Capítulo XXIV - Predadores

35 6 0
                                    

     Observo Alison ao meu lado e não consigo deixar de notar que desde que chegamos aqui em casa ele tomou uma postura mais séria, calado, quieto, a mesma postura de semanas atrás quando tentava me esconder os seus segredos ou quando não me queri...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

     Observo Alison ao meu lado e não consigo deixar de notar que desde que chegamos aqui em casa ele tomou uma postura mais séria, calado, quieto, a mesma postura de semanas atrás quando tentava me esconder os seus segredos ou quando não me queria por perto pelo perigo alarmante. 

     Fechei a porta de meu quarto e então sinto Alison me puxar devagar me guiando para a minha cama fazendo eu me sentar ao seu lado. Ele me observa com um olhar cauteloso e preocupado, talvez ele ache que irei desabar ou entrar em choque.

     Não irei mentir que talvez eu possa desabar, não estou mais tendo absoluto controle sobre minhas emoções, minhas mãos ainda estão um pouco trêmulas e ainda sinto alguns calafrios percorrer por minha espinha dorsal.

      — Está tudo bem? — Perguntei em preocupação.

      — Se eu tivesse uma meio de voltar ao tempo, eu voltaria. — Ignorou a minha pergunta enquanto acaricia a minha mão olhando em meus olhos.

     — Porque diz isso? — Indaguei sem entender do que se tratava.

     — Eu iria impedir a mim mesmo de me aproximar de você, lhe poupar de tudo isso que está acontecendo, do perigo que está lhe cercando.

     — Não fale isso, Alison, se você o fizesse nós dois não estaríamos aqui hoje juntos. — Ele sorriu em negação.

     — Você não entende, Diana, eu quero lhe proteger de todo mal, de tudo, mas me sinto impotente diante da situação. — Ele se levantou afagando devagar as mãos em seu rosto e em seguida esmurrando a parede de meu quarto me assustando. — Como os lobisomens quase lhe pegaram, como o alto escalão quase lhe viu entre nós, tudo isso está me matando por eu não conseguir fazer nada.

     — Mas não me aconteceu nada, eu estou bem, estamos bem, Alison. — Me levantei me aproximando dele. Alison me observa enquanto sua feição me transmite um único sentimento: dor.

     — Fui um tolo em pensar que mesmo sendo perigoso esse nosso relacionamento eu poderia lhe proteger de tudo. — Ele se escorou na parede enquanto passou a olhar em meus olhos novamente. — Eu tiraria minha própria vida se algo lhe acontecesse, se eu lhe perdesse. 

     — Para com isso por favor, não fale isso nunca mais, Alison, você não vai me perder, nunca. — Me levantei o abraçando forte na tentativa de acalma-lo, sinto um líquido morno se espalhar por minhas maçãs de meu rosto e percebo que são minhas lágrimas

     As palavras dele perfuraram meu coração como agulhadas, fui egoísta ao ponto de me esquecer como o Alison está se sentido em relação a tudo isso e posso confirmar que ele está pior do que eu.

     Foquei tanto na culpa que estou sentindo, nos meus medos, arrependimentos e por horas me esquecera que o Alison também está sofrendo como eu estou.

Filhos da Imortalidade - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora