XVII

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Acordei cedo e bem relaxado como a muito tempo não ficava, tive uma ótima noite de sono, e o motivo pra tudo isso é uma morena linda que está dormindo tranquilamente abraçada comigo.
Me levanto devagar para não acordar ela, e vou pra cozinha preparar alguma coisa, dessa vez eu que vou levar café na cama pra ela.
Não sei cozinhar muito, mas acaba dando certo, porque eu peguei os biscoitos que ela vive comendo, cortei algumas frutas e peguei um suco de caixinha na geladeira.
Um desastre!
Porra isso tá péssimo! Já vou começando a desfazer quando ouço a vozinha dela me chamando, e agora já era, vai assim mesmo.
Assim que entro no quarto com a bandeja nas mãos ela coloca um sorriso de orelha a orelha.
A coisa mais linda!
— Desculpa deusa! Tentei preparar uma surpresa pra você, mas eu sou péssimo! - digo envergonhado.
— Eu amei amor! Vamos comer, acordei com muita fome! - Ela diz fazendo uma cara de surpresa como se isso não fosse normal, e eu tô mais que feliz por ela ter voltado a se alimentar normal. — O que acha de fazermos um bolo de chocolate juntos hoje a tarde? Acordei com esse pensamento na cabeça.
— Você sabe que eu vou amar né? Mas tô desconfiado que você vai querer que eu fique pelado de novo. - pronuncio sorrindo.
— Você não vai ficar pelado! Eu vou te colocar um avental! - Ela diz toda safada e me dá um beijo, e eu recolho a bandeja e limpo tudo, caralho ela tava com fome mesmo, eu comi muita coisa, mas ela comeu mais, nem sobrou.
Assim que termino de arrumar as coisas na cozinha nós vamos tomar banho juntos, isso já tá virando um vício, um vício delicioso no qual não quero nunca me curar.
— Se veste rápido que eu não quero perder o horário de visitas! - A Hinata me chamou pra ir a um lar adotivo, no horário de visita as crianças ficam brincando na quadra e possíveis pais adotivos podem brincar e conversar as mesmas
Conversamos com a diretora do lugar, como não marcamos nenhuma reunião formal hoje vamos apenas observar as crianças.
Assim que chegamos na quadra Somos invadidos por uma onda de gritos e gargalhadas e crianças correndo para um lado e para o outro, impossível não sorrir com a cena, elas estão eufóricas, brincam de futebol, outras com carrinhos e bonecas, algumas conversam ou brincam com adultos, que acredito ser pessoas interessadas em adota-las, olho um pouco para o lado a Hina está observando tudo também sorridente e conversando com a diretora do lar adotivo.
Eu continuo observando tudo e já decidido que irei voltar mais vezes no local, quando de repente vejo um menininho em um canto sozinho no fundo da quadra, ele não brinca, não conversa com ninguém e também não tem nenhum brinquedo nas mãos, me aproximo dele, percebo que seu olhar está perdido, como se não estivesse aqui.
— Oi! - cumprimento ele.
O garoto olha pra mim e fica pensativo como se estivesse decidindo se falava ou não comigo, ele decide não falar e eu respeito.
Então eu fico ao seu lado observando as crianças jogarem bola e de repente um dos garotos chutou a bola em nossa direção e ia batendo em cheio no garoto e eu segurei em minhas mãos impedindo que isso acontecesse.
— Bela defesa tio! - Uma das crianças fala quando vem buscar a bola.
— Eu era goleiro no time da escola! - digo e devolvo a bola sorrindo.
Quando olho pra o lado vejo que o garoto estava observando toda a cena e um sorriso apareceu no canto da sua boca, não sei porque mas o meio sorriso que ele deu aqueceu algo dentro de mim, e quando ele arrastou devagar um cavalinho de madeira que até então estava escondido em minha direção eu fico muito feliz, ele tinha outro e estava me convidando do jeito dele para brincar com ele, e nós ficamos um bom tempo assim, ele não dizia nada e nem eu forçava perguntas, mas de certa maneira que eu não nem sei explicar direito, a gente está se comunicando através da brincadeira, e eu senti ele mais calmo e tranquilo por causa disso.
Depois de um tempo diretora e as outras cuidadoras do lar anunciam o fim da visita e os outros uo se despedem das crianças, olho pra o garoto e devolvo o cavalinho.
— Bem parece que eu já vou ter que ir embora! - Ele recebe o brinquedo e seu olhar volta a ficar triste. —Posso voltar pra gente brincar de novo? - Ele levanta o olhar novamente pra mim e apenas balança a cabeça em sinal positivo.
— Então irei voltar o mais rápido possível! A propósito! Eu me chamo Naruto! - O garoto estreitou os olhos como se estivesse memorizando o meu nome, depois baixou a cabeça e disse bem bem baixinho, quase em um sussurro.
...... Kawaki!
E depois acompanhou a cuidadora que me olhava com uma expressão de espanto sem olhar pra trás, fiquei entretido observando o garoto ir embora que nem percebi a diretora e a Hina se aproximando de mim.
— Amor a gente estava hoje só pra observar lembra? Não era pra gente ter contato com as crianças ainda. - minha deusa diz.
— É verdade! Me desculpa! - Falo olhando pra diretora.
— Na verdade eu fiquei um pouco apreensiva quando vi o senhor se aproximando do Kawaki! Ele costuma correr e fazer escândalo quando se aproximam dele, bem, a verdade é que o senhor conseguiu em apenas um momento o que nenhum terapeuta, psicólogo ou cuidador conseguiu em meses. - a diretora diz impressionada.
— Nossa meu amor! Eu percebi que ele gostou de você! - minha deusa diz orgulhosa.
— Eu também percebi! Mas porque ele é tão calado? - perguntei para a diretora.
— Os pais dele foram assassinados em sua frente durante um assalto e desde esse dia ele nunca mais pronunciou nenhuma palavra, os pais dele não tinham parentes vivos, então o Kawaki está sozinho no mundo. - assim que ela disse isso, meu coração se partiu, senti uma vontade imensa de proteger o Kawaki e ser o pai dele.
— Senhora eu prometi pra ele que voltaria para visita-lo. - falei para a diretora.
— E ele aceitou? Nossa senhor Uzumaki eu estou realmente impressionada! Todos aqui já tinham perdido as esperanças com o Kawaki, mesmo ele só tendo quatro anos de idade. - Eu fico tocado com tudo o que o Kawaki já teve que passar mesmo sendo tão pequeno, e de repente uma vontade de cuidar e proteger ele toma conta de mim.
— Eu não vou desistir dele! - afirmo decidido.
— Espero que não! Na segunda vocês podem trazer seus documentos e se cadastrarem como possíveis pais adotivos. - a mulher explica.
— Entendido! - Nós nos despedimos da diretora e fomos até o restaurante no qual combinamos de encontrar a Sakura e o Sasuke, eles chegaram hoje de viagem e ambos estão preocupados com a gente, então decidimos nos encontrarmos para esclarecer os últimos acontecimentos.
— Você gostou mesmo do Kawaki não é? - minha morena pergunta.
— Sim! Você precisa conhecê-lo Hina! Ele é muito especial! - falei entusiasmado.
— Eu não sei se irei na próxima reunião Naruto! - Paro o carro no estacionamento do restaurante e antes de sairmos do carro pergunto o motivo. —
Naru você viu como você soube lhe dar sozinho com o Kawaki? Você é maravilhoso! Você vai adotar o Kawaki sozinho e vai ser o melhor pai do mundo pra ele eu tenho certeza.
Sinto uma dor no peito quando escuto a Hina dizer isso, ela não quer formar uma família comigo, mas tudo bem, eu não posso ser egoísta a ponto de exigir dela algo em que ela ainda não está preparada, ela só tem dezenove anos, tá fazendo faculdade, ainda tem a vida toda pela frente, as vezes ainda me pergunto o que ela viu em mim.
— Tudo bem Hina eu entendo! Você tem sua vida, a faculdade, eu não vou exigir nada de você! - Eu digo abraçando ela.
— Naru não entenda mal e que...
— Tudo bem minha deusa! Tudo bem! Você não precisa se explicar! - não quero deixar ela desconfortável.
— Naru mas é que... - Somos interrompidos por um carro que estaciona do nosso lado e de dentro sai uma garota de cabelos rosa e meu amigo idiota Sasuke.
— Eu fico uma semana fora e as coisas viram do avesso? - A Sakura já chega toda animada e abraçando a Hina e as duas entram juntas no restaurante.
— Ainda bem que seguiu meu conselho! Você tá bem melhor com a Hina! - Sasuke diz.
— Com certeza! A Hinata é um anjo! - Eu falo só pra o Sasuke ouvir, já que as duas garotas estão indo na frente conversando animadas.
— Vocês já tão morando juntos? - meu amigo pergunta.
— Eu tô no apartamento dela, mas acho que segunda vou procurar algum lugar pra mim, a Hina é muito nova, acho que ela ainda não quer se ligar a alguém ainda dessa maneira. - falo um pouco entristecido, tudo o que eu mais queria era ter a Hina toda pra mim.
— Tá brincando né? Qualquer um percebe o jeito que ela olha pra você! - Fico feliz com o comentário do Sasuke e acabo deixando escapar um sorriso.
— Eu só não vou apressar as coisas! Vou deixar tudo acontecer no tempo da Hina! - respondo pensando na minha conversa com ela mais cedo, eu não vou forçar ela a nada e nem fazer exigências, a Hina tem o direito de escolher o quer.
Damos o assunto por encerrado e sentamos na mesa que estava reservada.
— Nossa eu não acredito que o meu primo foi tão canalha com você Hina! Tô decepcionada. - Sakura diz irritada.
— Tudo bem Sakura! Não vamos mais falar sobre isso Tabom? Como foi a viagem? - Hina conforta a amiga.
