Um Ser Puro

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-Não será arriscado, querido?

    -Não, mãe. –Yosh disse depois de falar para sua mãe que queria visitar Sabatha. –Liguei para os pais dela, eles permitiram...

    -Mas é um hospício, querido.

    -Eu preciso fazer isso, mãe. –Yosh falou olhando bem nos olhos da mãe. Esperava que ela visse que ele precisava mesmo fazer aquilo. Esperava que ela visse que não era nenhum tipo de capricho. –Eu preciso estar perto dela, entende?

    Hyoko ficou em silêncio.

    -Tudo bem. –Disse. –Mas vai à escola primeiro. Sai de lá e pode ir para o... Para o hospício. Mas leve o celular e mantenha-o ligado, querido.

    -Tudo bem. –Yosh disse abraçando a mãe.

    Ela pareceu ter ficado surpresa com o gesto. Sempre era ela quem tinha que abraçá-lo ou beijá-lo.

    Quando Yosh a soltou ele foi direto para o quarto, não ficou encarando a mãe ou conversando com ela.

    No quarto ficou imaginando como Sabatha poderia estar naquele momento. As coisas que ele imaginava não eram legais, e ele sabia que a mente humana era uma arma perfeita de tortura, sempre mostrando algo parecendo pior do que realmente é. Em sua mente ele via um hospício de filmes. As luzes ficavam piscando, tinha ratos correndo nos cantos dos corredores e Sabatha estava acorrentada a uma cama de ferro, dizendo palavras sem sentido com os olhos fixos em um ponto da parede.

    Ele sacudiu a cabeça tentando mandar aquelas imagens pra bem longe. Tentou pensar em alguma coisa sadia, mas não estava sendo fácil. Um minuto depois de ver Sabatha no hospício Yosh a viu no cemitério. A menina, deitada sobre o túmulo de Dimitri, chorando. Ele se sentiu mal por ter sido um péssimo amigo. Se estivesse com ela, dando força, aquilo não teria acontecido.

    Yosh ligou o computador para fazer uma pesquisa. Pesquisa sobre uma coisa que ele descobrira que existia há pouco e que o deixava muito feliz.

    Quando começou a pesquisar não foi muito específico. Apenas digitou "Diamantes".

    As respostas não foram as melhores. Descobriu várias lojas que vendiam diamantes, mas não era o que ele estava procurando. Na segunda pesquisa ele colocou a palavra "trevas" depois de diamantes e descobriu que uma empresa estava lançando uma coleção com diamantes negros, nada relacionado a magia. Procurou por diamantes na mitologia, mas não encontrou nada também.

    Aquilo era frustrante demais.

     Pouco antes de desligar o computador Yosh viu uma mensagem de Yumi, mas não a respondeu. Era uma mensagem antiga dela, de um dia depois de ir embora. Ela estava falando sobre o show e a sensação de estar perto de Joey. Seria um ótimo assunto se ele fosse um fã e estivesse se sentindo bem.

    -Você ainda não está bem, está? –Kato perguntou entrando no quarto.

    -Não. –Yosh disse sem olhar para ela. –Mas eu vou ficar.

    Ele pensou que ela fosse sair, mas a menina ficou sentada em sua cama.

    -Quer que eu ajude com alguma coisa. –Ela perguntou. –Sou boa em fazer as pessoas rirem, pelo menos na escola eu...

     Yosh virou-se para a irmã. Ficou olhando para ela tentando entender o que estava acontecendo.

    -Você é a minha irmã? A que adora me irritar e me odeia?

    -Sou eu. –Kato disse indo até Yosh. –Não te odeio, mas gosto de te irritar. O problema é que te irritar no momento não tem graça. Você parece estar morto, sabe?

Anelaris - A Caixa de PandoraOnde histórias criam vida. Descubra agora