PANAPANÁ • paulo guerra

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Quando voltamos ao acampamento, tanto senhor Campos quanto Alan ficaram confusos, e ficaram mais ainda quando tentamos explicar a situação.

- E ele tá bem aqui, ó. - Maria Joaquina deu zoom no video.

- Mas como eles sabiam que a prova ia acontecer nesse dia? - sr. Campos murmurou.

- Algum funcionário? - diretora Olivia questionou.

- Não. Eles estão comigo há mais de quarenta anos.

- É bem estranho, mas alguém sabia. - comentei.

Alan acabou esbarrando num suporte com lápis e canetas, me abaixei para ajudá-lo a catar. Quando levantei o olhar, cutuquei o ruivo. Tinha algo parecido com uma escuta grudada embaixo da mesa. Alan fez um sinal pedindo silêncio e retirou a escuta de lá, colocando sobre a mesa.

O olhar de choque foi inevitável.

O senhor Campos ainda não sabe o que fazer, ainda está muito abalado com essa situação.

Não demorou muito pra anoitecer. Nós nos dirigimos ao dormitório masculino, onde todas as nossas malas se encontram. Como não podemos voltar a essa hora, Sr. Campos concordou que ficassemos no acampamento, com a desculpa de que Alicia trouxe os amigos para o sítio do avô.

Estamos numa roda torta. Me sentei na cama, com Paulo no chão entre minhas pernas. Hora ou outra ele as acariciava, eu apenas retirei sua touca e coloquei em minha cabeça, fazendo carinho em seus cabelos.

Eu me mantenho quieta enquanto meus amigos discutem sobre nossa atual situação.

- Pessoal, pessoal. Galera! - Alan gritou num sussurro, chamando nossa atenção. - A gente descobriu que tem uma escuta na mesa do Sr. Campos.

- E meu avô disse que tem um cara muito mal querendo transformar o acampamento numa fábrica nojenta. - Alicia contou.

- Então deve ter sido ele que sabotou a tirolesa. - Marce supôs.

- Foi ele mesmo, está até na foto! - Cirilo apontou para o celular de Maria Joaquina.

- E foi ele que mudou a seta da trilha de lugar. - Margarida relembrou.

- E deve ter sido ele que colocou gás tóxico no acampamento a noite. - Adriano comentou.

Jaime soltou um riso constrangido. - Então gente, esse negócio do gás tóxico no alojamento na verdade saiu de mim...

- Ah que nojo - todas nós fizemos uma careta. Ainda bem que os dormitórios são separados.

- Se concentrem, por favor! - Maria Joaquina pediu.

- Tá bom, desculpa. - Jaime pediu ainda rindo.

- A gente precisa achar um jeito de descobrir a verdade e ajudar o Sr. Campos a reabrir o acampamento. - Paulo comentou.