Capítulo 2

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Laura Morais

Duas semanas depois...

Dito e feito... Não é que aquele mandão tinha razão quando me disse que o carro precisava de reparo?

Desde aquela noite no estacionamento da loja de conveniências o meu carro não funciona mais, nenhum sinal de vida do meu bebezinho.

O dono do loft que eu alugo bem que tentou me ajudar, ele com toda a sua boa vontade tentou fazer o carro pegar com chupeta, mas sem resultado ele acabou se dando por vencido e me indicou uma oficina que ficava a poucas ruas de distância dali.

Não pensem que eu sou uma Maria gasolina porque eu não sou, mas confesso que posso estar bem perto disso. O carro para mim é como um eletrodoméstico, a gente vive sem, mas é de grande ajuda quando se tem um para facilitar a sua vida.

Digamos que aqui no bairro em que eu moro os ônibus não costumam passar com grande frequência, sendo assim, quando passam estão sempre abarrotados de gente, de modo que as poucas vezes que tenho a sorte de o ônibus parar fico espremida como uma sardinha dentro da latinha. Imaginem só.

Enfim, agora entenderam como funciona as coisas por aqui e por esses motivos estou agora caminhando para a tal oficina, segundo as informações do locador do meu loft deve ser por aqui, mas já estou andando há uns quinze minutos e nada. Convenhamos que não era tão perto assim porque andei por mais uns dez minutos até encontrar uma bendita oficina que nem sei se é a que o João me indicou.

Ao chegar na oficina eu a encontro vazia, logo na entrada eu vejo um balcão de vendas e um pouco atrás uma porta aberta que dá para um pequeno galpão que suspeito ser o local onde os carros são consertados. Vou até a entrada do galpão e consigo ver alguém deitado embaixo de uma caminhonete branca.

- Olá! – digo alto para que saibam da minha presença, mas sem resposta decido me aproximar do carro. – Oi, eu chamei lá na frente e como ninguém respondeu eu decidi entrar. – digo já justificando a minha pequena invasão.

- Chuta essa chave de cabo amarelo que está perto do seu pé aqui para baixo por favor? – o cara pediu e eu prestativa chutei.

Mas vejam só, eu chutei mais forte do que deveria e como resposta escutei um belo de um palavrão, logo depois tive o desprazer de ver quem era o mecânico.

Ou seria prazer? – pensei em dúvida.

- Você? – perguntei perplexa quando a figura da pessoa que se fixara na minha mente a duas semanas atrás se materializou bem em minha frente.

- Esperava quem? O Papa Francisco? – perguntou com voz de deboche.

- Mais é um cavalo xucro mesmo! – exclamei irritada já dando as costas para ir embora.

- E você uma princesinha muito mimada. – disse ele com desdém.

- Me poupe de seus relinchos seu ogro.

Ele riu em resposta.

- Muito bem, o que faz aqui em minha oficina Princesa?

- Para começo de conversa eu me chamo Laura, pare de me chamar de Princesa.

- O que deseja Princesa Laura? – ele disse cruzando os braços se mostrando todo imponente.

- Estou aqui a procura de um mecânico e por indicação de um amigo eu procuro por um tal de Rafael.

- Amigo? – ele perguntou quase juntando as sobrancelhas em uma carranca.

- Qual é o seu problema? Além de ser um ogro também é surdo? – perguntei devolvendo o deboche.

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