Cobras Pretas

153 9 0
                                    

Pouco antes do meio dia todos eles estavam parados diante da parte da pirâmide que era forrada pelos símbolos.

Na frente estavam Gérard e Dr. Hugo. Não havia mais hesitação no Dr. Hugo. Ele estava certo em relação a entrar na pirâmide. Gérard sabia que não tinha como convencê-lo do contrário, não mais.

-Fechem os olhos. –Dr. Hugo disse. -Ohnimac o enimuli los od zul!

O sol brilhou com mais intensidade sobre a pirâmide. Gérard abriu os olhos um pouquinho. Só o bastante para poder ver que a pirâmide estava com um brilho fora do comum. Ela era toda de ouro, coisa que não era visível antes de Dr. Hugo dizer as palavras que estavam escritas nela.

-Ohnimac o ertsom edimârip! –Com essa frase a pirâmide começou a vibrar. A parte dourada do topo começou a girar. E depois todo o resto da pirâmide fez o mesmo. Isso foi uma coisa incrível, mas a coisa mais incrível foi ver a pirâmide ficar toda preta. Incrível e assustadora.

Gérard deu um passo para trás ao ver aquilo.

-Vamos parar com isso. –Gérard sussurrou.

Por um instante pensou que Dr. Hugo o ouviria, mas ele não o fez, e continuou a ler o que os símbolos mostravam:

-Orolpmi ue et arba! –Algumas das pedras que eram pretas ficaram douradas, e então desapareceram formando uma passagem para dentro da pirâmide. –Vamos entrar. –Dr. Hugo disse, e então deu o primeiro passo para dentro da pirâmide.

Em sua mão, como na de praticamente todos os cinquenta membros da equipe, tinha uma lanterna.

Gérard ficou para trás. Não queria entrar na pirâmide, mas sabia que tinha que entrar. Ele foi o último a entrar. Entrou com o pé direito depois de fazer o sinal da cruz.

Mesmo com o auxílio das lanternas as coisas dentro da pirâmide ainda eram bem escuras. Gérard iluminou as paredes procurando por armadilhas, mas não viu nada que se parecesse com uma. Bem, se fossem armadilhas ficariam bem escondidas.

Deu mais alguns passos, bem devagar.

-Cuidado com as possíveis armadilhas. –Dr. Hugo gritou lá da frente.

Gérard começou a andar mais depressa. Foi pra frente. E foi uma coisa boa que ele fez inconscientemente.

-Armadilha! –Alguém gritou.

Quando Gérard olhou para trás ele viu que tinha pessoas caindo no chão. E todas elas estavam com flechas em chamas no corpo. Alguns no pescoço, outros no peito. Não era uma imagem muito legal, era pior ainda porque Gérard conhecia muitas daquelas pessoas.

-Devemos voltar! –Gérard ouviu a voz de uma mulher.

-Nunca! –Dr. Hugo gritou. –Seria um desrespeito com eles, não acham?

Ninguém disse nada.

As flechas só pararam quando eles alcançaram outro corredor.

Gérard estava caminhando devagar, com muita cautela para não pisar em nada que ativasse alguma armadilha.

-Estão sentindo? –Ele perguntou.

-Sentindo o que? –Alana perguntou. Ele nem tinha percebido que ela estava do lado dele. O medo anulou o cheiro adocicado dela.

-O chão. –Gérard disse, e então colocou a luz de sua lanterna no chão. –Cobras! –Berrou.

Ele tentou sair do chão, mas para sua infelicidade, ele não era capaz de voar. Ficou pulando no mesmo lugar tentando fugir das cobras.

Anelaris - A Caixa de PandoraOnde histórias criam vida. Descubra agora