Capítulo sete

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Não sabia distinguir em como Charlie estava se sentindo. Optei em ir com meu carro mas ela quis ir no dela mesmo. Concordei por saber que ela estava precisando do tempo dela. Está de luto, mesmo tentando manter-se forte na frente de todos, ainda sofria com a morte de Andrew. Ela se jogou de corpo e alma. Me lembro de seus olhos brilhando todas as vezes que ele chegava para buscá-la na faculdade, todas as vezes que mandava alguma mensagem amorosa e todas as vezes que dizia que era apaixonado por ela.

Ele foi um homem horrível com Derek. Ele chegou para ser um amigo e no final ele queria destruí-lo. É estranho pensar assim já que todas as vezes quando Blake precisava de algo, ele estava ali mas é como o pessoal dizem, ele foi um inimigo incrível.
Ele foi para mim também alguém especial mas quando fez tudo o que fez, também me senti traída. Ele me ajudou quando Jason me prendeu na sala, ele me protegeu. Eu vi sinceridade em seus olhos e conforto em seu braços. Mas meu corpo ficou em ira quando pediu para Charlie me levar até aquele lugar e foi eu quem atirou. Eu quem quis matá-lo.

Infelizmente Charlie não foi a única quem perdeu alguém. No fundo aqueles durões também sentem por ter perdido um amigo. Dizem em matar e acredito que tem coragem mas sentem por ter perdido alguém que parecia ser leal..

Não estava em meus planos ligar para Enzo mas quando vi já estava discando o seu número e dizendo para me encontrar no bar da Jane. Como eu conheço meu pai, deve ter pedido para algum policial vigiar a área. Também alertei Enzo sobre isso.

— Não vai ser uma boa ideia eu me juntar a vocês.

— É sim! Eles vão ter que superar aquilo e você precisa saber o que deve fazer e falar.

— Pois é, não posso dizer que você atirou nele.

Depois de tudo, ainda não tinha escuto essa palavra saindo da sua boca. É ainda mais forte do que eu colocava na minha cabeça.

— É..

— Foi necessário. Andrew iria matar você e Derek. E o que não podia acontecer era nós duas ficarmos sem namorados.

Bom, isso está soando pesado mas ela está ferida.

— Vamos entrar.

Uma parte de mim esperava encontrar Mason por aqui mas ele não estava. Apenas Enzo e Nicolly.

— Oi, Charlie.

— Oi, Nic.

As duas olham-se e se rendem a um abraço. Charlie estava precisando disso.

— Sentem-se.

Agora Enzo, ainda não mostra simpatia.

— Ah, não.. — escuto a voz de Mason.

Ele está aqui.

— Mason, abaixa a bola.

—  Conversaremos depois. Eu já vou indo.

— Eu sei que me odeia..— Charlie levanta-se. — Não estou aqui para ser sua amiga e nem para pedir perdão porquê não me arrependo de nada do que fiz. Apenas a parte que enganei a minha melhor amiga, levo a culpa todos os dias comigo mas nesse momento estou aqui porquê o que eu disser pode ferrar todos.

Eu conheço essa cara de desgosto. Caminha até Charlie e diz:

— Eu não confio em você e nem acredito nesse discurso patético. Ah, acredito sim na parte de dizer que não se arrepende de nada.

— Mason, por favor..— me levanto.

— Ela vai jogar você no buraco.

— Aqui não é o lugar para discutirmos, todos estão olhando e isso vai chegar na delegacia a qualquer momento.

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