Treze

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- Então você voltou pra casa? - Ele perguntou do nada e eu demorei pra responder, ele me encarou por longos minutos até eu concordar devagar. - Isso é bom! Esse lugar é bom.

- E você tá fazendo o que aqui? Quer dizer, você não deveria tá sendo uma estrela em outro canto?

- tenho algumas coisas pra resolver, precisava de um tempo. - Ele olhou pro relógio no pulso e me olhou de novo - o que tem feito da vida?

- Você sabe - dei de ombros - enchendo a cara e devorando caras.

- não vai me falar nada mais que isso né? - ele sorriu e eu tive que desviar a cara - eu já imaginava isso.

- Imaginava me encontrar?

- eu sabia que um dia ia te encontrar, Evans.

- Eu não. - fui sincera - na verdade eu queria nunca mais encontrar você. Mas isso é bobagem agora.

- Por que?

- o que?

- Por que é bobagem agora? - ele parecia analisar cada parte do meu rosto

- Éramos apenas adolescentes bobos, Jasen. Nada daquilo valeu, não posso sustentar ódio por coisa tão pouca.

- Certo - Ele concordou. - adolescentes bobos - ele riu. - Parece que você é bem madura agora.

- cadê sua metade? - perguntei olhando para os lados - ela não deveria tá aqui?

- Você ficava linda nesse vestido - ele falou cortando o assunto. - mas acho que não deveria mais usar ele.

- Hum, eu acho que você deveria guardar sua opinião pra você - falei fazendo ele rir.

- Só assim pra ela ficar calma - Marcos falou parando do meu outro lado. Ele estava falando da Sofia que estava com a boca já grudada na boca do Rafa. Claro que estava, estavam praticamente se comendo. Me virei pro Marcos e ele estava me olhando do mesmo jeito que olhava antes. Ah, o que que tem só um beijinho? Ele tem um cheiro bom e é bonito também.

- ela ainda vai te xingar assim que ver você aqui - Falei dando as costas pro Jasen

- então acho que deveríamos sair daqui - e foi nessa hora que senti a calor nas minhas costas, meu coração acelerou. - eai, Jasen - Marcos meio que ficou sem graça e eu com raiva. Tentei me afastar mas só piorou ele colocou a mão na minha cintura me puxando pra trás, grudando minha bunda ainda mais nele.

- Tudo certo pra amanhã, cara? - Jasen perguntou e o som da voz dele fez todo meu corpo tremer.

- Claro - Marcos riu e olhou pra mão do Jasen na minha cintura e fez careta - Eu vou indo nessa, até mais Ayla - ele jogou um beijo pra mim - acenou pro Jasen. Assim que ele foi eu dei um tapa na mão do Jasen e me afastei.

- Por que você fez isso?

- Por que você só tirou minha mão agora?

- Não queria te envergonhar - falei brava.

- ah que bonitinha - ele riu

- Vai pra merda - falei ainda mais brava. Não acredito que depois de anos ele tem coragem de rir de mim. Idiota. Sai andando em direção ao Marcos, eu quero que o Jasen se foda, quem esse babaca acha que é pra achar que pode me controlar. Só porque eu tô completamente chapada ele acha que eu vou permitir isso. Quando estava quase chegando na portinha que o Marcos entrou alguém me grudou na parede de veludo, era ele. O corpo tão grande cobrindo o meu, as duas mãos apoiadas na parede ao lado da minha cabeça. Ele estava não perto que eu tive que prender a respiração.

- Escuta bem, Evans. - ele aproximou mais o rosto do meu. - Você bebeu pra caralho, o Marcos é um babaca que sempre quis fazer de tudo pra me atingir e eu não vou deixar que você fique com ele hoje. Amanhã quando você estiver totalmente sóbria você pode decidir se fica ou não com ele.

- como que você sabe que eu bebi pra caralho? - falei baixo

- Eu tô aqui já faz um tempo, Evans. Eu vi você virar no mínimo metade de um garrafa de tequila. Não faço ideia como você ainda consegue falar ou andar.

- Ta me chamando de cachaceira? Falar do meu corpo já não era o bastante? - eu estreitei os olhos e ele enrugou a testa confuso.

- O que eu falei do seu corpo?

- que eu não deveria usar mais esse vestido. - Falei sentindo a raiva volta com tudo.

- Claro que não, você com esse vestido é uma perturbação pra paz - ele desceu uma mão e tocou a barra contei vestido me fazendo arrepiar inteira, o dedo dele foi beirando a barra do vestido até chegar na frente. - Mais um pouquinho e eu consigo sentir seu calor.

- O que você tá fazendo? - falei tirando a mão dele

- Você fica extremamente gostosa com esse vestido - ele olhou pra baixo - nunca pensei que você conseguiria ficar ainda mais bonita.

- Perdeu a sua vez cinco anos atrás, Colin. Nunca mais coloque as mãos em mim - empurrei ele - seu babaca do caralho. - falei brava e ele apenas sorriu me deixando com mais raiva ainda. Sai andando em direção a Sofia que já estava brigando de novo com o Rafa. O porra, parece que a noite não vai acabar bem pra ninguém.

- vai, fala pra ela. - Sofia falou brava e o Rafa corou.

- o que? - perguntei e nesse momento o Jasen parou de novo do meu lado.

- ele quer te convidar pra uma festa na casa dele - Sofia falou brava

- E você tá brava por isso? - perguntei sem entender.

- Ele não quer me convidar - Sofia falou e eu ri.

- Eu só disse que não seria bom você ir, pois ficaria com ciúmes. - Rafa falou corando. - Mas vocês podem ir se quiser.

- Por que ela ficaria com ciúmes? - perguntei ainda confusa.

- Festa para solteiros - Rafa falou e eu ri.

- Vamos pensar no assunto - falei olhando pra Sofia.

- Vocês não deveriam ir mesmo - Jasen falou e eu concordei.

- nos vemos amanhã, Rafa. - Falei segurando a Sofia - Vamos nessa

Quando saímos do barzinho a Sofia me empurrou, ela estava brava. Chateada.

- eu não quero mais isso - Ela falou chorando. - Eu não quero mais isso

- do que você tá falando?

- disso - ela levantou os braços - de voltar pra casa sozinha, entrar naquela mansão sozinha e viver sozinha - ela parecia arrasada. Sofia sempre ostenta os luxos que o pai dela oferece pra ela nas redes sociais, sempre sorrindo, feliz. Mas agora eu posso ver que é tudo uma mentira.

O presente do acaso. Onde histórias criam vida. Descubra agora