Capítulo XVI - Desígnio

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       Escuto um fragor de vidro sendo quebrado muito alto seguido por outro estrondoso de que não consigo identificar vindos lá da sala, penso em parar e dar meia volta para tentar ajudar a Aisha de alguma maneira, mas a única coisa que consigo p...

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       Escuto um fragor de vidro sendo quebrado muito alto seguido por outro estrondoso de que não consigo identificar vindos lá da sala, penso em parar e dar meia volta para tentar ajudar a Aisha de alguma maneira, mas a única coisa que consigo pensar é em correr e nas palavras da Aisha “Vá, corra e não pare por nada”, ela está certa, eu sou humana, ela é vampira, no máximo eu iria atrapalha-la com minha impotência, corro ainda mais rápido subindo as escadarias que agora parecem mais longas do que nunca.

     Tento ao máximo não sucumbir novamente ao medo, porque lá no fundo eu sinto que se ele tomar o controle novamente meu corpo irá paralisar como antes e não conseguiria mover nenhum músculo, muito menos correr nessa velocidade que estou.

     Piso no último degrau da escadaria escorregando e me desequilibrando, de imediato jogo meus braços para frente em reflexo batendo com força no chão, gemo de dor ao sentir um choque elétrico forte percorrer por eles e logo depois uma dor aguda começar a surgir.

     Mas no mesmo instante eu esqueço a dor em meus braços depois de ouvir um uivo alto fazendo o chão tremer vindo lá de baixo e escutar passos pesados subindo as escadarias, — é ele —, é a única coisa que vem em minha mente agora, deve haver mais de um e agora ele está me perseguindo ou o outro conseguiu passar pela Aisha.

     Me levanto ignorando a dor e correndo o máximo que consigo pelo corredor esbarrando em algumas das mesinhas com jarros em cima até chegar de frente a porta do escritório abrindo ela e atravessando trancando-a de imediato, olho para o lado direito, mas não vejo além de uma iluminaria de meu tamanho e assim que olho para  lado esquerdo vejo uma estante com alguns livros e sem pensar duas vezes vou para o outro lado dela.

     Reúno toda a força que e misturado com a adrenalina que está correndo em minhas veias começo a empurra-la para a frente da porta, solto um suspiro longo conseguindo reunir o máximo de ar que posso e com um último empurro eu consigo bloquear totalmente a porta, me afasto conferindo tudo e afagando meu rosto colocando os fios bagunçados de meus cabelos para trás.

     Sinto a dor em meus braços voltarem juntamente com arrepios de medo, eu ouvi alguém subindo as escadarias, talvez seja a Aisha, mas também seja... Não, não pode ser, se for mesmo o que eu estou pensando então a Aisha não conseguiu detê-lo, tudo que eu posso fazer agora é ficar aqui, parada, eu nunca me senti tão impotente em minha vida, tão fraca, Aisha está sozinha com um lobisomem enquanto estou assustada e com medo aqui dentro, eu sou uma humana na vida de seis vampiros o quão cômico poderia ser e ainda mais sendo perseguida por um lobisomem ou o quão louco isso poderia ser.

     — Se acalma, Diana. — Falei para mim mesma inspirando algumas vezes tentando controlar minha frenética respiração e empurrando os sentimentos de medo e desespero para o meu interior, preciso da minha parte racional mais do que nunca agora.

     Abro meus olhos observando todo o escritório e lá no fundo ao lado da estante vejo uma barra de metal que está no meio de alguma decoração, vou até lá segurando nela e tentando tira-la, mas ela está presa na fundação da decoração, seguro mais firme na barra de metal e com um puxão forte consigo a arrancar deixando escapar um sorriso vitorioso que some de imediato depois de ouvir um barulho vindo do corredor.

Filhos da Imortalidade - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora