20

19 5 1
                                    

Chloé estava acostumada com as coisas na sua vida acontecendo exatamente na contramão do que deveriam. Mas, com certeza, naquele momento, tudo parecia estar seguindo por um caminho que certamente não foi planejado. Ela tinha voltado para Cambridge para acertar sua vida: ser a boa filha, aluna e pessoa que tinha deixado a desejar desde o acidente de Lily e, além disso, é claro, tentar mostrar para todos de uma vez por todas de que, de todas as coisas pelas quais ela era acusada, assassina não era uma delas.

Mas lá estava ela, mudando totalmente o rumo de seus planos por uma coisa que não estava completamente calculada: um par de olhos verdes e o cabelo bagunçado. Malcolm tinha entrado no seu caminho. E era um belo empecilho.

— Então nós estamos namorando? — Ele ergueu uma das sobrancelhas para ela, enquanto acariciava seu rosto.

Estavam deitados no chão do quarto da garota, depois de terem estendido a ação na limusine para o quarto.

— Algo assim... — Chloé respondeu simplesmente.

— E não vamos contar para ninguém?
— Você quer contar para Finn Wolfhard que está namorando Chloé Isabel Berrycloth? — A garota encarou Malcolm no fundo dos olhos, o que fez a feição do garoto se desmanchar em preocupação.

— Foi o que eu pensei! — Beijou a bochecha dele e depois o nariz. — Não ache que eu goste da situação, mas… não há como ele ou Abby receberem bem essa notícia.

— Você gosta dele ainda? — Malcolm perguntou de repente, o que fez Chloé arregalar os olhos de surpresa, como se tivesse sido pega com as calças nas mãos.

Antes que a garota formulasse uma resposta, o toque de celular de Malcolm a salvou.

— Preciso ir. — Ele gemeu ao ver o visor, mas não deu espaço para que a namorada visse quem era.

— Te vejo amanhã. — Deu um selinho rápido em Chloé e saiu às pressas pela janela, sem dar chances para a garota se explicar ou até mesmo perguntar de quem era o telefonema desesperado.

A garota se deitou na cama dessa vez, pensativa sobre a pergunta “você gosta dele ainda?”. É claro que ela gostava. Não tinha como esquecer toda a história dela com Finn, tudo que passaram juntos, tudo que construíram — e que ela tinha destruído. 

Finn era a pessoa que a garota mais amou em toda sua vida, desde crianças os dois pareciam ser destinados.

O caminho para o romance na adolescência foi natural, orgânico e até mesmo um pouco clichê: ele, o jogador de futebol, e ela, a líder de torcida. Berrycloth e Wolfhard : o casal modelo de Cambridge.

— Finn, pra onde você está me levando, seu louco? — Chloé ria, enquanto o namorado a puxava pela mão na escuridão.

Já passava da meia-noite, os dois estavam juntos depois de sua primeira noite maravilhosa. Pareceu perfeito para a garota perder sua virgindade com o melhor namorado do mundo, no Dia dos Namorados. 

Chloé sabia que sua vida, diversas vezes, sempre quando Finn estava no meio, parecia um filme.
Hoje o dia tinha sido perfeito para os dois, ela estava feliz e sóbria, os dois tinham selado o relacionamento e não podiam estar mais felizes. Mas faltava uma coisa.

— Finn! — A garota exclamou, quando eles chegaram na porta dos fundos do parque de diversão que estava na cidade. — Como você conseguiu a chave?

— Eu paguei um cara. — Finn sorriu.
Ele não podia estar mais feliz. Era o cara mais sortudo do mundo: tinha conquistado a camisa 10 do time de futebol da escola e tinha uma namorada perfeita ao seu lado. Não podia pedir mais do que isso.

Even if i die | Finn WolfhardOnde histórias criam vida. Descubra agora