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Esse capítulo contém gatilho e é bem pesado‼️‼️

Acordo com a claridade incomodando meus olhos, levanto com dificuldade e vejo que eu ainda estava no sofá de Aidan com uma coberta por cima de mim.

— Caralho. — Levanto rapidamente lembrando dos meus pais.

Não avisei que horas chegaria e nem avisei que ia dormir fora.

Pego meu telefone rapidamente e disco o telefone do meu pai.

— Onde você esta S/n? — Meu pai grita na chamada.

— Pai me desculpa, eu acabei dormindo na casa da Hannah e esqueci de avisar. — Digo e ouço sua respiração pesada.

— Ta bom. — Meu pai diz e desliga a chamada.

Nem esperou eu terminar de falar e nem brigou comigo, que estranho.

— Acordou? — Aidan diz chegando com uma xícara na mão e me entregando.

— Acordei no desespero, esqueci de avisar aos meus pais, engraçado que meu pai nem brigou, muito estranho. — Digo bebendo o suco de maracujá no copo.

— Ta com fome? — Aidan pergunta e eu assinto. — Vou fazer o almoço.

Volto para o sofá e me deito mexendo no meu celular e vendo as redes sociais.

Depois de alguns minutos começo a sentir o cheiro da comida, Aidan sabia cozinhar muito bem.

O cheiro me atraía até a cozinha, vejo Aidan mexer nas panelas e ele usava um avental de cozinheiro, dou uma risada com a cena chamando a atenção do moreno.

— Que foi? — Aidan pergunta.

— Adorei o avental. — Digo dando risada.

Aidan revira os olhos mas não deixa de soltar um sorriso.

— Tá fazendo o que? — Pergunto abraçando seu corpo por trás.

— Estrogonofe de frango. — Aidan diz orgulhoso.

Ouço a campainha tocar, vou andando até a porta.

— Quem é? — Pergunto esperando uma resposta do lado de fora.

Ninguém responde.

— Deixa que eu vejo. — Aidan diz secando sua mão no pano de prato e indo até a porta e a abrindo logo em seguida.

Vendo a pessoa que eu achei que seria impossível de ver aqui.

— Pai? — Pergunto com os olhos arregalados.

— Então você ainda tá com esse canalha? — Meu pai diz entrando na casa e fechando a porta.

— Pai, eu posso explicar. — Digo desesperada.

— Cala a boca sua vadia, eu tomo conta de você depois. — Meu pai diz e eu recuo pra trás assustada.

O homem vai até Aidan lhe dando um soco fazendo o moreno cair no chão com o nariz sangrando.

— PARA POR FAVOR. — Digo avançando no homem mas o mesmo me empurra no chão me fazendo bater a cabeça.

— Seu desgraçado, você gosta de namorar novinhas né? — Meu pai diz chutando a costela de Aidan o fazendo gritar de dor. — Se aproveitar delas, seu pedófilo desgraçado.

Meu pai dava socos em Aidan que estava quase desmaiando e eu não podia fazer nada, eu estava me sentindo uma inútil e idiota.

— Pai, por favor. — Me levanto com dificuldade e tento o empurrar pra longe mas ele era muito mais forte que eu.

Aidan estava encharcado de sangue, quanto mais meu pai batia mas ele estava a ponto de morrer.

— PARA PAI. — Pego uma frigideira e bato em sua cabeça. — ELE TA DOENTE, NÃO BATE NELE.

Meu pai larga Aidan no chão totalmente machucado e vem até mim puxando o meu cabelo.

— Você me desobedeceu, você vai pra um colégio interno. — Meu pai diz e eu ja me derrubava em lágrimas. — Vamos embora, agora!

Nego com a cabeça e tento ir até Aidan que ainda estava caído no chão mas sinto um puxão de cabelo novamente.

— VAMOS EMBORA, ANTES QUE EU CHAME A POLÍCIA. — Meu pai grita.

— Não, a polícia não. — Digo desesperada. — Eu vou embora com você.

A este ponto eu já estava derrotada e totalmente machucada, tanto por fora e tanto por dentro.

Meu pai abre a porta e sai andando até o seu carro estacionado na rua.

Olho pra Aidan que estava se levantando aos poucos do chão, seu rosto estava todo machucado e sangrando.

— Me desculpa. — Digo o abraçando. — Me desculpa de verdade.

Aidan retribui o abraço com dificuldade, ele resmungava de dor.

— Pode ir s/n, eu não quero te prejudicar mais ainda. — Aidan diz fraco. — Me deixa aqui.

— Eu vou voltar, a gente vai fugir daqui, eu prometo. — Digo segurando seu rosto com calma.

— Por quê? olha o que eu fiz com a sua vida, a gente não pode continuar assim, eu não quero te prejudicar, quero que você seja feliz s/n. — Aidan diz e eu nego.

— Não, não vou te deixar. — Digo. — E sabe por quê? porque eu te amo Aidan.

Aidan me olha surpreso mas ao mesmo tempo com carinho mesmo com seu rosto machucado e sangrando eu conseguia decifrar suas expressões.

— Eu te amo. — Aidan diz e eu dou um sorriso com os olhos marejados.

— Eu tenho que ir, mas eu volto, eu te prometo. — Digo lhe dando um selinho e levanto do chão saindo de sua casa.

Entro no meu carro e sigo o carro do meu pai que dirigia na frente, eu estava com medo do que ele faria comigo.

Alguns minutos depois chegamos em casa, Meu pai entra em casa andando com rapidez e batendo seus pés pesados no chão.

— Você. — Meu pai diz apontando o dedo pra mim.

Recuo pra trás quase caindo no chão.

— Você vai pra um colégio interno, nunca mais vai ver seus amigos e nem sua família, nunca mais. — Meu pai diz chegando mais perto de mim.

— Não me bate, por favor. — Coloco os braços no meu rosto para não ser atingida.

— Você merece apanhar mesmo, minha vontade é dar vários socos nessa sua cara de vagabunda, é isso que você é, uma vagabunda que fica dando pra homens velhos. — Meu pai diz tirando as mãos do meu rosto e me dando um soco me fazendo cair no chão.

Eu não tinha mais lágrimas pra derrubar, eu estava traumatizada e totalmente quebrada.

— Vai pro seu quarto. — Meu pai diz. — E não saia de lá, não quero ver tua cara.

Levanto com dificuldade e passo pelo homem com rapidez e corro até o meu quarto o trancando e não tendo mais forças pra andar acabo caindo no chão e as lágrimas desciam novamente.

Meu peito doía, eu não conseguia respirar, as palavras dele se repetiam na minha cabeça, eu nunca ia me esquecer do que eu escutei, e eu vou carregar isso pelo resto da vida.

Coloco a mão em minha cabeça sentindo um líquido pelo meu couro cabeludo, tiro a mão e a olho vendo que era sangue, meu pai me jogou tão forte no chão que eu bati minha cabeça.

Meu nariz sangrava também.

Sem forças pra levantar acabo me deitando no chão tremendo de medo.

Eu acho que eu nunca mais seria a mesma menina depois disso.

Tʜᴇ sᴜʙsᴛɪᴛᴜᴛᴇ ᴛᴇᴀᴄʜᴇʀ ᵃⁱᵈᵃⁿ ᵍᵃˡˡᵃᵍʰᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora