- Pronto para se exibir perante a nata da sociedade Romena? - indaguei a um Dante ansioso por se pavonear.
- Eu nasci pronto - replicou acenando para seu traje, que tinha que admitir, era magnífico.O terno de corte elegante feito sob medida assentava como um abraço em suas formas, o tecido, que antecipei ser negro como a noite, tinha um escuro tom de violeta, que confundia a visão até que ele estivesse exposto a um tipo específico de luz. Só então, ele se tornava protagonista de uma pintura magnífica e você o espectador que apreciava uma obra prima. Nada em sua produção foi feito ao acaso. Era a primeira vez que o via se vestir com qualquer outra cor que não a preta, o que me fez perceber e me sentir estúpida por só então ter reparado que ele tinha sérias expectativas para este evento.
- Dante?
- Presente! - brincou com meu ar interrogativo em sua direção.
- Quem você espera encontrar esta noite? Quem você veio procurar? - seu sorriso cresceu, reconhecendo minha linha clara de raciocínio, e não negou, nem desviou o assunto.
- Se eu encontrar, você saberá! - Seu braço me foi oferecido e passamos pelas portas descomunais da Citadella, uma fortaleza levantada sobre as ossadas de um antigo castelo da família de Lazarus, chefe de concelho da Vale.Meu casaco foi entregue e meu vestido revelado sobre as luzes do cimo de uma longa e larga escada, decoradas com corredeiras de flores e fios de pedras preciosas, que brilhavam ao seu redor, refletindo a frente metálica do tecido que escolhi.
Permiti que todos me olhassem com calma antes de descer o primeiro degrau, podia ver meu próprio reflexo nas paredes espelhadas de todo o recinto. O rendilhado que imitava a eletricidade metálica de raios caindo ao mar numa noite de trovoada. O tecido só não era mais exuberante do que o olhar do macho casualmente apoiado num pilar de mármore no final das escadas.
Apertei o passo, querendo ver de perto aqueles olhos que prometiam tempestade, e ele sorriu para mim, com ar enigmático e íntimo. O olhar que trespassou meu corpo sem deixar meu rosto nem por um segundo não se desviou da minha figura durante toda a descida. Quando levantei levemente a pesada saia, notei que combinava com o mais profundo tom de azul safira do cetim da máscara que ele segurava em sua mão.
A coincidência me agradou.
Dante reclamou minha atenção quando notou Sebastian se aproximando de nós.- Aqui vamos nós - declarou entediado.
E quando olhei novamente para o homem deliciosamente misterioso, ele não estava mais lá. Ainda corri os olhos pela multidão rapidamente, mas decidi que encontrá-lo seria uma tarefa para depois.- Você está deslumbrante, Meu Bem.
A tom de voz de Sebastian me irritava por si só, mas quando fazia o tipo amante amoroso em público, me causava ânsia de vômito.
Com apenas um olhar esnobe ele dispensou Dante e me concedeu seu braço para que o acompanhasse. Dante apenas correu seus olhos dele para mim, como que aguardando uma resposta da minha parte e, internamente, ao mesmo tempo apostando quanto tempo levaria até que eu separasse os braços de Sebastian do seu corpo.
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DOMÍNIOS DE LUA E SANGUE
VampiroSINOPSE: A paixão mais ardente vem do clamor do sangue. Kassius é diferente, mesmo no mundo de magia no qual nasceu. Fruto de uma relação proibida entre raças inimigas, foi amaldiçoado antes mesmo de nascer. Apesar disso, sua natureza o fez mais for...