Witches, elves and... humans? [ Taekook - Soulmates]

Jeon Jungkook

Jimin conseguia sentir a presença do felino enquanto corria floresta adentro. A marca em sua testa formigava, lhe guiando naquele caminho às cegas. A folhagem azul e rosa o deixava zonzo e o bruxo sentia que deveria ir embora dali o mais rápido possível, de preferência para um lugar seguro. Sentia-se observado, mas não sabia dizer se era real ou apenas a sua mente paranoica. Conhecia as histórias que cercavam aquela floresta bizarra.

O Park parou, respirando fundo enquanto apoiava as mãos no joelho. Tudo estava tão silencioso. Observou bem onde encontrava-se — já estava perdido e bem longe da trilha — havia diversas pedras, algumas flores que variavam em tons frios, árvores com desenhos diversos, cipós e frutos multicoloridos, variados cogumelos e dentes de leão luminosos no chão. O céu continuava a mesma aquarela de cores pela aurora boreal junto da lua que não se deixava abater ao brilhar em toda a sua glória.

O único barulho provinha do vento suave que balançava os seus fios amarelos. Algo estava muito errado, podia sentir a presença próxima do gato fujão, porém não conseguia encontrá-lo em meio a toda aquela vegetação. Continuou a andar devagar dessa vez, sentindo um frio na espinha. Os seus instintos berravam perigo ao pé do seu ouvido, instigando-o a olhar para os lados toda hora em busca de algo que não sabia dizer o que era.

Foi quando viu as escamas negras cintilantes passarem próximo de si. Prendeu a respiração no mesmo instante ao travar no lugar, sentindo o coração na boca e as mãos geladas. O enorme réptil deveria ter mais de dez metros, arriscaria uns quinze. O grande animal sequer deu atenção ao bruxo, estando mais concentrado na figura de pelos negros parada mais a frente.

O gato preto parecia perdido e completamente desorientado enquanto olhava para todos os lados assustado. Sentia a presença de algo ruim o perseguindo por aquela floresta, como se fosse uma energia negativa. A testa coçava e incomodava, tornando ainda mais difícil a tarefa de tentar se localizar, mesmo que fosse inútil quando não conhecia aquele lugar.

A cobra espreitava o seu próximo alimento. Animais espectrais tinham um sabor diferente, sendo mais apetitosos e difíceis de se encontrarem sozinhos. Eram as presas favoritas dos répteis mágicos. O animal estava se preparando para dar o bote, avançando na direção do gato com as enormes presas amostra e a boca aberta.

Jimin viu toda a sua vida passar pelos seus olhos ao entrar na frente do ataque feroz da cobra. Fez uso de um feitiço para ganhar velocidade e avançar na direção do gato, pegando-o no colo com a intenção de protegê-lo.

— Maximum praesidium!¹ — gritou com toda força.

Um escudo roxo feito de magia os envolveu como se fosse uma redoma de aço, os protegendo do primeiro ataque, mas a cobra não parecia satisfeita, voltando a atacá-los mais uma vez ao tentar abocanhá-los. O som das presas faziam um barulho alto e agoniante ao tentar atravessar o escudo.

O gato tremia e tentava fugir enquanto se debatia, sendo segurado com mais firmeza por uma das mãos do bruxo, a outra se mantinha erguida, emanando energia necessária para manter o escuto intacto. A serpente não parecia disposta a deixá-los em paz.

Jimin mordeu os lábios para conter o grito de dor ao sentir o braço ser mordido com força pelo felino. Aquilo ardia como o inferno e acabou rosnando pelo incômodo quando foi obrigado a soltá-lo. Os seus olhos assumiram uma coloração roxa quando risadas foram ouvidas. Ainda estavam dentro da redoma de magia.

A cobra se afastou, agindo como um animal dócil quando mais risadas foram ouvidas. Algumas borboletas negras como a noite com as asas cintilantes apareceram, seguindo em direção ao réptil, fazendo com que aparecesse uma fada noturna.

— Merda! — Jimin praguejou, o tom roxo dos olhos se tornando ainda mais intensos. A sua magia queimava dentro de si como se fosse infinita.

Quanto mais próximo estivesse e melhor fosse a sua relação com a sua metade espectral, mais forte um bruxo se tornava, porém a única coisa que poderia uni-los naquele momento era o medo de morrerem, não era o melhor sentimento do mundo.