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Após Cirilo contar o novo plano, Alicia correu para procurar Alan e chamar a inspetora e o chefe de policia de volta.

Eu e mais alguns colegas fomos procurar algumas flores para darmos continuidade ao plano, enquanto Daniel, Carmem e Adriano configuraram a escuta que Gonzales e Ginzalito haviam colocado na sala do senhor Campos.

Margarida, Maria Joaquina, Cirilo, Marcelina, Adriano e Carmem foram até o trailer putrido da dupla dinâmica, enquanto o resto de nós esperamos na sala do Sr. Campos. A inspetora e o chefe de policia não demoraram a chegar, nossos amigos chegaram logo depois. Meu coração está a mil. Era nossa última chance de provar que nada disso foi culpa do avô de Alicia, que por sinal demorava a chegar.

Daniel ajeitava a caixa de som que iria reproduzir o que escutariamos pela escuta. Fiquei no meio de Marce e Valéria, que seguravam minhas mãos tão nervosas quanto eu.

A sala se encontrava num completo silêncio, até que finalmente Gonzales começa a falar e ocupar o ambiente com sua voz.

— E olha só, se ele fosse um pouquinho mais esperto, estáva fácil de provar que foi você que sabotou a tirolesa — sorri, todos nós estávamos atentos á caixa de som. — que botou fogo no lago..

— Sim! — Gonzalito exclamou. — Estava tão fácil de provar que o senhor, o senhor sempre foi o cérebro por trás de tudo. — Eu e meus colegas nos entreolhamos com um sorriso.

— Sim, eu sempre fui o cérebro! — Gonzales diz sonhador, seguido por uma confirmação do parceiro. — Fui eu que mandei você colocat a escuta no escritório dele. Fui eu que fiz a denuncia anônima para a inspetora ir até lá. E mais, o mais engraçado é que nunca foi tão fácil enganar um chefe de policia!

O policial não soube disfarçar seu constrangimento.

— Aquele bobalhão! — todos presentes, com excessao do chefe, inclusive a inspetora, prendemos uma risada. — Ele achou que você era um coitadinho! Que coisa ridicula!

Quando Alicia chegou com seu avô todos sorrimos para ele, que estava confuso.— O que está acontecendo aqui? — nos olhou. A inspetora apenas apontou para o rádio. Apertei as mãos de minhas amigas.

— E o mais engraçado é que nunca encontraram a escuta que a gente colocou lá!

— É mesmo! — Gonzalito concordou seguido de uma risada. Balancei minha cabeça negativamente, apesar de ter um sorriso enorme estampado em meu rosto.

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Gonzales e Gonzalito foram presos no mesmo dia. E no dia seguinte já estavam em todos os jornais nosda aventura digna de um filme. Até mesmo alguns repórteres vieram ao acampamento. Meus amigos resolveram participar da entrevista, eu fiquei mais afastada, respirando aliviada que tudo havia chegado ao fim.

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Foi praticamente impossível ler um jornal ou revista que não falasse sobre o ato heróico de um grupo de crianças que haviam prendido dois bandidos. Eu ria lendo o depoimento de Koki e Paulo falando sobre cobras venenosas e piranhas voadoras.

No fim de cada manchete, é divulgado o pequeno show que faremos em agradecimento ao senhor Campos. E todos nós esperamos que assim, mais pessoas se interessem em passar as férias no Panapaná.

Na manhã seguinte, faltando apenas algumas horas pra voltarmos á capital para passarmos o resto das férias, já tínhamos montado toda a decoração, palco e figurino. Eu confesso que a última parte não me agradou muito. As meninas quase voaram no meu pescoço quando eu quis deixar o vestido florido de lado e vestir algo preto. Apenas revirei os olhos e fiz o que me pediam.

Prendi o cabelo num coque com alguns fios soltos e me olhei no espelho. Vestidinho justo, azul florido, botas brancas de cano alto e fitinhas coloridas em meu cabelo.

Por um lado eu me senti ridícula. Por outro, eu estava feliz. Feliz por ter vindo para o acampamento com meus amigos. Feliz por ter me divertido como nunca. Feliz por ter beijado Paulo. E feliz por ajudar o Senhor Campos a ter algo pra acreditar; acreditar que não irá abandonar seu acampamento tão cedo.

— Pessoal — Alicia começou a dizer pelo microfone. — A gente queria agradecer a vocês por estarem aqui hoje. E a gente dedica essa música a uma pessoa muito especial, que ensinou o valor da amizade e do trabalho em equipe pra nós. E que além de ser o meu avô, é dono desse acampamento maravilhoso, que é o Sr. Duval Campos! — Eu via o sorriso surpreso e os olhos marejados do senhor Campos. Todos presentes no Campo explodiram em palmas, enquanto meus amigos começavam a tocar e bater palmas no ritmo da música.

— Vai! — Cirilo gritou contente.

— Aqui eu faço amigos. — Maria Joaquina começou. — Eu venho pra me divertir. As histórias mais incríveis, a gente nunca para de rir.

— A mata, o lago, o gramado. — Jaime continuou. — A natureza é quem manda aqui. Seu Campos organiza tudo. Pra ver a gente feliz.

— Será que tudo isso é na verdade... — continuamos em coro. — Uma fábrica de saudades? — Eu e Paulo trocamos um olhar, e cantamos sorrindo. — Vou lembrar pra sempre dessa turma, dessas mais de mil aventuras!

— É tanta coisa boa junta — Paulo começou. — Um sonho pra gente viver.

— E não tem mal nesse mundo — continuei. — que a gente não vai botar pra correr.

— Será que tudo isso é na verdade... Uma fábrica de saudades? Vou lembrar pra sempre dessa turma, dessas mais de mil aventuras!

— Panapaná, Panapaná
Panapaná, Panapaná
Panapaná, Panapaná

Ao longe, vi diretora Olivia dar um selinho no avô de Alicia. Por mais estranho que seja, soltei um sorriso.

Quando senti minha mão em meu braço, direcionei meu olhar a quem me segurava. Paulo, obviamente. Ele se manteve quieto me observando.

— Tá tudo bem? — perguntei baixo. Ele não respondeu. Apenas subiu sua mão lentamente por meu braço, parando em meu pescoço e levando seu polegar ao meu lábio inferior.

Eu o observei com cautela. Seu dedo desliza suavemente por meus lábios enquanto o mesmo me encara. Puxa suavemente meu lábio para baixo, o entreabrindo. Paulo se aproxima devagar, e deixa um selinho em meu lábio, o mordendo de leve.

Novamente eu sinto aquela sensação estranha no estômago. Aquela que a primeira vez que senti, foi com Paulo.

É... parece que não é só no jardim de borboletas do senhor Campos que há um "panapaná".

PANAPANÁ • paulo guerraOnde histórias criam vida. Descubra agora