Capítulo 03 (Lara)

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Saio da igreja à passos largos. Não sei o porquê de estar fazendo isso, mas as palavras do rapaz me incomodaram imensamente.
E por algum motivo, preciso ficar a sós com ele.

Quando me viro, ele já está me alcançando. Então continuo o caminho sozinha esperando que me siga. Vou para a parte de trás da igreja, e espero por ele pulando o portão de ferro. Ele sorri com o gesto, e pula também. Só então parece perceber onde estamos indo.

-Isso... é um cemitério?

-O maior de todo o estado. Por que acha que essa igreja é tão imensa? Venha.

Ele me segue até o fundo do cemitério, onde nem conseguimos mais avistar o portão, tamanha a quantidade de lápides enormes já atravessamos.
Finalmente chego onde pretendo.

-Aqui, suba comigo! - falo escalando uma tumba enorme, daquelas onde fazem um quarto para mais de um membro da família. Me sento no topo da construção. Ele logo me alcança, com uma expressão de dúvida. Então eu aponto para a vista que estou observando.

-Isso... é lindo? - diz surpreso, quase em tom de dúvida. A vista se resume a o declive de um morro, onde estamos, dando em um precipício gigantesco. Abaixo, temos um rio enorme dentro do precipício, e do outro lado dele um campo de flores, dos mais variados tipos. Um oceano termina a vista ao fundo, com uma margem de areia bem curta.

-Esse lugar é meu paraíso, venho aqui desde novinha. - solto essa informação, mesmo sendo algo que ninguém sabe sobre mim.

-Você me deixou sem palavras... mesmo que não tenha mais nada na cidade, esse lugar já merece um cartão postal.

-Pois tem muito mais coisas. Posso te mostrar se quiser. - não posso não. Antônio me mataria caso saísse por ai com um cara qualquer.

-Pode? Seu noivo não acharia ruim? - diz olhando pra minha mão, onde um diamante maior que meu polegar está depositado em dois aros finos de prata que se enroscam um no outro.

-Meu noivo vai achar péssimo - falo, e sorrio involuntariamente no mesmo segundo. Ficamos assim, nos olhando, até que o rapaz faz um movimento em minha direção que não entendo completamente até sentir seus lábios nos meus.

Congelo. Nunca beijei outro homem que não fosse Antônio, mas aquele homem não era nada como ele. Os dois são altos, e as semelhanças acabam ai. Meu noivo é um CEO de uma companhia de construção, e só está nessa cidade para fundar uma nova sede para a empresa, que comandará obras de condomínios por todo o estado. É loiro escuro, tem olhos azuis, e uma pele bronzeada artificialmente, já que Larissa sabia muito bem que ele odiava pegar sol. Era magro, e apesar de não ser musculoso, tinha um corpo torneado e chamativo.

Mas não pensei em nada disso quando finalmente percebi sua boca na minha. Tudo o que eu pensava era que eu precisava de mais.

Abri levemente a boca para que intensificasse os beijos, e o homem prontamente atendeu meu pedido silencioso por mais. Mordiscou meus lábios e introduziu a língua na minha boca, iniciando um beijo intenso e sensual. Jamais fui beijada daquela forma.

Eu Vou Fazer Você GostarOnde histórias criam vida. Descubra agora