Rafael Rodrigues
Na segunda-feira, dois dias depois de decidirmos ir ao casamento da irmã da Laura, aqui estávamos provando a nossa roupa.
Laura ainda estava no trocador enquanto eu já estava a sua espera com o terno que ela escolheu combinando com o seu vestido azul.
Deixei a gravata pendurada no pescoço porque eu não tinha a mínima ideia de como dar um nó decente desse troço e não pretendia nem usá-la.
- Rafael... – Laura disse meu nome ao colocar apenas a cabeça para fora do provador, mas parou no meio da frase me olhando de cima a baixo.
- Ficou ruim? - perguntei analisando o meu próprio corpo.
- Ficou lindo... Digo... A roupa ficou bem em você. – ela disse se enrolando e segurei um riso ao assentir.
- Precisa de alguma coisa?
- Ah é, eu preciso de alguém para fechar o meu vestido, não estou alcançando o fecho.
- Vou chamar alguém para te ajudar.
- Pode ser você mesmo, é só um fecho, entra aqui. – ela disse me dando passagem para o pequeno provador que ficou pequeno demais para nós dois. - Me esqueci do seu tamanho. – ela disse lendo os meus pensamentos.
Mas o que me incomodou não foi nenhum pouco o tamanho do provador, mas sim ver a beleza da Laura nesse vestido.
Eu a olhei de cima a baixo, assim como ela fez comigo e quando meus olhos se encontraram com o verde de seus olhos, ficamos presos um no olhar do outro. Laura quebrou o contato ao se virar de frente para o espelho e me agraciou com a visão de suas costas, nua.
Respirei fundo e encontrei o seu olhar no espelho. Eu que estava sendo provado nesse provador.
Desci o olhar e a mão até a base de sua coluna e subi o zíper lentamente, esbarrando propositalmente os meus dedos em sua pele macia e delicada, a vi arrepiar em cada um dos meus pequenos toques.
Eu a queria para mim e decidi que apelaria para conseguir tê-la se preciso fosse. Não ultrapassaria o seu limite, mas iria fazer a própria Laura querer ultrapassar o seu.
Procurei seus olhos verdes através do espelho, mas encontrei suas pálpebras fechadas e sua boca entreaberta.
Porra Laura!
Ela estava linda pra caralho com essa roupa, seu vestido num tom de azul Royal, uma cor que deu ainda mais vida a mulher linda que ela é e que negava ser.
Percebi que ela tentava ao máximo se esconder atrás de blusas largas estampadas com frases de músicas, e eu percebia que nada que ela usava era aleatório, aquela era a forma dela de ser ouvida sem usar a sua voz.
Eu a acho linda de qualquer jeito, mas ela vestida assim significa que está vestida para matar, só que ela não sabe que quem vai acabar matando aqui sou eu, porque estou prestes a ter um infarto com a fenda na altura das coxas dela que eu acabei de dar conta de sua existência.
- Me deixa amarrar essa gravata para você – ela diz se virando abruptamente o que me fez dar um passo atrás em falso e eu acabei encostado na parede, mas isso não foi tudo. No processo a Laura também se desequilibrou e eu segurei em sua cintura trazendo o seu corpo de encontro com o meu.
Cara na cara... Pele na pele...
Não havia mais espaço entre os nossos corpos, a única distância que havia entre nós no momento era o das nossas bocas. Meus olhos caíram sobre os seus lábios e Laura percebeu isso, ao invés de se afastar ela acabou com o único espaço entre nós e colou sua boca na minha.
Esse era o nosso terceiro beijo, não nego que não estou contando cada toque e cada um de seus beijos porque eu estava ansioso por cada um deles, no entanto eu sabia que a Laura precisava de tempo para se acostumar com a possibilidade de se abrir e eu estava disposto a esperar o quanto fosse necessário para ela cair na real de que assim como eu estava na dela, ela também estava na minha.
Diferente dos nossos outros beijos esse não foi calmo e nem começou com um simples toque de lábios.
Laura passou os braços em meu pescoço, com sua língua ela pediu passagem para dentro da minha boca, acredito que para ela esse era o mais longe que gostaria de ir, mas naquele momento eu havia liberado a sua passagem para dentro da minha vida se assim ela desejasse.
Não tenho como negar que eu a quero, mas sei que vou precisar ser paciente para que a Laura aceite o fato de que ela também me quer. É nítido como dois mais dois são quatro que ela me deseja, tanto que quando tomei o controle do beijo e inverti nossas posições a colocando contra a parede, beijando seu pescoço e subindo para sua orelha ela arqueou as costas de prazer e me puxou com mais força ao seu encontro.
Laura queria mais, eu queria mais. Mas a essa altura as vendedoras já estariam especulando o que estávamos fazendo aqui, por mais que eu gostasse da adrenalina que isso causava, eu não queria que a nossa primeira vez fosse dentro de um provador de qualquer maneira.
- Estou adorando os seus gemidos, Princesa, mas creio que estamos tendo audiência demais.
- Merda Rafael – Laura me afastou ficando branca como um papel.
- O vestido ficou ótimo em você – desconversei para deixar ela mais tranquila.
- Preciso de ajuda para descer o zíper de novo– ela disse com um pequeno sorriso me dando as costas.
- Isso é um teste?
-Se fosse, teria passado?
Só na sua cabeça Princesa!
CONTINUA
❤️
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Oficina do Amor
RomansaUma mulher solitária e marcada pelo passado. Um homem que coloca todos acima de si mesmo. Laura atualmente mora em Niterói e tudo que ela busca no momento é um emprego. Por consequência do seu passado, Laura é uma mulher que sempre tem um pé atrás...