Capítulo 04 (Lara)

2K 130 1
                                    

Suas mãos, até agora sendo usadas para não cair do telhado onde estávamos, agora estavam em minha nuca, me puxando para perto.

As minhas foram para o local o qual eu não conseguia desviar os olhos: seus ombros. Senti os músculos por cima da camiseta branca, colada de tal forma que desenhava seu corpo com perfeição.  Desci as mãos pelo seu peito, sentindo cada detalhe, absorvendo seu calor aos poucos.

Estava totalmente consciente a cada movimento que fazia em minha boca. Brincava com minha língua, sugando e mordendo, passava os lábios nos meus para respirar, e voltava a me beijar intensamente. Uma de suas mãos estava em meu cabelo, ora acariciando, ora puxando para que inclinasse a cabeça, e ele pudesse beijar meu pescoço. A outra mão passeava em meus braços, cintura e coxa, o máximo que podia sentado ao meu lado.

Como se lesse meus pensamentos, nesse momento ele me pega com as duas mãos na cintura, e diz pra segurar seus ombros. Obedeço, cega pelo seu toque, e em como fazia minha barriga formigar, e minhas pernas enfraquecerem. Me puxou para o seu colo, virada para ele, com as coxas encaixadas em sua cintura.

Enlacei seu pescoço com as mãos e mal sentei em seu colo, já o estava beijando novamente. Suas mãos subiram pelas minhas costas, por baixo da regata, e os dedos ásperos criaram sensações maravilhosas em minha pele. Eu continuava passando a mão pelos seus músculos, mas fui para suas costas quando sua mão agarrou toda a minha bunda.

Arfei, enfiando as unhas em sua pele, e ouvi sua respiração acelerar enquanto me apertava com as duas mãos -gostosa demais...- sussurrou no meu ouvido, e pela primeira vez em minha vida acreditei nessa afirmação.

-Su... - Não. Não sou dele. Sou de Antônio. Meu noivo. Parei de beija-lo bruscamente, e me afastei o máximo que podia considerando estar presa em seu colo, com suas mãos na minha bunda. - o que estou fazendo?

Ele me olhou confuso, e então compreendeu rapidamente. Tirou as mãos de mim e ajudou-me a descer. Ainda estava com uma expressão envergonhada quando chegamos ao portão do cemitério. Nenhum dos dois falava.

-Olha, me desculpe. O modo como falou de seu noivo... acho que interpretei tudo errado. Me desculpe, de verdade. - ele parecia extremamente culpado. Parece que não era o tipo de coisa que costumava fazer. Nem eu.

-Olha... eu não sei o que deu em mim. Isso não costuma acontecer nem com meu noivo... digo, fiquei confusa e...
- Espera, o que disse? - ele me interrompeu.

-Eu... eu fiquei confusa.  - notei na mesma hora que havia falado demais.

-Disse o que sobre seu noivo? Como assim nunca acontece isso? - ele estava confuso e parecia segurar o riso.

-Bem, eu não costumo beijar dessa forma... na verdade eu não tenho vontade de fazê-lo.

- Vai casar com alguém que não gosta de beijar?!

-Não! É que... olha, você não entenderia... - disse olhando pro chão. Era impossível encarar aqueles olhos cor de mel sem desejar se lambuzar nele. Espera, o quê?

-Por favor, me explique.

-É que eu tenho um problema, que bem... eu não gosto de fazer essas coisas. - ainda olhava para o meu sapato.

-Não gosta de quê?

-De qualquer tipo de relação... - admiti finalmente.

-Não gosta de relação? Está dizendo que odeia beijar?!

Ele parecia mais perdido que qualquer coisa. Mas escondia um riso sarcástico, talvez por educação.

-Eu... eu odeio sexo. Beijo... tudo.

Eu esperava muitas reações, mas a gargalhada escandalosa e estridente que ouvi não passou nem por um segundo pela minha cabeça.

Eu Vou Fazer Você GostarOnde histórias criam vida. Descubra agora