Lance Proibido - Vol.1 - Ret [M]

Capítulo 46

Ret 🐉

Entrei na boca e fui direto pra minha sala, o Vt tinha chamado uns moleques pra fazer tarefas básicas tá ligado? Ter alguém pra ouvir as reclamações dos moradores, outro pra cobrar aluguel, outro pra ficar na segurança, outro pra embalar droga e entregar, essas paradas tá ligado?

Eu ficava puto porquê a maioria era de menor, eu sou amarradão no que eu faço! Gosto da adrenalina mas se eu soubesse tudo que eu passaria e passo nesse mundo do crime, eu nunca tornaria isso uma opção.

Ret: Seguinte, quem tiver menos de 18 anos pode sair daqui. -sentei na cadeira e vários abriram mó olhão

— Pô, Ret. -me olhou e coçou a nuca
É a minha única opção, minha mãe tá doente e a minha irmã é pequenininha.

Ai começaram a falar todos os problemas que eles estavam passando e na moral? Fiquei com mó pena.

Ret: Os que tem menos de 18 vem aqui próxima semana que eu resolvo essa parada.

De 15 moleques ficaram apenas 7.

Ret: Se liga, vou falar uma parada na verdade mesmo, tá ligado? Na sinceridade. -acendi um cigarro de maconha
Cês querem mesmo entrar nessa vida? -olhei pra eles
Porque depois que cês entrarem vai ser muito difícil querer sair, depois que você ganha poder, dinheiro e mulher só vai querer mais e mais e depois que perceber que isso não é tudo...Não tem mais volta.

Dei esse discurso todo pra nada, geral queria entrar e meteu um grande foda-se pro que eu disse.

É aquilo né, faça o que eu digo mas não faça o que eu faço. Se os caras escolheram se arriscar e pagar pra ver, posso fazer nada.

Apresentei os moleques pros vapores que foram logo levar cada um pro seu posto e ensinar como era que eu gostava as minhas paradas, que se for pra ficar de brincadeira e não se comprometer com o trabalho era melhor já sai logo.

Daí, só ficaram cinco.

Era o que eu tava precisando? Não, precisava de mais gente mas só de pensar que eu livrei pelo menos oito de ficar fora dessa vida, me alivia bastante.

Eu faço isso mas o crime não vai acabar nunca, se eu ou os dos meus caírem, a gente leva tudinho pô! Desde os de baixa até os que tão por aí escondidos atrás de um terno e de uma gravata, ninguém fica não porra.

Vt: A pessoa não pode nem ter uma folga. -falou puto entrando na minha sala

Ret: Tu é uma filha da puta mesmo, te chamei pra fumar não foi pra trabalhar não.

Vt: Agora sim tu tá falando a minha língua. -esfregou as mãos e sorriu

A gente partiu pro alto do morro, sentamos no sofá e começamos a fumar e cheirar pó.

Vt: Chegou em mim que a Emily ganhou o bebê. -eu assenti

Ret: Hoje de manhã, a Anna tá lá com eles. -ele me olhou e arqueou as sobrancelhas
Foi uma cesária de emergência mas deu tudo certo.

Vt: Credo pô, ninguém vai ter um parto normal não? Daniela não teve, muito menos a Emily.

Ret: A Estrella vai ter, eu espero. -cocei o nariz e joguei a cabeça pra trás sentindo a brisa

Vt: Tu não acha que tá indo muito além não? -me olhou e deu um trago no cigarro de maconha
Tu tá se drogando demais, tô ligado que tu se amarra em uma verdinha e faz isso a mó cota mas nunca vi tu tão viciado e dependente como tu tá agora.

Ret: Virou minha mãe agora? -falei fazendo a carreirinha

Vt: Então se fode meu irmão, tô te alertando ainda quando há tempo. -deu de ombros
Se tu quiser se fuder então se fode mas lembra que agora três vidas também precisam da sua.

Ret: Como tu mesmo disse, eu faço isso a muito tempo...Relaxa aí e não acaba com a minha onda.

Vt deu de ombros e voltou a fumar, ficamos assim até o final da tarde.

...