Chapter XIII: Sand wall

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❝Eu escrevi na areia e em folhas de papel.❞

ೃ༄

─ Louis pode ficar com você?

Foi como a manhã de Elise se iniciou. A mulher, que bebericava um chá de hortelã elegantemente, apenas acenou, permitindo que Harry entrasse.

Atrás dele, um Louis que se assemelhava a um filho mimado sendo deixado pelos pais na casa dos avós ㅡ contra sua vontade. E, obviamente, carregando todos os filhotes em seus braços.

─ Harry, eu não gosto daqui. ─ Repetiu, indiferente se Elise escutaria ou não. ─ Eu disse que não rasgaria o seu sofá de novo. Nem as cortinas. Nem quebraria a televisão ou as janelas. Nem comeria mais todo o açúcar ou o sal. Nem derrubaria a estante. Nem a mesa. Nem-

─ Mas você também não prometeu. ─ Pontuou ao cruzar os braços. ─ Louis, você disse que isso acontecia porque ficava sozinho. Elise é a solução!

Você é a solução. ─ Disse convicto, repousando os felinos cuidadosamente no assoalho de madeira antes de desfazer os braços cruzados de Harry e enlaçar sua cintura. ─ Não vá para o trabalho, ômega. Eu dou o meu dinheiro para você.

─ Não é assim que as coisas funcionam. ─ Suspirou amolecido. Embora fosse uma sugestão incabível, a maneira a qual fora proposta soou adorável. ─ Eu amo o que eu faço, amo o instituto. Estudei anos para isso, lembra? E eu ficarei mais em casa durante o mestrado.

─ Para estudar, não para ficar comigo.

E ali estava o resquício de chateação dos dias anteriores. Eles conversaram sobre o ocorrido dos danos materiais depois que Louis deu abertura, argumentando que era muito difícil não fazer nada daquilo quando se passava horas sozinho.

A bronca de Harry o lembrou do período em que esteve recluso. A primeira e última vez que respondeu à advertência de forma violenta ㅡ um braço quase amputado ㅡ sofreu ataques covardes. Era cruel ser acorrentado com dispositivos que o puniam com fortes descargas elétricas.

Tomlinson possuía cicatrizes profundas que iam além de todas as camadas da sua pele.

Eram psicológicas.

As consultas o ajudavam a entender, mas havia um longo caminho pela frente. Começava a experimentar sentimentos que até então desconhecia e desejava ter mais.

Ele queria Harry por perto.

Queria beijá-lo até sentir seus lábios dormentes. Esperava, após cada beijo trocado, que esse ato trouxesse respostas.

Mas essas respostas nunca vinham, se perdendo em um mar de incertezas que afogavam seus pensamentos.

─ Você me ajudará no mestrado. ─ Deu um sorriso encorajador, afastando uma mecha comprida que insistia em cobrir os olhos do alfa. ─ Vamos passar um tempo juntos. Eu vou te ensinar a ler.

─ Tudo bem. ─ Prolongar a cena seria pior, ele não deixaria Harry ir embora. ─ Posso te beijar agora ou você irá sair correndo como da última vez?

Styles engoliu em seco, negando com a cabeça envergonhado.

─ Você está mentindo de novo. ─ Um rosnado escapou de sua garganta, ressoando dolorido aos ouvidos sensíveis do ômega. ─ Eu não gosto quando você mente para mim.

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