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— E acreditem ou não, eu fui brincar de escolhinha. — a professora Helena concluiu a história. Soltamos risinhos contidos. Apoiei minha bochecha sob minha mão com um sorris ladino.

Eu amo quando os professores param a aula pra contar sobre suas vidas.

— A Didi Mel sempre foi muito exigente. — continuou. — Por isso ela se tornou essa grande super estrela. — seu tom não é rancoroso, muito pelo contrário. — E eu..

Sua frase foi interrompida por Didi Mel, que adentrou a sala de aula. — Se tornou a professora mais amada do Brasil! — Um burburinho começou e ambas as adultas se abraçaram. Eu apenas sorri forçado.

— Pois é, gente. É difícil de acreditar, mas a Didi era minha amiga de escola. E ela veio aqui hoje... melhor, conta você, Didi.

— O que aconteceu foi que eu vi o clipe de vocês, o Panapaná... — Valéria a interrompe.

— Nosso clipe já está com mais de dez milhões de views! — sorrimos, Paulo gesticulava o número dez com os dedos.

— Hello! — Maria Joaquina se intromete de forma irônica. — Nosso clipe mais ou menos, né? Porque vocês estavam beeeem lá atrás como backing vocals.

— Backing quem? — Jaime questiona, confuso.

— Backing vocals, Jaime. — Bibi explica. — São as pessoas que ficam atrás do artista cantando. Back é atrás.

— Ah! — Jaime exclama, parecendo que havia descoberto um mundo novo. Reprimi um riso.

— Isso mesmo. — Maria Joaquina volta a falar. — E vocês já ouviram falar de alguma cantora de fundo que ficou famosa?

— Não sei, acho que não. — Marcelina diz após pensar.

— Pois é! Por que não tem! — Maria Joaquina sorri convencida.

— Ô narizinho empinado! — Chamo a Medsen, entediada. — Só não vamos esquecer de quem escreveu aquela música, tá legal? — sorri irônica. — Se não fosse pela vitórinha aqui, você e suas backing vocals não teriam feito sucesso. — me encostei na cadeira, cruzando os braços. Maria Joaquina revirou os olhos.

— A questão é que todo mundo que assistiu o clipe viu que a estrela que mais brilhou fui eu. — sorriu sonhadora. Eu e toda a sala reviramos os olhos. — E se não fosse por minha causa, a big star, nosso clipe teria no máximo dez views.

Massageei minhas têmporas, tentando amenizar a dor de cabeça que senti após o grito de Valéria. Paulo, que está no meu grupo, me olhou de lado.

— Você tá bem? — ele sussurrou. Assenti com um sorriso fechado, colocando as mãos sobre a mesa. Senti uma mão em minha coxa, e pelos movimentos circulares com o polegar eu soube que era Paulo. Até por que Davi, que está ao meu lado, está muito concentrado em seu jogo.

PANAPANÁ • paulo guerraOnde histórias criam vida. Descubra agora