Apenas mais uma de Amor

A Realidade

Estava de volta pra minha terra e nos braços de Rodolffo. A sensação era de estar em casa. De volta ao meu aconchego. Nunca pensei que essa música faria tanto sentido pra mim. Parecia mesmo estar mergulhada na felicidade sem fim. Pena que essa sensação não duraria muito, já teria que encarar a dura realidade. E dessa vez, ela seria mais dura ainda.

Minha noite tinha sido perfeita com Piruca. O homi já me recebeu cheio de fogo e não posso negar que amei. Estava com tantas saudades dele. De sentir seu cheiro, seus beijos e principalmente, de poder morar no seu abraço. Era ali que me sentia em paz e com a sensação de lugar certo. Era louca essa sensação, mas desde dentro da casa, o abraço dele já me causava isso. Estar vivendo essa realidade paralela com ele, fora da casa estava sendo muito bom pra mim. Era um dos momentos em que podia esquecer a loucura que estava a minha vida.

Nem lembro da hora que dormi. Só lembro que acabei de comer, Piruca estava no banheiro e eu deitei na cama para espera-lo. Acordei com o telefone tocando. Era Débora, tava doida atrás de mim. Levantei e fui me trocar para ir. Era uma tortura levantar pra ir embora e deixar aquele homem lá deitado na cama. Lindo, só de cueca box, um verdadeiro desacato. Ele também acordou com o toque do meu celular e só ficou me observando sair toda esbaforida. Dei um beijo nele e disse que nos falaríamos mais tarde. Ele fez que sim com a cabeça e continuou me olhando. Sabia que ele não gostava que saísse daquele jeito, ainda mais sabendo do meu cansaço, mas ele não falou nada. E nem precisava, eu sabia exatamente o que seu olhar dizia e até concordava com ele, mas não tinha escolha. Ou melhor, eu já tinha feito minha escolha, não poderia fraquejar.

Encontro meu segurança e partimos para os locais de gravação. Quando chego sou recebida com olhares de reprovação. Não gosto e já vou logo avisando que é pra mudar as caras, se não ficariam com rugas, logo, logo. Eles não gostam muito, mas não tem opção. O trabalho estava uma loucura mesmo. Era muita coisa pra gravar em pouco tempo. Sem contar que eu ainda tinha que dar algumas entrevistas para jornais locais e programas da Globo. Esse documentário estava deixando tudo um pouco mais complicado, ainda estava me sentido dentro da casa literalmente. E a essas alturas eu estava é de saco cheio disso. Minha vontade as vezes era sumir. Aí me lembrava do meu objetivo maior e me concentrava no que tinha que fazer.

Como tinha dito a Piruca, já tinha ido na casa onde morava antes do BBB. Foi mágico. Um misto de sentimentos. Só fazia chorar. Mas logo tive que me recompor, pois iriamos fazer entrevistas dali também. Tudo estava correndo normal, mas estava sentindo que Debora e Huayna estavam incomodados com alguma coisa. Como não sou de rodeios, já dei logo um jeito de perguntar o que era, como se eu já não soubesse né. Eles disseram que estavam preocupados com minha relação com Rodolffo, já que estávamos em na mesma cidade e que deveríamos nos encontrar o menos possível. Dei uma risada incrédula, pois não estava fugindo em nada do que tínhamos combinado.

Deixa eu contextualizar vocês. Nós combinamos de não expor nada sobre mim e Rodolffo. Evitar interações na internet, como curtidas e comentários. Não responder muitas perguntas sobre o outro. Enfim, tentarmos deixar tudo no off. Mas vocês já perceberam que não estava dando muito certo né. Já estávamos na boca do povo. Se não fosse o nosso acordo com alguns jornalistas de confiança, nossa história já estaria em todos os sites de fofoca. Por isso, quando saia nossos nomes com outras pessoas, era até bom, pois sabíamos que estávamos conseguindo esconder o nosso caso. O combinado era que, quando (e se) fossemos assumir nosso namoro, esses jornalistas e sites teriam exclusividade. Mas estando nós dois na mesma cidade, cantando junto, seria complicado não sermos ligados um ao outro.