Chapter XI: Under the starry sky [Part II]

10.4K 1.6K 3.2K
                                    

Harry vomitou em Louis.

Qualquer pessoa em sua pele morreria de vergonha, era um fato. E como o esperado, sua alma abandonou o corpo quando alfa lhe fitou com uma expressão espantada.

Deveria dizer ou fazer algo. Pedir desculpas, simular um desmaio. Ou até então, o mais lógico: reconhecer que não tinha volta e ajudá-lo a se livrar da peça destruída.

No entanto, ao lidar com tantos olhares voltado para a cena responsável por fazer a música parar, o ômega não pensou em nada além de se afastar com passos apressados.

Maduro. Racional.

─ Por que a música parou?! ─ Hillar se tornou o centro das atenções quando capturou um frasco de bebida alcoólica e subiu no balcão.─ HORA DO BODY SHOT!

Uma piscadela discreta à Louis foi mais que suficiente para que tudo ficasse claro. Era uma distração.

Farejou o rastro do ômega, percorrendo um corredor extenso até chegar aos sanitários. Compreendeu, através do olfato apurado, que aquele banheiro não pertencia a sua classe ㅡ muito menos espécie ㅡ, mas se tratava de uma situação atípica e ele não obedeceria ao letreiro que sequer sabia interpretar.

Harry chorava baixinho debruçado sobre a pia, encolhendo-se ao notar a presença de Louis, que se perguntava como alguém daquela estatura conseguia se manter em uma posição tão desconfortável apenas para...chorar.

─ Por que você está aqui? ─ Indagou abafado. ─ Eu vomitei em você! Não ficamos perto de quem vomita nas nossas roupas, Louis!

─ Harry, é só vômito. Não é grande coisa.

─ É nojento!

O som abafado da música na pista de dança faziam as paredes tremerem levemente. Tomlinson recuou quando o híbrido se recompôs de repente, fungando e pedindo pela camiseta manchada. A jaqueta intacta foi depositada sobre o mármore, mas a remoção da parte debaixo passou por um malabarismo para que não causasse um estrago ainda maior.

─ Você vai-

─ Vou. Eu vou limpar.

Seria uma cena tão cômica se Harry não estivesse tão desconcertado e choroso. Após um tempo, constatou que esfregar o tecido com um sabonete barato não adiantaria. Ele cedeu, cobrindo o rosto em uma tentativa falha se esconder o choro frustrado.

─ Pobre ômega. ─ Tomlinson murmurou comovido, estendendo sua mão. ─ Venha, eu irei confortá-lo.

Harry obedeceu sem pestanejar, se acomodando na altura do peitoral do alfa enquando recebia afagos em seus cabelos e costas largas.

─ Está tudo bem, não chore.

O rapaz estava tão quente que Louis não sabia dizer se o vermelho de suas bochechas fora causado pelo excesso de álcool ou pelo constrangimento, mas tinha certeza que aquela coloração o deixava ainda mais adorável.

Tão adorável que ele não evitou um beijo no topo de sua cabeça.

Seguido de outro.

E outro.

E outro.

Não era culpa sua, o aroma suave do shampoo de chiclete era viciante.

E embora pudesse permanecer assim por horas, Tomlinson reconhecia que o ômega precisava de um ambiente mais arejado para que pudesse, de fato, se recuperar da bebedeira. Não era especialista no assunto, mas pelo pouco que experimentou e observou, o líquido causava efeitos estranhos em quem o consumia.

ImmutableOnde histórias criam vida. Descubra agora