Ultron

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Alisson estava imersa em um sono profundo, mas sua mente estava longe da tranquilidade. Uma sombra escura a envolvia, e à medida que os pesadelos a cercavam, o ambiente ao seu redor se distorcia. Ela se via em um lugar familiar, mas terrivelmente angustiante: uma sala branca cheia de sangue

De repente, a cena muda, e Alisson se encontra na mesma montanha escura de todos os seus pesadelos, mas a atmosfera continua opressiva. À sua frente, uma mulher estava de pé, seu rosto ainda embaçado como sempre, tornando impossível identificar quem ela era. O rosto dela parecia desfocado, como se Alisson estivesse vendo através de uma névoa densa. No entanto, havia algo inegavelmente familiar na figura, algo que a fazia sentir uma conexão.

Enquanto a mulher falava, uma sensação de desespero começou a invadir Alisson. Ela percebeu que a mulher estava segurando um bebê em seu colo. O pequeno ser, envolto em uma manta suave, emitia um cheiro reconfortante, mas ao mesmo tempo, a visão do bebê a fazia sentir um aperto no coração. Um medo profundo a atravessou, como se uma onda de pavor estivesse se aproximando.

Mulher: — Eu não posso suportar a morte levar mais um filho meu...

A voz da mulher era suave, mas carregava um peso imenso. O que Alisson sentia era um misto de amor e terror. Ao olhar fixamente para o bebê, ela começou a perceber que era ela quem estava segurando a criança. O reconhecimento a atingiu como um soco no estômago.

Mulher: — Por isso, eu vou ter que te deixar...

Alisson sentiu seu coração acelerar, e a realidade do que estava acontecendo começou a se tornar clara. O que ela temia mais do que tudo estava se concretizando: a ideia de perder alguém que amava, de ser deixada sozinha novamente.

Ali: — Não! Por favor, não!

Ela gritou, mas a voz não saía. A mulher continuava a olhar para ela, o olhar desesperado, enquanto Alisson tentava se aproximar, mas parecia estar presa em uma barreira invisível.

Mulher: — Eu não posso mais... eu não posso perder mais um.

O desespero na voz da mulher se intensificava, e Alisson se sentia como se estivesse sendo puxada para o abismo. O bebê em seus braços começou a se contorcer, e Alisson, em pânico, tentou segurá-lo mais firme.

Ali: — Eu não quero te deixar!

Mas a mulher simplesmente balançou a cabeça, sua expressão agora cheia de tristeza e resignação.

Mulher: — É por você, querida. É por você que eu faço isso.

Nesse momento, a visão começou a se desfazer, e a sala voltou a se transformar em uma escuridão opressiva. Alisson sentiu um frio na espinha e, com um último grito silencioso, foi puxada para a escuridão total.

Ela acordou sobressaltada, seu corpo em choque. A respiração estava ofegante, e o coração batia descompassado. O quarto estava escuro, e as sombras dançavam nas paredes. Ela estava de volta à realidade, mas a sensação de perda e desespero ainda a envolvia como um manto pesado.

As lágrimas escorriam pelo seu rosto, e ela se sentou na cama, tentando recuperar o fôlego. O eco das palavras da mulher ainda ressoava em sua mente, e a imagem do bebê, embora fugaz, permanecia gravada em sua memória. Alisson estava de volta, mas a angustiante sensação de que algo estava terrivelmente errado nunca a abandonou.

 O sol mal havia começado a raiar quando o toque insistente do telefone quebrou o silêncio da manhã. Nat Romanoff, ainda sonolenta, virou-se na cama e deixou o celular tocar por alguns instantes, mas logo a voz de sua filha a despertou.

The Found BabyOnde histórias criam vida. Descubra agora