Anelaris - A Caixa de Pandora

O Vulto

Yosh sabia como chegar à quadra, tinha ido lá uma vez no ano anterior. Só não se lembrava que demorava tanto para chegar. Caminhou por vários corredores, que ele nem se lembrava que existiam até finalmente conseguir ver a quadra.

Não se lembrava de ver o lugar tão cheio.

Viu umas pessoas que não conhecia, mas seus olhos caminharam na direção das que ele conhecia. E foi para lá que ele caminhou. Não eram pessoas íntimas, mas era as que ele conhecia.

-Olá! –Alicia disse quando Yosh se sentou encostando as costas na parede ao lado dela.

-Olá. –Ele disse olhando para ela. Alicia estava diferente do que ele conhecia. O cabelo estava um pouco maior, e as roupas que ela estava usando faziam com que ele se lembrasse de Britany. –Como está?

-Levando. –Ela disse. –Ainda não sei por que, exatamente, Dewey disse para eu vir para cá.

Isso era uma coisa que fazia com que Yosh ficasse apavorado também. Ele chegou a pensar que as coisas tinham acabado, mas Dewey mandou Alicia para a Terra, então as coisas não tinham acabado, elas poderiam piorar. Não conseguia ver outro motivo para que ele mandasse a menina segui-los.

-E como está a vida com Britany? –Yosh perguntou.

-Diferente de tudo o que eu já vi na minha vida. –Alicia falou puxando um pouco a própria blusa. –Eu nunca achei que fosse me vestir com alguma coisa parecida com isso. Tem cores demais aqui, e os perfumes que ela me obriga a usar, os cremes... Eu preferiria ficar com Growler.

Yosh riu.

-E onde ela está? –Yosh perguntou olhando para os alunos que estudavam com ele. Britany não se encontrava entre eles.

-Está em casa. –Alicia revirou os olhos. –Mais insuportável do que nunca. Só sabe falar do show que está para acontecer. Só sabe falar sobre Joey Tempestade. Só sabe falar em como eu devo me comportar diante das câmeras...

-Continua sendo Britany. –Yosh disse olhando para os próprios pés. A menina era fútil, ele reconhecia isso. Mas ele gostava dela. Bem, talvez não fosse nada sério, não conseguiria lidar com a personalidade. Era atração física. Achava a garota bonita e ponto.

-Uma versão piorada. –Alicia disse. –Ela tem me feito ouvir todas as músicas dela e do tal do Joey diariamente. Disse que eu devo cantar todas as músicas no show.

-Será que já pegaram as músicas dela e do Joey para usarem como tortura para os prisioneiros? –Alicia ficou olhando para Yosh sem entender a pergunta. –Alguns exércitos usam músicas para torturar seus prisioneiros. –Explicou.

-Bem, lembre-me de carregar um MP3 com as músicas dos dois. Tenho certeza de que consigo qualquer coisa usando as músicas como método de tortura. –Ela riu.

Era estranho ver Alicia sorrindo daquele jeito. Sempre que Yosh pensava na menina via uma general. Uma garota durona de poucas palavras. Talvez fossem as roupas que fizeram com que ela parecesse mais vulnerável, mais humana. Yosh estava gostando daquilo.

-O que os dois tem? –Ele perguntou apontando Roger e Lucky com a cabeça.

Os dois estavam de pé, olhando pra frente. Yosh duvidava que estivessem focando alguma coisa. Mal piscavam os olhos. Nem pareciam estar respirando. Eles estavam tristes.

-Ainda estão de luto. –Kate disse sentando-se ao lado deles.

-Eu nunca os vi assim. –Jade disse. –Já vi os dois tristes, mas eles estão assim faz muito tempo. Fiquei triste pelo que aconteceu, mas acho que estou melhor.