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“Ah...”, Caroline, que interpretava a mrs. Manson, murmurou e permaneceu sentada na cadeira do cenário, abrindo e fechando o leque de marfim entre os dedos enluvados; de repente, porém, ergueu a cabeça e apurou os ouvidos — Senhora Donovan narrou, enquanto todos observavam a cena em silêncio.

“Aí vem ela!”, Caroline sussurrou e apontou para o buquê no sofá próximo a Finn. “Devo entender que o senhor prefere isso? Afinal, casamento é casamento… e minha sobrinha ainda é uma mulher casada…”

“O que é que vocês dois estão tramando?”, Chloé , a célebre Madame Olenska, entrou em cena e perguntou ao entrar no cenário.

Deveria estar vestida como se fosse à um baile, mas no ensaio estava com seu uniforme normal, no entanto, caminhava graciosamente, como se estivesse com um longo vestido.

“Estávamos dizendo que você vai ter uma linda surpresa.”, Caroline se levantou e indicou as flores, segurando o riso.

Chloé então olhou para o buquê com uma expressão vazia, como mandava no livro, e exclamou:

“Ah! Quem terá sido tão ridículo a ponto de mandar um buquê? Por que um buquê? E por que justamente hoje? Eu não vou a nenhum baile; não estou noiva. Mas algumas pessoas são sempre ridículas!”, exclamou de forma afetada, enquanto Finn ainda não tinha a olhado.

— CORTA! — Jean-Marc, o diretor, que hoje estava dos pés à cabeça de roxo, exclamou de forma irritada.

— RIDÍCULA É SUA ATUAÇÃO,

SENHORITA BERRYCLOTH! Quem colocou essa garota como Condessa Olenska? — Murmurou, olhando para Chloé com desdém.

A garota se limitou a abaixar a cabeça e não responder, mesmo que quisesse mandar o diretor para o inferno. Aquela não era nem de longe sua melhor atuação, mas sua cabeça estava na ligação do dia anterior. Quem era no telefone? Como ele sabia seu nome?

— Ei, ei! Não está me ouvindo?

Chloé voltou a si, quando escutou a voz insuportável de Jean-Marc a chamando, todos a estavam olhando, inclusive a senhora Donovan com aquele olhar urgente. A mulher morria de medo do diretor.

— Vamos, do início!

— Aquela idiota ainda não devolveu meu telefone. — Meredith exclamou, enquanto caminhava rapidamente pelos corredores vazios.

— Pegue de volta. Ela atendeu ontem. Você é estúpida? Vai acabar morta assim! — O garoto ao seu lado sussurrava e olhava para todos os lados, com medo de que fosse visto falando com Brown.

— Você deveria cuidar disso! — Ela deu de ombros.

— Eu já tenho outros problemas.

— Como a chave que você pegou da piscina? O prazo do diretor Malcolm está acabando, o que você vai fazer?

— Eu tenho um plano. — Meredith sorriu e saiu rebolando, deixando o garoto parado sozinho no corredor.

Como tinham feito o pacto de silêncio, até onde sabiam, ninguém tinha ido até a sala do diretor de Cambridge se entregar ou entregar o culpado. O prazo já havia expirado, mas Thomas ainda não tinha tomado nenhuma decisão. Esse era o menor dos problemas de todos. Os alunos pareciam estar muito mais preocupados com outras coisas, inclusive com o Baile dos Anos 50, que era promovido pela escola e seria no final de semana.

Caroline não podia estar mais animada, ela não parava de tagarelar, enquanto Chloé andava ao seu lado sem realmente ouvi-la. Ela tinha tanta coisa na cabeça, não sabia como iria descobrir quem era no telefone, estava triste pelo acontecido no teatro e também com um pouco de raiva.

Even if i die | Finn WolfhardOnde histórias criam vida. Descubra agora