Capítulo 11

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Laura Morais

- Você abre a porta para todo mundo que bate à sua porta sem ao menos saber quem é?

Dei as costas deixando a porta aberta em sinal de que ele podia entrar se assim quisesse.

- Boa noite para você também Rafael. Vinho? – ofereço.

- Estou de carro.

- E então, o que te trouxe aqui?

- Para falar a verdade não sei muito bem, eu só tive vontade de te ver e vim, mas acho que cheguei em uma má hora.

- Não sei se isso vai dar certo Rafael.

- E como sabe disso se ao menos tentamos?

- Eu não tenho estruturas para me envolver com ninguém ainda, Rafa - eu disse exasperada meio que puxando os fios do meu próprio cabelo.

Essa não era uma boa hora para alguém conversar comigo, eu não me sentia bem comigo mesma e não seria boa para ninguém no momento.

- Eu entendo.

Ele não entendia...

- Não entende, eu acabei fazendo uma merda das grandes e agora acho que só você pode me tirar dessa.

- É só me dizer o que precisa e considere feito.

Tão fofo e eu aqui sendo uma ogra e ele ainda me diz que vai me ajudar no que eu precisar.

- Não é tão simples assim.

- Me diga de que precisa e eu te digo se é simples ou não pra mim.

- Hoje eu falei com a minha mãe... Ela me ligou a semana inteira e eu não a atendia, mas hoje eu atendi e descobri que o casamento já é na semana que vem. Não sei se te contei, mas faz mais de seis meses que saí de casa e não falo com eles e nem os vejo.

- Não disse.

- Pois é, e hoje quando falei com a minha mãe ela me disse algumas coisas que mexeram comigo, ela foi... gentil eu diria.

- Tem algum problema em ela ser gentil com você?

- Não era para ter e eu quero acreditar que não tem, por isso eu decidi ir ao casamento.

- Devo ficar feliz com isso? – Rafael pergunta confuso.

- Nem eu sei te dizer isso. Mas a questão é que ela perguntou o nome do meu namorado e eu... eu não consegui pensar em nenhum outro nome que não fosse o seu.

Rafael cai na gargalhada.

- Não ri Rafael, isso é sério e eu preciso que você vá comigo e se passe pelo meu namorado.

- Então quer dizer que me namorar de verdade você não quer, mas de mentira...

- Esquece o que eu disse Rafael – interrompo-o me sentindo uma grande idiota. – Quer jantar?

- Por um acaso é o que está cheirando queimado?

- Ah meu arroz!

Saio desesperada até o meu fogão, mas a essa altura o loft inteiro cheira a queimado quando tiro a tampa e uma fumaceira sobe.

- Muito obrigada por me distrair – digo pegando a panela para colocar dentro da pia, mas acabo encostando a lateral do meu dedão na panela quente e por pouco não a jogo no chão. – DROGA!

- Machucou? – Rafael pergunta pegando a minha mão para avaliar o estrago, mas felizmente eu soltei a panela assim que encostou e não chegou exatamente a fazer um estrago.

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