Fico encarando copo descartável que eu estou segurando com minhas duas mãos, dentro dele se encontra um líquido meio amargo e quente, mais conhecido como café. Estava tão entretida na fumaça quente que saía do copo, mas mesmo assim era inevitável não perceber o incômodo da pessoa ao meu lado. Não estava incomodado pela minha presença, mas sim por eu não dizer nada o caminho todo depois que bati na porta de sua casa para sairmos.
Ouço um suspiro, e logo a pessoa se ajeita no banco em que estamos sentados.
– Então… – Dedilha o copo em sua mão. – Vai falar comigo ou não? – Pergunta enquanto encara a vista nublada à nossa frente.
– Eu fico meio insegura em falar sobre isso com alguém, principalmente quando esse alguém é o melhor amigo da Rosé...
– Entendo, mas isso não deveria ser uma vantagem? – Questiona confuso.
– Sim, mas… – Suspiro. – Nunca falei de problemas amorosos com ninguém…
– Sempre há uma primeira vez. Agora fala aqui para o seu brother, o que a loirinha tá fazendo com você? – Pergunta se ajeitando no banco.
– Ela tá pirando minha cabeça… – Passo minhas mãos pelo meu rosto indo até os fios de meus cabelos os segurando forte, mas logo afrouxando. – Sei lá, ela não me dá uma oportunidade de me desculpar, ela nem sequer me escuta, não sei o que fazer. – Resmungo manhosa.
– Já tentou oferecer comida? – Pergunta divertido, reviro os olhos. Jogo meu corpo para trás, encostando minhas costas na madeira do branco. – Desculpa, não é uma boa hora para brincadeira. – Pede. Inclino minha cabeça para trás, sentando no banco de um jeito folgado e relaxado apenas para encarar o céu acinzentado. Vê-lo assim sem cor é tão deprimente. Não ver o azul encantador do céu junto com os raios amarelos do sol, só piora o meu estado. – Olha… vamos ligar os pontos. – Fico confusa com a sua fala, mas logo me ajeito no banco para prestar atenção no que o rapaz tem a dizer. – Rosé não está falando com você? – Nego. – Não está respondendo suas mensagens? – Nego. – Não está mais vindo para o colégio com você? – Nego. – Evita a todo custo qualquer tipo de contato com você? – Afirmo. Ele bate as palmas de suas mãos uma na outra fazendo eu dar um pulinho pelo pequeno susto. – Ela não gosta mais de você!
…. Ahhmmm, acho que não era bem isso que eu precisava escutar no momento, ou melhor, não queria escutar isso de jeito nenhum!
Por que?? Quais são as possibilidades da sua teoria está certa? Não são tão pequenas… Não, não, não! Isso é um absurdo, ela nem conversou comigo sobre isso, sabe… se ela não gostasse mais de mim teria falado. Né…?
– S/n… você está bem? – O encarei chorosa, logo vendo ele soltar uma gargalhada. – É brincadeira bobona. – Um alívio se faz presente pelo meu corpo. – Mas não deixa se ser uma probabilidade. – Esquece a parte do alívio.
– Você não está ajudando. – Cruzo os braços fazendo bico.
– Sério… Tem algo estranho, normalmente ela falaria comigo se não tivesse mais afim de você, mas ela não toca no assunto, ou em nada que envolva você.
– Como assim?
– Eu estou indo praticamente todos os dias lá na casa dela, sobre o negó-
– Negócio do casamento blá blá blá, eu já sei disso. – Digo enquanto reviro os olhos, ele então sorri.
– Ciúmes?
– Humpf… não sinto ciúmes.
– Sei… continuando, quando vou prá lá, eu jogo algumas indiretas sobre você, ou até mesmo pergunto para ela como vocês duas estão. Só que ela sempre muda de assunto, ou finge que não escutou. – Ele franziu as sobrancelhas, logo levando seu indicador e polegar até seu queixando, em uma maneira de analisar os fatos. – Ela me parece sentida com alguma coisa… sei lá, ela fica tensa quando digo seu nome.
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The Truth Untold - IMAGINE ROSÉ (BLACKPINK)
Romance{CONCLUÍDA} S/n e Rosé, duas jovens que ficaram feridas consecutivamente. S/n com abusos psicológicos, amizades tóxicas, pais abusivos e não se dá muito bem na escola para ajudar. Rosé veio de uma família tradicional da Coreia do Sul, com que a torn...