Lance Proibido - Vol.1 - Ret [M]

Capítulo 56

Ret 🐉

Sai do carro e fui levado pro mato, meu corpo todo doía, os filhos da puta vieram atrás de mim.

Caveira: Finalmente a gente vai poder acertar essa parada. -riu enquanto me amarrava na árvore

Eu já sabia o que ia acontecer, eles iam me torturar pra caralho e depois iam me levar em flagrante para a delegacia.

E começaram, agressões, água fria na cara e choque.

Depois que me levaram e eu já fui preso em flagrante, isso já era três da manhã.

Tinha direito de uma ligação antes de ser encaminhado pro presídio, ia ligar pra a Anna mas aí me lembrei que ela não atende número desconhecido.

Liguei pro Vt, ele atendeu na hora.

Ret: Irmão, fui pego...

Vt: Tá na gaiola? -falou em um tom baixo mas ouvi o choro do Kauã de fundo

Ret: Uhum...E aí, vocês no morro...

Vt: Perdemo, Ret. Eu ainda tô no morro escondido, tá cheio de PM aqui mas eu ainda não sei a situação dos outros.

Ret: Caralho...-Suspirei passando a mão pelo rosto
Vou ser transferido a qualquer minuto pra uma prisão de segurança máxima então presta atenção no que eu vou dizer e faz o possível pra comunicar o Dedê.

- - -

Já era de noite, eu tava em um canto da cela que eu dividia com mais cinco caras, eu não tinha poder nenhum aqui dentro, ainda...Então, eu não posso exigir nada.

Canário: Então tu é o famoso Ret. -falou se aproximando de mim me oferecendo um cigarro de maconha

Neguei o cigarro e suspirei depois assentindo com a cabeça, eu já conhecia o Canário, ele era o maior bandido dos anos 90, foi pego e foi condenado a 54 anos de prisão, ele não era da minha cela mas poderia ficar aonde ele quisesse, porquê ele agora tem uma coisa que eu não tenho...Poder.

Canário: Pegou quanto tempo?

Ret: Quarenta e três.

Canário: Já ouvi falar muito sobre tu, Ret...Tá tentando ser o novo eu? -sentou do meu lado
Porque se for, cê tem talento.

Ret: Quero não Canário, só quero fazer o meu sem pisar em ninguém além do sistema. -falei jogando o corpo um pouco pra frente
Já tentou sair daqui? -olhei pra ele que assentiu

Canário: Várias vezes pai, mas o bagulho aqui é complicado. -me olhou
Não é todo mundo que se vende não.

Ret: Todo mundo tem um preço.

Canário: Concordo. -falou dando um trago no cigarro
Mas o mundo também tá cheio de duas caras só esperando tu cair...Tô à dez anos sem vê a minha filha, minha mulher vem aqui todo mês mas já dei o papo pra não vim mais e seguir a vida. -olhou pro teto
Muita humilhação e elas não merecem passar por isso.

Nesse momento só passou a Anna e os moleques pela minha cabeça, foi foda demais.