— Nossa! Perfeita! Vocês deveriam fazer uma viagem juntos! - Sakura diz e Hina olha pra mim animada.
— Nós já passamos um fim de semana em um hotel fazenda uma vez e foi perfeito! - diz com os olhinhos brilhando.
— Eu já tava pensando mesmo em tirar umas férias! Uma viagem não seria má ideia. - concluo fazendo a Hina sorrir ainda mais.
— Irmão se tem alguém que está precisando de férias, esse alguém é você! - Todo mundo ri com o comentário do Sasuke, e o almoço segue muito animado, eles não param de falar em como foi boa a viagem de lua de mel e eu fico realmente com muita vontade de fazer uma viagem com a Hina.
— Então quer dizer que você está aí se divertindo enquanto eu estou em casa sofrendo sozinha? - A Shion chega perto da mesa em que estamos, de onde ela saiu é que eu não sei, só sei que ela já chega querendo confusão, eu sinto asco só de ouvir a voz dela.
— Shion some da minha frente! - Eu nem me viro pra olhar na cara dela, eu não quero nenhum tipo de contato com ela, nem visual.
— OLHA PRA MIM NARUTO! - Ela grita e chama a atenção de todo mundo no restaurante, depois parte pra cima de mim puxando o meu colarinho, me batendo e me forçando a olhar pra ela, ela sabe que eu não vou ter reação, ela sabe que eu não bato em mulher.
— TIRA AS MÃOS DO MEU NARU! - A Hina parte pra cima da Shion e afasta ela de mim e a joga no chão, deixando não só eu como também a Sakura e o Sasuke de boca aberta.
— Como assim seu Naru? MEU NARU! ELE É MEU! ELE VAI VOLTAR PRA CASA! - Shion grita e a Hinata fica vermelha de água.
— EU NUNCA VOU PERMITIR QUE O "MEU" NARU VOLTE PRA AQUELE INFERNO! ELE AGORA TÁ COMIGO! E É BOM QUE VOCÊ ENTENDA DE UMA VEZ! ELE NÃO VAI VOLTAR PRA VOCÊ! - minha Deusa diz, tô morrendo de orgulho dela.
— PARA DE FINGIR QUE GOSTA DELE! SÓ EU QUEM GOSTO DE VOCÊ NARUTO! SÓ EU TE ACEITO COMO VOCÊ É! ESSA GAROTA SÓ QUER O SEU DINHEIRO! O QUE TE FAZ PENSAR QUE ELA QUER MESMO ALGUMA COISA COM ALGUÉM COMO VOCÊ? - minha ex grita cada vez mais alto.
— LAVA A SUA BOCA PRA FALAR DO NARUTO! VOCÊ É QUEM NUNCA MERECEU ELE! O NARUTO É PERFEITO! O ÚNICO DEFEITO DELE FOI TER CONHECIDO VOCÊ! - Hinata rebate no mesmo tom.
"Caralho!"
— SUA VADIAZINHA NOJENTA! - Shion começa a ofender a Hina.
— NOJENTA É VOCÊ! - Hina dá um tapa na cara da Shion.  — Isso é por você ter manipulado e ter desmerecido o Naruto esse tempo todo! - Outro tapa. — Isso é por você ter mentindo dizendo que estava grávida! - Outro tapa. — E isso é porque você abortou o filho dele! A VADIA SUJA AQUI É VOCÊ!- A Hina dá um chute no estômago da Shion fazendo ela cair no chão e monta em cima dela e começa a encher ela de tapa.
Então eu corro e tiro a Hina de cima dela.
— ISSO NÃO VAI FICAR ASSIM! VOCÊ VAI ME PAGAR! E VOCÊ NARUTO! NÃO PENSE QUE VAI SE LIVRAR DE MIM! PORQUE ISSO NUNCA VAI ACONTECER! - A Shion vai embora toda descabelada e quando eu me viro encontro a Hinata desmaiada no chão.
— HINA! MEU DEUS! - me ajoelho ao lado da minha Deusa desesperado.
— Ela desmaiou de novo! - A Sakura começa a fazer os primeiros socorros nela, ainda bem que ela está se formando em medicina. Ela tenta animar a Hina, mas ela não acorda, continua pálida como um papel e sem reações. — Ela desmaiou alguma vez depois do dia do meu casamento?
— Não! O tempo em que ficamos juntos ela aparentou estar bem! - De repente a Hinata abre os olhos e olha pra mim e fala bem baixinho por causa da fraqueza.
— Naru eu tô morrendo! - E depois desmaia novamente, e eu fico desesperado, porque a minha Deusa disso isso? Só de imaginar um mundo sem ela o meu coração sangra.
— Ah meu Deus Sakura! O que ela tem? - pergunto angustiado pra mulher do meu amigo.

— Seja lá o que for nós vamos descobrir agora! Sasuke liga pra uma ambulância!

A Amante - Naruhina Coleção doce mel - IOnde histórias criam vida. Descubra agora