meu lado. - Você deu o maior susto na gente, sabia?- ele dá uma risada meio sem graça.
- Você me levou bolinhos, obrigada. Achei que você fosse um gangster malvadão. - ele esboçou um sorriso e revirou os olhos.
- Engraçadinha. Quem mais surtou foi Alex, fazia um bom tempo que eu não o via surtar em público. - tentei enxergar Alex surtando, mas não consigo.
- Vocês são estranhos, todos vocês, incluindo os empregados.
- Olha senhorita, você não está em posição de julgar ninguém. Principalmente por ter caído na lábia de James. - talvez nessa altura do campeonato eu concorde com Aaron. E me sinto uma estúpida por isso. Talvez devesse me sentir assim como uma estúpida.
- Você me deu um soco quando me conheceu. - a risada dele foi carregada de ironia.
- Veja bem... você estava histérica e eu não ando com tranquilizante para urso no bolso. - um flash da noite em questão passa diante dos meus olhos, James indo embora, eu lembro que gritei e ele nem ao menos olhou para trás.
- Por que ele fez isso? Por que estou aqui? Por que ninguém nunca me diz nada? - Aaron respirar fundo e olha no fundo dos meu olhos e eu percebi aquele olhar, o olhar de pena. Eu cheguei a conclusão recentemente que não gosto desse olhar.
- Audry... sinceramente ele não faz nem ideia de que você está aqui. Converse com Alex. Talvez ele explique.

•••

James

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James

Finalmente Hastings sorri com o que eu falo, ele toma um último gole de sua bebida de cor âmbar, os três seguranças atrás dele realmente acreditam que assustam alguém, Lori dá mais medo que esses imbecis juntos.
- Estamos de acordo Hastings?
- Totalmente Dumarch, totalmente. Se ele der as caras por aqui ou em qualquer canto da Inglaterra eu pego ele e lhe dou de presente. - levantamos e damos um aperto de mãos, estou satisfeito com o acordo e espero que ele seja de grande utilidade.
Entro no quarto em que estou hospedado e uma mulher incrivelmente nua estava na cama.
- Olá, me chamo Chanel e sou um presente do Sr. Hastings. - ela anda até mim como um gato no cio.
- Você é muito bonita, mas eu não estou no clima. - a mulher passa os braços pela minha cintura tentando puxar a minha camisa pra cima.
- Eu posso deixar você no clima, relaxa. - tiro sua mãos de forma brusca do meu corpo.
- Eu disse não garota, tá surda, saia do quarto por favor e aproveita e avisa o seu patrão que eu irei embora amanhã.

Assim que consigo relaxar ligo pra Aaron para saber sobre como ele tá cuidando de Audry e se ela está bem, a ligação só cai na caixa postal e ele não vê minhas mensagens o que me deixa relativamente puto, faz tempo que eu não escuto a voz dela, e eu sei que a culpa é totalmente minha, acredito que ela irá compreender meu lado quando eu me explicar.

Audry

A narrativa da história era intrigante, com personagens vivendo problemas reais no mundo cruel e animalesco que eu reconheço, li tão rápido que nem me toquei que faltava tão pouco para acabar. Assim que inicio o próximo capítulo a porta é aberta, Alex entra mas não olha diretamente pra mim, não fala comigo, vai direto até uma das estante pega um livro e se senta em uma das poltronas perto de mim. Não consigo mas me concentrar em uma só palavra da página apenas olho fixamente para o livro sem ler, como uma estátua, uma estátua pequena e amedrontada.

Lembro do que Aaron me contou e olho para Alex, e se mantém concentrado em sua leitura, ele possui uma postura muito ereta já eu estou toda encolhida na poltrona fazendo com que minhas costas doessem. Olho novamente pra ele querendo falar e questionar ele sobre os "porquês" que me torturam. Mas por alguma razão não consigo abrir a boca.
- Seu olhar é como enxergar todas as dores do mundo Audry. - a voz dele me fez paralisar, não compreendi o significado de suas palavras, ele ainda não me olhava, mantendo o olhar no livro. - Eu atrapalhei sua leitura aparentemente. Perdão. Não estou familiarizado em dividir esse lugar com mais ninguém.
- Eu... eu já tinha terminado o capítulo. - sei que ele é dono disso tudo e sei que se eu estou a usufruir é por um único e simples motivo, ele permitiu. - Acho que já vou me deitar, boa leitura Sr. Dumarch.
- Alexey, pode me chamar assim. Eu deixo. - isso me fez lembrar da bronca que Lori deu em uma das moças da limpeza ao chamar ele pelo nome. Me levanto para ir embora mas a voz dele me faz para novamente
- Guilhotina da Sanidade?
- O que ?
- O livro. - ele aponta para o livro em minha mão.
- Parece ser interessante. - faço um comentário por alto no automático, ele se levantou colocando o livro que estava lendo na mesinha de centro, quando ele começou a vir em minha direção eu pude jurar que o ambiente como um todo ficava cada vez menor.
- Lori comentou que compraram roupas para o dia da exposição. - ele seria capaz de fazer algo terrível comigo?
- É... verdade... quer dizer ela não me deu a opção de recusar o convite. - acho que agora estamos mais próximos do que nunca e isso me causa uma leve vontade de correr.
- Nenhum dos irmãos Dumarch lida muito bem com um "não". - sinto um puxar dentro de mim que me diverge de tudo que está acontecendo.
- Eu vou subir senão se importa.
- Tem medo de mim?
- Você é assustador de uma forma pacífica, e isso é estranhamente mais perturbador que uma cara com uma faca, e eu não gosto dessa sensação de estar sendo caçada como uma presa. - foi a primeira vez que vi ele sorrir daquela forma tão maliciosa.

- Eu discordo. - a presunção dele me irrita. ele muda sua expressão fácil, como se quisesse parecer menos intimidador.
- Você não me conhece Sr. Dumarch, está errado.
- Eu disse que é Alexey, e sobre a sensação, você gosta sim, senão teria matado meu irmão na primeira oportunidade que tivesse, não teria cedido tão facilmente. Você mente para si mesma.
- Eu disse que queria ir dormir. - Alexey me olha como se tive todo o poder do mundo na palma das mãos e chegou perto o suficiente para sussurrar em meu ouvido, e isso me deixa parcialmente atordoada.
- Eu não estou segurando você Audry.

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Oizinho, capítulo não revisado perdão qualquer erro de ortografia e digitação. Espero que gostem, deixem suas estrelinha e opiniões ⭐❤⭐❤

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