Capítulo vinte e quatro

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Em Seattle o mundo estava acabando ao lado de fora e dentro do hospital também. Meu rosto estava inchado de chorar e Mason estava se recompondo. Derek estava resolvendo sobre o velório para o amigo. É o único que estava intacto e com cabeça para cuidar de tudo.

Um tanto frio.

É o jeito dele.

Todos sabemos que cada um tem o seu jeito de demonstrar seus sentimentos, Blake é o do pior jeito. Guardando tudo para si e sentindo sozinho.
Agora Mason por outro lado é diferente, mesmo sendo um pouco frio, consegue jogar para fora.

Não dizemos nenhuma palavra. Eu escutei suas palavras para sua mãe. O perdão e promessas para um possível futuro que infelizmente não deu certo. Infelizmente o que Deus tinha para a vida deles, era diferente. Pelo menos antes dá morte, Andrea e o filho se perdoaram e se reconciliaram. Ela escutou da boca do filho o quanto ele se sentia e infelizmente Mason está sentindo a mesma dor novamente. Antes teria chances de vê-la se procurasse, agora é apenas memórias.

A morte é mesmo terrível.

Temos que aproveitar o quanto estamos vivos. O hoje. O agora. Alguns minutos do dia de hoje alguém estava vivo, sorrindo, conversando e agora pode não estar vivo. E não está.

— Chega! Eu não posso ficar aqui. — levanta-se.

— Mason, onde vai?

— Sair desse hospital.

— Ross..— Derek aproxima-se com um papel em suas mãos. — Ela vai ser cremada.

— Desculpe, cara. Eu agradeço o que esteja fazendo mas não quero ficar dentro desse hospital ou vou surtar.

— Tudo bem! Se quer uma dica de quem já passou o mesmo que você, vá para o seu quarto e descansa. Se sair agora sem rumo, o que vai encontrar é confusões. Eu sei o que está sentindo, Mason. E acredite, você precisa de tempo.

— Eu preciso correr! Eu preciso bater em alguém! Eu preciso de álcool! Preciso de um cigarro! Eu preciso de alguma coisa que não me faça sentir nada.  — vai em direção a porta.

Vendo o modo que Derek o segue, vou correndo atrás. Estão na parte coberta ao lado de fora do hospital.

—..se quer ir, vá! Mas acredite em mim, Mason. Isso não vai mudar sua dor, quando ficar sóbrio vai tudo voltar ao normal e ainda pior.

Mason ter falado em cigarro me fez dar conta que tem tempo que não o vejo com maço na boca.

— Eu agradeço a preocupação mas não preciso disso agora. Eu sei me cuidar.

— Ok! Eu vou com você.

— O que? — Mason me olha e depois volta seu olhar para Derek.

— Eu vou com você! Não vou deixar que faça besteira.

— Eu não quero companhia.

— Não estou perguntando, Mason. Estou afirmando que vou com você!

— O que é isso? — pergunto.

— Nada, loirinha. É melhor voltar para o quarto de hotel. Eu e Mason vamos dar um volta. — em nenhum momento seus olharem desviam.

— Eu não vou para lugar nenhum. — Derek sorri de lado.

— Então iremos os três.

— Eu quero ficar sozinho, porra! Eu não quero companhia. — altera-se. — Você quer comandar a porra toda, vai lá trabalhar e me deixa.

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