Capítulo XVI

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Antes de amanhecer, Zeke levantou. Fiquei envolta nos lençóis vendo-o pegar umas roupas, toalha e produtos de higiene para tomar um banho.

- Preciso que fique aqui no meu quarto até que o navio parta, tudo bem? Provavelmente eles vão saber que você fugiu quando forem entregar seu café da manhã, mas até lá, nos já estaremos bem longe do porto.

- Tudo bem. - Sentei-me na cama, e ele sentou ao meu lado. Afaguei seus fios loiros, e disse: - obrigada, Zeke. Por tirar a mim e essa criança daqui.

Ele sorriu fraco, e encostou sua testa na minha.

- Não precisa me agradecer. Eu te amo. - Disse, com naturalidade.

"Eu te amo."

Ele nunca tinha dito isso pra mim. E sinceramente, eu não sei se o amo. Eu gosto de estar com ele, sua presença me faz bem, se sinto acolhida e protegida. Mas não sei se o amo, com todas as letras e significados que essa pequena palavra tem.

Ele selou nossos lábios, e sorriu novamente. Sorri de volta, e então ele se levantou, e saiu. Ele não parecia chateado por eu não responder. Ele entendia perfeitamente que as coisas não eram tão simples para mim. E agradeço por ele ser tão compreensível.

Fiquei deitada, e peguei no sono novamente.

Fui acordada com o som do navio, o sinal de que estava partindo. Levantei, vesti as roupas de soldado de Marley e fiquei no quarto, esperando que alguém aparecesse. Demorou um pouco, mas bateram na porta.

- Entre. - Eu disse.

Reiner abriu a porta, e sorriu.

- Zeke pediu pra que eu te levasse. Vamos tomar café da manhã?

Amarrei meus cabelos num coque, e segui Reiner até onde Zeke estava. Ele estava com Yelena e Bertholdt, sentado em uma mesa redonda, com várias comidas, e meus amados morangos.

- Você trouxe! Disse, sentando ao lado de Zeke, deixando um beijo em sua bochecha.

- Claro, não poderia deixar de trazer.

- Ah, mas agora não vou mais comer morangos, quando os que temos acabar...

- Por que?

- Porque nas muralhas não tem!

Ele sorriu, e disse:

- Eu pensei nisso. E eu consegui conversar com um dos fazendeiros que fornecia os morangos para o comércio, e eu consegui várias sementes com ele. Podemos plantar em algum lugar quando chegarmos em Paradis. Daí, você sempre terá morangos pra comer.

Abri um sorriso largo. Ele realmente pensava em tudo.

- Ah, Zeke! Obrigada! - Disse, eufórica, o abraçando pelos ombros, deixando vários beijos na bochecha dele.

Ele riu com minha atitude, e ouvi Reiner e Bertholdt rindo baixinho. Olhei para eles, e questionei.

- Vocês dois estão rindo de quê?

Reiner cruzou os braços, ainda com um sorriso no rosto, e respondeu:

- É estranho ver o Zeke assim com uma garota. E mais estranho ainda ver você assim, tão meiga.

- Ao menos vocês me viram com uma garota. E vocês? Nunca os vi com garota nenhuma. Será que os dois brincam juntos? - Zeke provocou, com um sorriso maléfico no rosto.

Os dois amigos arregalaram os olhos para Zeke, completamente sem jeito.

- O q-quê?! C-claro que não, Zeke! Está louco? Eu e o Bertholdt-

Predestinados - Zeke JaegerOnde histórias criam vida. Descubra agora