Sequestro

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Yosh tentou identificar o lugar no qual se encontrava. Não se lembrava de ter entrado no lugar antes. Tinha uma cama de solteiro no canto direito do quarto, diante da cama tinha uma mesinha com um computador ligado. Ao lado da mesa do computador tinha uma estante com vários livros e uma cômoda estava na outra parede.

Yosh foi até o computador. Viu que tinha um texto sendo escrito, mas não conseguiu identificar quem o estava escrevendo. Ele queria poder tocar nas coisas enquanto estava nos sonhos. Se conseguisse fazer isso só teria que minimizar a janela e provavelmente veria uma foto do dono do quarto.

-Foi maravilhoso demais. –Yosh ouviu uma voz.

Uma voz que ele conhecia.

Virou-se para a porta e viu Bruno entrando no quarto. Ele estava com a roupa que usara no Museu. Bem, a blusa já tinha sido trocada. Nas mãos ele carregava um par de sapatos que pareciam ser muito caros.

-Que bom que se divertiu. –Disse uma mulher, que Yosh identificou como sendo a mãe de Bruno devido a semelhança entre os dois, colocando apenas a cabeça para dentro do quarto. –Agora é melhor que vá dormir.

-Já vou. –Bruno disse colocando o sapato ao lado da cama. –Só preciso terminar esse texto. Prometi no meu blog que faria uma postagem sobre como tinha sido a ida ao museu. Falei que teria fotos, mas nem deu. Aqueles seguranças ficavam como papagaios nos nossos ombros.

A mulher olhou para Bruno com um sorriso. O mesmo que Yosh já vira no rosto de sua mãe muitas vezes.

O que eu estou fazendo no quarto do Bruno? Yosh se perguntou. Ele é uma mala sem alça, não posso negar, mas daí a ser um perigo?

Yosh deu uma volta sem sair do lugar. Queria ver se havia alguma coisa que pudesse, realmente, ser perigosa no quarto. Ele teria dito que não tinha nada perigoso no quarto se não fosse pela sensação ruim que começara a sentir.

Era parecido com o frio que sentira no show de Joey Tempestade, enquanto usava o colar feito com a pedra roxa.

Ele está aqui. Yosh pensou.

Bruno desligou o computador. Quando ele se levantou ficou parado, olhando para a porta. Yosh seguiu seus olhos e viu que a fumaça saia de trás da porta.

-Mas o que... –Bruno disse aproximando-se da porta. –Quem é você? –Perguntou.

Ele estava cara a cara com Auros.

Uma pessoa normal teria se desesperado, teria corrido ou até mesmo pulado pela janela. Mas Bruno parecia estar bem calmo.

Auros não disse nada.

Corra! Yosh pensou. Corra enquanto pode.

-Espera! –Bruno disse com o dedo apontado para Auros. –Eu te conheço. É aquele garoto do colégio. O que disseram que morreu, não? Como era mesmo o nome dele? Dimitri. Isso. Esse era o nome. É você, não?

-Sim. –Auros disse. –E não. Sou bem mais do que isso.

-Sim. –Bruno disse. –Tem alguma coisa diferente em você. Alguma coisa me diz que eu deveria correr, mas... Você está no meu quarto, meu território.

Auros riu.

-Eu tenho uma proposta para te fazer. –Falou sentando-se na cama de Bruno. Ele ficou olhando para as próprias garras com os olhos vermelhos.

-Uma proposta? –Bruno disse sentando-se na cadeira do computador. –Acho que antes de ouvir qualquer proposta gostaria de saber o que uma pessoa que deveria estar morta está fazendo no meu quarto no meio da madrugada.

Anelaris - A Caixa de PandoraOnde histórias criam vida. Descubra agora