Capítulo 01 - Lara

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-Você podia parar de reclamar um segundo?!

Nesse momento, qualquer um diria que foi uma exclamação simples. Nada demais, Lara. Mas ouvir isso com as pernas abertas à força, de um babaca bêbado que acabou de escutar você contando sobre o seu dia no trabalho foi bem mais do que suficiente para que eu perdesse o controle.
E o babaca bêbado é meu noivo.

-Não quer ouvir reclamações? Tire a mão de mim!

- Vai continuar me negando? Já fez isso hoje mais cedo, qual o seu problema? - nesse momento ele finalmente larga minhas pernas, mas continua segurando minha nuca perto da boca dele.

-Eu estava atrasada mais cedo. E agora, graças a todas as reclamações de minha chefe, estou exausta! Eu sempre faço o que você quer, Antônio. Uma única vez...

-Eu pareço um perdedor Larissa? Eu não posso passar um fim de semana sem sexo! Da próxima vez pense bem antes de aceitar um emprego que te faz trabalhar no sábado.

-Vai a merda. - sussurrei, sem coragem de dizer aquilo ao homem dos meus sonhos.

-Repete - ele falou, apertando mais forte a minha nuca. Okay, talvez ele não seja o homem dos meus sonhos.

Mas o cara perfeito não existe, não estamos em um livro. O sexo não tem que ser avassalador e o dia-a-dia não são flores. Além disso, meus pais me matariam caso me afastasse de Antônio. Ele é um homem bom, e com homem bom quero dizer rico, bonito e poderoso.

Penso em tudo numa fração de segundos, e decido seguir a razão.

- Me desculpe querido, amanhã irei recompensar. Tenho que dormir, não posso perder a missa.

-Veja se não vai vestida como uma virgem novamente - ele bufa, vendo que não irei dormir com ele hoje - as pessoas vão começar a pensar que sou incapaz de comer você. E sabemos que esse seu problema não é culpa minha.

Concordo, e finalmente vamos dormir. Bom, ao menos ele vai. Eu fico me lembrando do dia que descobri que odiava fazer sexo.

3 anos atrás perdi minha virgindade com Antônio em seu carro. Sei que todos dizem ser algo delicioso, mas para mim foi algo horrível. Senti medo, dor e frustação.

Quando conversei com minha mãe, ela afirmou que sexo não era como os filmes. As mulheres não sentiam quase nada. Quando perguntei o porquê faziamos então, ela respondeu:

-Deus nos fez de sua costela. É nosso dever agradar nossos homens. Por que ele te suportaria de graça? É um pecado desagradar seu namorado assim, onde já se viu? Procure o padre amanhã.

E assim o fiz. Quando me confessei, ele aconselhou que eu fizesse o que ele pedisse, e disse que o meu problema era odiar sexo. Meu homem não deveria sofrer por abstinência por isso.

Então fiquei extremamente feliz quando Antônio disse que não me largaria, mesmo eu sendo deficiente. Agora que nem virgem mais eu era, homem algum iria gostar de uma garota que odeia sexo. Ele faria essa caridade para mim, desde que eu não lhe negasse nada.
Eu jamais poderia decepcionar Antônio dessa maneira novamente.

Eu Vou Fazer Você GostarOnde histórias criam vida. Descubra agora