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A professora Helena repetiu a charada, que Carmem mato em questão de segundos

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A professora Helena repetiu a charada, que Carmem mato em questão de segundos.

— Ah, é fácil. Em tupi-guarani, Ibirapuera é pau podre. Árvore podre.

— Então... o parque Ibirapuera? — questionei.

— Boa! — Daniel fez um toque comigo.

— Mas, fessora. — Koki começou. — E esse tal "pajé de tribo distante"?

— Nossa, é verdade. Onde a gente vai achar um pajé no Parque do Ibirapuera? — Daniel suspirou. Ele e Carmem se entreolharam. — Na oca!

— Bora para o parque! Vamos pedalar! — e com o comando da professora, nós corremos em direção ao estacionamento, onde estavam nossas bicicletas.

Deveria ser estranho para os adultos verem cerca de quinze adolescentes e uma adulta correndo de bicicleta pelas ciclovias, mas nenhum de nós se importava com isso. Nossa maior preocupação era o tempo que faltava para chegarmos ao parque.

Eu me distrai enquanto pedalava, e nem percebi quando algum de meus colegas trombou na minha bicicleta. Antes de sentir meu corpo ir de encontro ao chão, senti uma mão forte me segurar pela cintura.

— Ah, obrigada Paulo. — sorri aliviada, enquanto o mais velho acariciava rapidamente minhas costas. — Se não fosse por você eu teria caído de cara.

— Eu te disse que ia estar sempre por perto. — me olhou nos olhos e sorriu. Mordi meu lábio inferior o encarando.

— Estilo pulgas do Rabito? — soltei uma risada com o comentário de Koki, que começou a pedalar cada vez mais rápido, fugindo de Paulo.

Andar de bicicleta na rua é gostoso, mas quando começamos a andar pela grama do parque, senti minhas pernas pesadas de tanto forçar os pedais.

— Ah não, gente. — Laura disse, descendo da bicicleta. — Eu não aguento dar mais um passo. Maria Joaquina que me desculpe. Eu vou ficar aqui.

— Não galera! — Cirilo gritava. — Não vamos desistir. A gente consegue. Ainda tem tempo!

— Dona Árvore.. — Adriano falava trêmulo.

— Cuidado Adriano! — eu gritei.

— Sai da frente, Dona Árvore! — o sonhador gritou, batendo na árvore e em seguida caindo da bicileta. Deixei uma careta de dor tomar conta do meu rosto.

— Como a gente tá de tempo? — professora Helena nos olhou.

— Um minuto! One minute! — Bibi disse, desesperada.

E sendo puxados por Cirilo, nós começamos a correr em direção a Oca. E teríamos chegado mais cedo, se não fosse pela banda que congestionava o caminho.

Nós corremos entre os músicos, com Cirilo gritando que faltava apenas dez segundos. Mas, quando chegamos á Oca, não havia nada. 

— O que a gente faz agora? — perguntei ofegante, sentindo minhas pernas trêmulas pelo cansaço. E como resposta, nossos celulares tocaram de novo. Retirei o meu do bolso, vendo Laura e Valéria se aproximarem de mim.

PANAPANÁ • paulo guerraOnde histórias criam vida. Descubra agora