Cap 27

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Diana on

  Tive uma noite difícil, ainda estava chorando quando adentrei meu apartamento, mas em algum momento as lágrimas foram embora misturadas com a água quente do chuveiro que molhava meu corpo e seguiram para o ralo, enquanto aquela cena voltava na minha mente para mais um aperto no peito, mais segundos de sofrimento.

  Hoje de manhã tomei meu café-da-manhã como sempre fiz, mesmo que soubesse o que esta me incomodado nesse lugar vazio e cheio de móveis, depois peguei minha condução para a faculdade e cheguei cedo, sentei em minha cadeira e fiquei lendo um livro qualquer sobre plantas, minutos depois os alunos foram chegando e eu nem precisei olhar para a porta pra saber quem estava correndo no corredor achando estar atrasada de novo.

  As aulas correram normalmente e quando acabaram eu pensei em passar na biblioteca e pegar um livro de história, vamos ter um teste em breve, então quero estar preparada, segui pelo corredor e foi no pátio interno que eu vi, Akko estava conversando com um rapaz, ele estava de costas, mas juro que já o vi em algum lugar. Akko estava sorrindo animada, mas seu sorriso diminuiu quando ela me notou e eu fiz a unica coisa descente a se fazer, segui meu caminho ignorando completamente a vontade de ir até ela e derramar tudo o que sinto. Afinal eu não posso fazer isso, não é?

  Quando cheguei em casa fiquei trabalhando no meu notebook enquanto o despertador fazia questão de me lembrar que ainda tenho que devolve-lo. Após horas de trabalho meu celular tocou e atendi sem nem ver quem era, preciso organizar muita coisa das finanças da empresa, parece que alguém andou gastando demais.

--Alô - atendi.

--Diana, é a Akko - meu dedos pararam de digitar, ficaram parados sobre as teclas, meu coração batendo forte - você, tá bem? Eu...

  Não terminei de ouvir, apenas desliguei o celular é o coloquei ao lado do notebook.

Akko on

  Hoje de manhã eu quase cheguei atrasada, meu celular tava uma hora adiantado e só depois de chegar correndo que nem louca na sala que eu lembrei que EU mesma tinha feito isso pra não me atrasar, não sei como eu me saboto desse jeito sinceramente. A Diana tava lendo como sempre quando cheguei e as aulas foram chatas como sempre, se bem que a de inglês foi divertida porque eu consegui responder o que a professora me perguntou em inglês.

--Sua resposta está traduzida, mas vou aceita-la senhorita Kagari - disse a professora com um sorriso no rosto que com certeza tinha orgulho como causa.

  Logo depois que a aula acabou encontrei o Andrew mexendo no notebook no pátio interno, ele estava com roupas um pouco mais... "Normais", mas mesmo assim parecia um homem de negócios.

--Se eu não te conhecesse pensaria que trabalha aqui - falei ao chegar perto dele.

--Espero que como diretor, o salário é melhor sabe - disse ele fechando o notebook com um sorriso no rosto - já você seria uma professora. Do tipo que os alunos gostam e conversam sabe.

--Eu? Só que não, eu provavelmente seria demitida em dois dias, eu quase sempre chego atrasada e hoje você nem vai acreditar no que eu fiz.

--O que foi?

--Eu coloquei o celular uma hora adiantado pra não me atrasar e acabei saindo de casa que nem uma doida pensando que estava atrasada - ele começou a rir de mim e eu o acompanhei meio chateada - não ria!

  Algo atrás dele me chamou atenção, mechas loiras e onduladas e um olhar triste, a primeira coisa que eu faria em momentos assim era ir atrás dela e saber o que aconteceu, mas... Eu realmente deveria?

--Que tipo de pessoa faz isso? Que idiotice - a graça pra mim acabou quando Andrew disse isso e limpou uma lágrima do olho, na verdade a graça já havia acabado uma despedida atrás.

--Pois é - forcei-me a sorrir - mas então, podemos ir agora? Meio que ainda tenho que ir pra casa fazer meu almoço.

--A gente podia ir almoçar num restaurante, eu pago - ele levantou, é mais alto que eu a propósito.

--Não precisa, tá tudo bem.

--Eu insisto, você tá me ajudando, então é o mínimo que posso fazer.

  Eu pensei um pouco considerando se devia ou não e como eu sei que provavelmente vou queimar metade do arroz...

--Tudo bem, mas só dessa vez.

  Ele assentiu e saímos para a casa da senhora Odete que assim que viu o Andrew ficou impressionada com sua elegância e tals, ele foi educado e a senhora nos mostrou a casa que é maior do eu me lembrava, logo depois o Andrew perguntou quanto ficaria a casa e eu tenho quase certeza de que ela ia dizer que não ia alugar pra ele antes de ver o senhor "elegante" tirar um cartão que eu nunca tinha visto na vida do bolso. Andrew conseguiu alugar a casa e vai se mudar amanhã mesmo e pra comemorar ele me deixou escolher o que íamos comer e eu escolhi uma macarronada, não me julga!

--Andrew obrigada mesmo por me trazer, isso aqui está delicioso - falei antes de comer outra garfada.

--Obrigada você pela companhia maravilhosa - ele sorriu de novo e eu não disse mais nada, tava muito ocupada com meu almoço.

  Depois do almoço o Andrew veio me trazer "em casa", ele pediu um copo d'água e eu tive que deixar ele entrar pra beber água, não se pode negar isso nem a um inimigo, não é? O problema foi o que ele tentou fazer quando me virei pra entregar o copo de água.

--O que pensa que tá fazendo?! - perguntei.

--Beijar você? - falou como se já não fosse óbvio e tentou e novo.

--Mas eu não quero - o empurrei - tá doido?

--Ah meu Deus, mais uma lésbica? - ele revirou os olhos - e eu pensando que a imbecil da Diana seria a ultima que eu teria o desprazer de encontrar.

--Diana Cavendish? - perguntei com os olhos estreitos.

--Sim por quê?

  Joguei a água na cara dele.

--Você tá louca?! - perguntou irritado - o que pensa que tá fazendo?

--Te ensinando a não falar assim da minha amiga.

--Sua! - ele ia vir pra cima de mim, mas foi impedido pela S/N que é a gerente, ela ficou entre nós.

--Você vai sair ou vou ter que mostrar a saída? - perguntou ela com os braços cruzados.

--Acho que ele não vai querer confusão, não é amigo? - perguntou a mulher de cabelos azuis que sempre come aqui, a amo dela no ombro de Andrew.

  Dado por vencido Andrew saiu do lugar parecendo que mataria qualquer um que aparecesse em sua frente.

--Obrigada meninas - agradeci e elas assentiram antes de voltar ao que faziam.

  Fiquei pensando na Diana em como ela não parecia bem e liguei pra saber como ela tava.

--Alô - ela atendeu, o barulho das teclas do notebook ao fundo.

--Diana, é a Akko. Você, tá bem? Eu... Diana? - ela havia desligado, ela não faz esse tipo de coisa, nem quando era pra ser rude - se não vai falar por telefone vai falar ao vivo.

  Peguei minha mochila e sai rumo a casa dela.

Continua... Erros existentes serão consertados no futuro... Ou não 😇
Talvez seja o penúltimo capítulo pessoal tô nervosa 😓
N esquece de dizer o que achou pelo amor de Diakko

Você de novo não!Onde histórias criam vida. Descubra agora