Apenas mais uma de Amor

A Bonita

Como cês viram a visita da Ju aqui em casa ia ficar marcada. Não gosto de falar certas coisas para ela, mas sinto que é necessário. Aquela conversa doeu mais em mim do que nela, cês podem ter certeza. Mas não consigo ver ela sofrendo do jeito que ela estava. Eu sabia que era uma pessoa importante pra ela nessa fase. E isso, ao mesmo tempo que me deixava muito feliz, me mostrava a minha responsabilidade.

Em sua primeira crise, quando a Giu me ligou pra dizer que ela não estava bem e se eu poderia conversar com ela pra ela melhorar, tive a real noção do representava. Passado o susto, respirei fundo e comecei a conversar com ela sobre coisas aleatórias, fazendo-a rir. Ajudei ela com a respiração e senti ela se acalmar quando cantei pra ela. Assim que terminei a ligação quis conversar com a Giu para entender o que estava acontecendo. Foi aí que ela me contou que ela vinha tendo algumas crises de ansiedade, que já tinham procurado ajuda média e que era, de certa forma, normal, levando em conta tudo o que tinha acontecido e estava acontecendo na vida da Ju.

Confesso a vocês que meu coração ficou pequenininho. Só queria livrar ela disso tudo, mas conhecendo ela do jeito que conheço, sabia que isso não seria fácil. Desde de dentro da casa, já tinha observado esse comportamento nela. O de querer resolver o problema de todo mundo. Era lindo, mas ao mesmo tempo, muito exaustivo. E não deu outra. Era muita coisa em cima dela. Uma hora o corpo e a mente iam cobrar. Optei por não entrar no mérito das causas do problema, pois tinha certeza que ela tinha real consciência de tudo. Então, eu só queria ajudar. Ser o ponto de apoio, de paz. Eu sabia que quando fizesse a pergunta à ela, tudo viria a tona. Como estávamos juntos pessoalmente, achei a melhor hora para ter essa conversa, que vinha evitando fazer por telefone.

Depois do que conversamos, eu estava emocionalmente acabado. Eu percebi, que ela tinha noção de que precisava mudar, mas não sabia como. Então, falei o que precisava e não quis mais tocar no assunto. Queria que a lembrança desses dias aqui em casa fosse boa. Subi pra tomar um banho, pois o povo já estava chegando pro aniversário do meu pai. Durante esse banho, aproveitei pra limpar minha mente de tudo o que tinha acontecido e decidi esquecer aquele assunto por hora. Quando sai do banho, ela estava linda em minha cama, escondida no edredom, feito uma criança. Demos uns amassos antes de descer e ela foi pro banho. Nosso combinado era eu subir pra avisá-la se podia descer.

As coisas já estavam encaminhadas para a nossa comemoração. Seriam poucas pessoas, então não precisava de muita organização. Meu pai logo chegou. E com ele uns amigos de velha data. Na hora agradeci pelo meu combinado com a Ju. Os convidados ficaram um pouco, cantaram com meu pai e os poucos amigos que estavam lá. Avisei a Ju, que aproveitou para descansar um pouco. Cantamos o parabéns pro velho e os amigos dele foram embora. Estávamos conversando, bebendo agora só com os mais íntimos mesmo. Falei pro meu pai que tinha uma surpresa e subi pro meu quarto. A Ju já estava arrumada e linda. Disse a ela que poderia descer e aproveitei para dar mais uns beijos nela. Vou nem falar que quase não descemos, né?

Quando descemos e meu pai viu a Ju, o homi quase teve um treco. Foi muito engraçado. Ficava muito feliz em ver o carinho de toda a minha família com a Ju e principalmente, o dela com eles. Ela ouvia eles, conversava olhando nos olhos, se interessava pelas histórias deles, até aquelas que ela já tinha ouvido. A nossa noite foi muito gostosa. Rimos, brincamos, bebemos, cantamos, eu passei vergonha, com eles contando histórias da minha infância e adolescência, mesmo assim, amei cada detalhe. Assim que o povo foi embora e ficamos a sós, aproveitamos para ajeitar o restante das coisas espalhadas e acabamos deitados na rede.