A verdade

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Natasha fixou seu olhar em Clint, os olhos apertados e a expressão cautelosa, como se pesasse as palavras que ele acabara de dizer.

Clint: Está ouvindo isso? Tem um bebê chorando... dentro da sua casa.

Natasha hesitou por um instante, o rosto endurecendo por uma fração de segundo antes de soltar um suspiro lento, tentando abafar a ansiedade que se agitava em seu peito.

Nat: Fica aqui. Eu já volto.

Ela começou a subir as escadas, os passos firmes mas silenciosos, quase como se estivesse em uma missão delicada. Nem percebeu que Clint a seguia em silêncio, atento aos gestos dela. Quando chegou ao topo, parou diante de uma porta fechada, respirando fundo, como se estivesse se preparando para um momento inevitável. Com cuidado, empurrou a porta, e uma pequena fresta revelou um quarto suave e acolhedor, decorado com um carinho surpreendente para alguém como Natasha.

Nat: Ei, meu vagalume...

A dureza em seu rosto desapareceu instantaneamente, dando lugar a uma expressão de ternura que raramente alguém via. Ela se aproximou do berço e se inclinou, pegando a bebê com uma delicadeza natural, como se aquele pequeno ser fosse tudo de mais precioso que existia no mundo. Ao aninhá-la em seus braços, Natasha relaxou, seus olhos brilhando com uma suavidade que só a pequena Ali conseguia despertar. A bebê, sentindo o calor e o carinho da mãe, se aconchegou em Natasha, seus pequenos dedos segurando firmemente o tecido da blusa de Nat.

Natasha sussurrou suavemente enquanto embalava a bebê com um carinho que a transformava. "Está tudo bem agora, meu vagalume... mamãe está aqui."  Havia algo quase mágico em vê-la assim, algo que mostrava o quanto aquela pequena tinha mudado seu coração.

Ao se virar para sair do quarto, Natasha notou Clint parado à porta, com os olhos arregalados e uma mistura de surpresa e compreensão no rosto.

Clint: Você tem um bebê... é isso que está escondendo de mim?

Natasha suspirou, a expressão endurecendo, mas havia uma suavidade em seu olhar enquanto segurava Ali, como se o simples ato de ter a filha nos braços lhe desse coragem.

Nat: Certo, certo... vou te contar tudo.

Natasha se sentou em uma cadeira próxima, ainda segurando Ali com firmeza e ternura, como se o mundo inteiro estivesse em paz enquanto ela a segurasse.

FLASHBACK

Natasha parou o carro em frente ao orfanato, com um olhar pesado e resoluto. O céu estava nublado, como se refletisse a tristeza que ela tentava esconder. Pelo retrovisor, observou a pequena criança no banco de trás, seu rostinho suave e os olhos curiosos fixos nela, sem entender o que estava acontecendo. Natasha respirou fundo, sentindo o coração apertar, mas saiu do carro com passos firmes. Pegou a bolsa da bebê e, com um último suspiro, acomodou a pequena em seu colo, aninhando-a de forma protetora.

Ela começou a caminhar em direção ao prédio, segurando a criança como se estivesse carregando um tesouro frágil. "Você vai ter uma família que vai te amar muito, ok?" Natasha murmurou, tentando segurar a emoção na voz enquanto acariciava a cabecinha da bebê. "Eles vão cuidar de você, te dar tudo que eu não posso...". Cada palavra saía com uma pontada de dor, pois Natasha não sabia se acreditava realmente no que estava dizendo.

A bebê, sem entender o que se passava, esticou a mãozinha e a colocou no rosto de Natasha, seus dedos pequenos e suaves repousando na pele da mulher. Nesse instante, Natasha sentiu uma onda de emoções, um calor inexplicável a envolveu, e então imagens começaram a invadir sua mente. Ela viu fragmentos de risos, momentos ternos, como um filme de memórias vividas ao lado da bebê. Imagens de sorrisos, o som suave da risada da criança, pequenas cenas de dias em que havia segurado aquela mesma mãozinha, que agora segurava seu rosto como se pedisse para não ser deixada ali.

The Found BabyOnde histórias criam vida. Descubra agora