Apenas mais uma de Amor

O Sonho

Realização de um Sonho. Era isso que estávamos vivendo desde que eu saí do BBB. Cantar na final do Programa era um sonho pra mim e pra Israel. Durante todos esses anos de trabalho nos sempre almejávamos que nossa musica tocasse nas festas do programa. Já perdi a conta de quantas festas assisti até de manhã, esperando que uma moda nossa tocasse, mas não acontecia. No programa passado até tocou uma música na casa, enquanto a Rafa estava na cozinha, mas mesmo assim não foi o estouro que foi com a minha participação esse ano.

Além de cantar na final, a nossa música estava estourada. Na verdade, nossas músicas né? Todo mundo estava procurando saber quem éramos e consequentemente ouvindo nossas canções. Isso era muito mais do que imaginávamos quando contei que entraria pro programa. Como vocês já sabem a minha participação foi uma resposta divina. E quando é assim, não podemos duvidar do que de bom pode vir pra nós. "Presente do céu a gente não enjeita", já dizia a letra de uma musica nossa, Sinal. 

Confesso que quando saí da casa, pelo clima que estava lá dentro, não achei que minha vida aqui fora seria fácil, mas como já disse, Graças a Deus, saiu tudo muito melhor do que o esperado. Nossas músicas estavam estouradas, muitos contatos para publis, participações em programas e feats com cantores que eram referencia pra nós. 

O programa me proporcionou uma visibilidade muito boa e positiva. Minhas redes sociais só cresciam e meu engajamento estava aumentando cada dia mais. Não que eu me importe com essa questão, mas não poderia reclamar do que estava vindo. Com a visibilidade, vieram as namoradas. Só depois de que saí da casa já tinham me arrumado pelo menos umas quatro mulheres diferentes, era uma pra cada fim de semana. Tá bom, algumas eram verdade sim, mas eu não estava namorando ninguém, nem tenho cabeça pra isso agora. Estou muito focado na minha carreira e trabalhando muito, Graças a Deus. Mas o programa ainda me trouxe um novo tipo de fandon. Os fãs de Rodolffo e Juliette.

Os nomes são variados, os mais conhecidos são as Rodettes e Judolffos. Estava muito engraçada essa história. Onde eu ia o povo só falava de Juliette. Confesso que no início não entendi muito bem. Não tinha certeza do que estava sentindo. A pressão no programa era muito grande e a maneira como saí me fizeram ficar um pouco perdido com tudo isso. Mas quando comecei a assistir os vídeos de edits que os fandons faziam, comecei a entender o que eles estavam sentindo e vendo. Não é que parecia mesmo que eu mais Juliette estávamos apaixonados. Eu ria muito da situação. E passava horas vendo os vídeos da gente e rindo do comentários dos nossos fãs. Além disso, aqui em casa estava cheio de presentes, fotos, quadros, enfim, nos não chegamos a ser um casal, mas para os fãs éramos mais do que isso.

Nas entrevistas eu tentava não responder sobre a Ju, mas era quase que inevitável. Por muitas vezes, falei coisas sem pensar para encerrar o assunto, mas os sites usaram de forma negativa. Preferi não falar mais nada e deixar as coisas acontecerem. Afinal ela ainda estava na casa e pelo que me falaram de paquera com o Fiuk. Depois que sai não tive mesmo tempo de ver o programa. As poucas coisas que sabia era por causa da Bella e do meu pai, que já estava se achando o sogro dela. Muito legal ver esse carinho que todos tinham pela Ju aqui em casa e no Brasil. Lá na casa nós não soubemos entende-la ou achamos que alguém como ela era uma personagem, mas eu sei que não era. Cada conversa que tivemos lá dentro foi sincera e ficou guardada no meu peito, como uma amiga que quero levar pra vida.

Claro que não posso negar que ela era linda demais. E aquele cabelo, ah aquele cabelo me deixava louco. Nós dois entramos na casa com intuito de não formar casal. Isso ficou claro para nós nas primeiras semanas, então não foi um problema. Lógico que tínhamos uma química, alguma coisa diferente entre nós e que se fosse em outra situação eu teria ficado com ela sem sombra de dúvidas. Mas criamos uma cumplicidade muito grande ali dentro e sabíamos que não poderia acontecer dentro da casa. Mas como sempre digo, aqui fora não tem câmeras.

