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Rosie

Cherry já havia partido para o Iraque, ele me disse que seria paramédico, mas ainda não havia me ligado o que me deixava louca de preocupação então eu sempre precisava me manter ocupada.

Os pais dele me convidaram para um almoço em um restaurante mexicano. Não ajudou muito já que era o mesmo restaurante que costumava ir com o Cherry... Eu queria dizer não... Mas eram os pais dele.

Eu estava um caco. Olheiras e olhos vermelhos por ter fumado um baseado. Eu estava tentando parar com os comprimidos e estava tendo êxito nos últimos... 30 minutos.

— Porra...

Usei um colírio para ajudar com a vermelhidão e passei uma base para esconder ao menos um pouco das olheiras. Peguei o carro e fui encontrá-los lá.

Pedi um burrito mesmo não estando com fome.

— Como você está querida? — Perguntou a mãe dele. Por algum motivo ela gostava de mim.

— Bem, na medida do possível. — Dei de ombros dando uma mordida no burrito tentando fazê-lo descer.

— Ele já ligou? — O pai dele também era legal.

— Não. Ainda não. Mas ele me avisou que não poderia me ligar com muita frequência.

— Ele vai estar bem.

Voltei para casa. Comprei uma tinta azul para pintar o nosso quarto. Cherry gostava de azul ia gostar de ver quando chegasse. O telefone tocou e eu corri para atender com tinta nas mãos e no rosto.

— Alô? — Soei um tanto desesperada.

Oi bebê. Porra como é bom ouvir sua voz. — Eu sorri como uma criança ouvindo ele sabendo que ele ao menos estava vivo.

— Eu tenho uma notícia que você vai gostar.

Conta aí.

Estou pintando nosso quarto. Azul. Sua cor favorita. — Silêncio. — Você está aí?

Tô... eu só... Só fiquei feliz, estou doido para ver. Eu sinto sua falta o tempo todo.

Eu também sinto.

Mal posso esperar para voltar pra casa... Bebê, vou te mandar uma grana, pega uma parte para ajudar nas contas, quero que me mande umas coisa também.

Claro pode deixar. — Se ele me pedisse provavelmente eu iria até pessoalmente entregar.

Cherry me pediu para lhe enviar comprimidos de oxicodona e maconha. Eu concordei, mas fizemos um acordo de parar com essas merdas quando ele voltasse. Realmente queria uma família. Um bebê em breve...

Eu preciso desligar... Eu te amo demais bebê.

Eu também te amo... Volta inteiro pra mim... — Sussurrei a última parte.

Volto... — Ele desligou.

Eu não podia simplesmente enviar a droga pelo correio, ainda não tinha cheirado solvente o suficiente para fazer isso, então teria de usar meu lado criativo.

Peguei tudo que precisava com o meu irmão, já que Timmy havia sido preso, o idiota foi pego com comprimidos de Xanax próximo a uma escola. Meu irmão cobrou só metade do que deveria. Disse que cobriria a outra metade. Presente para o Cherry.

Cozinhei uma fornada de Cookies com 25gr de maconha dentro. Na verdade foi a segunda fornada já que a primeira queimou. Caprichei na baunilha para cobrir totalmente o cheiro. Cães farejadores. Os guardei em um ziplock. Escondi os comprimidos de oxi em um frasco de Advil, álcool em 3 frascos de enxaguante bucal e alguns maços de cigarro do bom.

Cherry & RosieOnde histórias criam vida. Descubra agora