Harry vomitou em Louis.
Qualquer pessoa em sua pele morreria de vergonha, era um fato. E como o esperado, sua alma abandonou o corpo quando alfa lhe fitou com uma expressão espantada.
Deveria dizer ou fazer algo. Pedir desculpas, simular um desmaio. Ou até então, o mais lógico: reconhecer que não tinha volta e ajudá-lo a se livrar da peça destruída.
No entanto, ao lidar com tantos olhares voltado para a cena responsável por fazer a música parar, o ômega não pensou em nada além de se afastar com passos apressados.
Maduro. Racional.
─ Por que a música parou?! ─ Hillar se tornou o centro das atenções quando capturou um frasco de bebida alcoólica e subiu no balcão.─ HORA DO BODY SHOT!
Uma piscadela discreta à Louis foi mais que suficiente para que tudo ficasse claro. Era uma distração.
Farejou o rastro do ômega, percorrendo um corredor extenso até chegar aos sanitários. Compreendeu, através do olfato apurado, que aquele banheiro não pertencia a sua classe ㅡ muito menos espécie ㅡ, mas se tratava de uma situação atípica e ele não obedeceria ao letreiro que sequer sabia interpretar.
Harry chorava baixinho debruçado sobre a pia, encolhendo-se ao notar a presença de Louis, que se perguntava como alguém daquela estatura conseguia se manter em uma posição tão desconfortável apenas para...chorar.
─ Por que você está aqui? ─ Indagou abafado. ─ Eu vomitei em você! Não ficamos perto de quem vomita nas nossas roupas, Louis!
─ Harry, é só vômito. Não é grande coisa.
─ É nojento!
O som abafado da música na pista de dança faziam as paredes tremerem levemente. Tomlinson recuou quando o híbrido se recompôs de repente, fungando e pedindo pela camiseta manchada. A jaqueta intacta foi depositada sobre o mármore, mas a remoção da parte debaixo passou por um malabarismo para que não causasse um estrago ainda maior.
─ Você vai-
─ Vou. Eu vou limpar.
Seria uma cena tão cômica se Harry não estivesse tão desconcertado e choroso. Após um tempo, constatou que esfregar o tecido com um sabonete barato não adiantaria. Ele cedeu, cobrindo o rosto em uma tentativa falha se esconder o choro frustrado.
─ Pobre ômega. ─ Tomlinson murmurou comovido, estendendo sua mão. ─ Venha, eu irei confortá-lo.
Harry obedeceu sem pestanejar, se acomodando na altura do peitoral do alfa enquando recebia afagos em seus cabelos e costas largas.
─ Está tudo bem, não chore.
O rapaz estava tão quente que Louis não sabia dizer se o vermelho de suas bochechas fora causado pelo excesso de álcool ou pelo constrangimento, mas tinha certeza que aquela coloração o deixava ainda mais adorável.
Tão adorável que ele não evitou um beijo no topo de sua cabeça.
Seguido de outro.
E outro.
E outro.
Não era culpa sua, o aroma suave do shampoo de chiclete era viciante.
E embora pudesse permanecer assim por horas, Tomlinson reconhecia que o ômega precisava de um ambiente mais arejado para que pudesse, de fato, se recuperar da bebedeira. Não era especialista no assunto, mas pelo pouco que experimentou e observou, o líquido causava efeitos estranhos em quem o consumia.
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Immutable
Hayran KurguCom 70% da população dizimada após a eclosão da Terceira Guerra Mundial, a ciência foi forçada a mesclar genes animais com o DNA humano para repovoar a Terra. No entanto, assim como todas as intervenções do homem na natureza, o resultado refletiu em...