Depois da emoção surreal de cantar na final do programa, nos preparamos para participar do Dia 101. Esse encontro estava me deixando um pouco tenso. Não sabia como o povo ia reagir comigo. A história da minha saída, o modo como tudo foi conduzido, me magoou muito. Por isso, optei por ficar na minha. Falei com todo mundo, mas conversei mais com Caio, Arthur e Projota, os dois que já tinha encontrado do lado de fora de casa. E claro com a Ju, mas resolvi dar espaço a ela. Sabia que todo mundo estaria em cima dela por amizade ou pra se desculpar. Quando ela veio falar comigo fiquei muito feliz. Era como se tivéssemos nos visto no dia anterior na casa. Nada tinha mudado. Conversamos sobre várias coisas, contei do nosso shipper, do meu pai, dos contatinhos, enfim, sobre nossa vida.

Saímos da casa e nos preparamos para a Lavação de Roupa Suja com Vivian e Bruno. Estava preocupado com esse programa também, não sabia as imagens que iriam mostrar. Ainda bem que foi tranquilo pelo menos pra mim. Rolaram algumas saias justas com algumas pessoas, mas o saldo foi positivo. Depois fomos para os camarins aguardar a entrega dos prêmios da Rede BBB. Estava concorrendo em algumas categorias e uma delas era de Shippados com a Ju. Do jeito que o fandon estava, já sabia que podíamos ganhar. Antes de nos anunciarem sentei perto da Ju e fiz uns stories com ela, perguntado sobre a nova vida como campeã do BBB 21. Tudo fluía normalmente, nossa conexão e amizade estavam intactas. Acho que fui o único que tive coragem de fazer stories com ela.

Enquanto conversávamos, falaram para nos preparar pois seriamos os próximos a entrar. Ganhamos o premio de Shippados. Foi muito legal. A Ana Clara e o Rudson nos deixaram super a vontade. Brincamos, dançamos, a Ju fez questão de falar mais uma vez que fugi dela, tiramos foto com o prêmio e saímos. Quando saíamos dei o braço pra ela, que aceitou e saímos dançando. Como já era de se esperar da Ju, enquanto passávamos pelo corredor, ela tropeçou e se eu não a seguro ia direto pro chão. Puxei ela pra mim e me senti como já tinha me sentido na casa quando dançávamos, mas lá eu não podia fazer nada, mas aqui fora, o que me impedia?

De repente me vi ali com ela, sozinhos. Numa fração de segundos, parei, puxei ela pra mim. Olhei bem nos seus olhos, tirei uma mecha do cabelo que estava em seu rosto, já segurando sua nuca. Não pensei duas vezes e beijei aquela boca que tanto evitei dentro da casa. Nossas bocas se encontraram e o beijo foi perfeito. Exatamente como tinha que ser. E ela correspondeu e pareceu gostar também. Nos soltamos e eu pedi desculpas, mas disse que era o que queria fazer há tempos. Ela nem soube o que responder.

Nos sentamos no sofá e comecei a gravar um storie perguntando o que tinha acontecido. Ela como sempre arengou comigo, mas o clima era leve. E eu estava muito feliz com aquele beijo roubado. Ainda não sabia ao certo o que estava acontecendo, ou o que iria acontecer, só sei que aproveitei o momento e não me arrependo, faria de tudo de novo. Terminamos as gravações e nos despedimos sem tocar no assunto do que tinha acabado de acontecer. Sabia que agora dependia de mim. Já estava com o seu WhatsApp. Mas o que iria escrever? O que eu ia dizer? O que eu estava sentindo? E crochê complicado que eu arrumei...

"Quem encontrou o último primeiro beijo

Tem coisas na vida que quando chegam

A gente nem acredita só os abre os braços e fecha os olhos e aceita

Presente do céu a gente não enjeita

Mas quer saber

Onde foi

Como foi que eu me apaixonei?

Eu não sei, eu só sei que sei"