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Tem música na mídia :)

Payton moormeier

Fiquei observando ela atender mais um cliente, quando vi o sol começar a se pôr, dando lugar para uma iluminação alaranjada, o que me fez ficar hipnotizado com a cena.

O que acha de fazer uma pintura do pôr do sol qualquer dia desses? — Sinalizei após chamar sua atenção, e ela sorriu, olhando a paisagem.

É uma boa sugestão, talvez eu faça — Suspirou, e começou a guardar seus materias de trabalho em sua mochila.

Quer carona? — Ela pensou um pouco, mas logo sorriu.

Acho que não. Preciso começar a caminhar um pouco — Eu confesso que fiquei meio abalado, pois queria sua companhia — Mas obrigada.

Se você diz... — Me levantei, e a abracei, como um gesto de despedida — Então eu te vejo amanhã?

Com certeza — Ela partiu em direção a calçada, me dando um último aceno antes de começar a caminhar.

Suspirei, sorrindo de lado ao ver ela caminhar em direção ao lugar que eu sempre vou quando estou indo para casa. Um senhorzinho se sentou ao meu lado, e em sua mão, tinham várias rosas vermelhas muito bem cuidadas, dando a entender que era um vendedor. Já estava pronto para negar sua oferta, quando ele suspirou, e começou a falar:

— Então isto é amor? — Franzi minha testa.

— Desculpe, o quê?

— Você e a mocinha que acabou de ir embora — Apontou na direção que Mia seguiu — Dava para ver o olhar de vocês dois. Estão juntos a quanto tempo?

— Ah, não, o senhor entendeu errado. Não... estamos juntos — Eu disse, após suspirar.

— E posso saber o por quê? Claro, pode ignorar a pergunta do velhote enxerido — Deu uma risada, e eu ri junto.

— Não, claro que pode saber. É que... bem, nos conhecemos há apenas uns dias, e não aconteceu nada além de um beijo — Eu ainda observava o caminho que ela havia seguido.

— Meu jovem, deixa eu te dizer uma coisa; eu e minha esposa, estamos juntos há mais de cinquenta anos. Bem, estaríamos se ela não tivesse partido primeiro — Não havia um tom triste em sua voz. Ela parecia natural.

— Caramba, eu sinto muito.

— Não sinta. Ela morreu, mas teve os melhores anos da vida dela ao meu lado. Viajamos o mundo juntos, e eu pude realizar este sonho para ela. E o melhor desta história, é que começamos a namorar com apenas uma semana de encontros — Vi um sorriso crescer em seus lábios machucados e finos, o que me fez também sorrir.

— Ela foi uma mulher de muita sorte.

— Com certeza. Ora meu jovem, deixe eu te dizer outra coisa; sabe por que lhe contei esta história? — Neguei — Por que eu quero que você entenda, que nunca vai haver tempo para o amor. Se duas almas gêmeas se encontram, elas vão ficar juntas, independente do tempo dos encontros como falávamos na minha época.

— Como o senhor pode ter certeza que somos almas gêmeas?

— Para um velho chegar e dizer coisas deste tipo, meu rapaz, é porque está nítido — Disse como se fosse óbvio — Claro, não precisa confiar no velho maluco que te parou num parque. Mas é só uma dica. Bom, agora preciso ir para casa, já está ficando tarde e eu não posso pegar frio.

— Quer uma carona, senhor? — Ele negou, carregando suas rosas consigo.

— Basta atravessar a rua, e entrar naquela casinha laranja ali, meu rapaz. Mas não tente me assaltar, senão eu te meto bala — Não me segurei, e ri — Mas caso queira conversar, fique a vontade.

__ Será um prazer __ Sorri amigável, e ele retirou uma flor de seu buquê quase vazio

— Tome, leve para ela. Retirei a mais bonita. Acredita que não quis vender esta 'pra ninguém? Acho que lá no fundo eu sentia que alguém iria precisar — Disse simpático, e eu peguei o cabo entre meus dedos, evitando pegar nos espinhos.

— Obrigada...

— Dock Thomas — Se apresentou, apertando minha mão.

— Payton moormeier — Me apresentei, sorrindo amigável para ele, que retribuiu o gesto.

— Pode vir a qualquer dia, e a qualquer hora até às dez da noite. Eu nunca saio de casa — Falou, e começou a caminhar em direção a sua casa, que era bastante chamativa — Lembre-se do que eu disse, meu rapaz.

Então após olhar para os dois lados, ele atravessou a rua, e caminhou em direção a sua morada. Parecia velha, já que estava me desgastada, mas muito bem cuidada. Um jardim bem aparado, com flores saudáveis e uma pintura boa, porém, a madeira já estava aparentemente muito velha, e não era uma casa lá muito moderna. Uma vez, eu visitei a casa da minha tataravó, e era exatamente deste jeito. Provavelmente estava ali antes mesmo de eles se mudarem para lá, e sua esposa falecer.

Dock era um homem negro, aparentando lá seus setenta anos, cabelo grisalho e baixo, um porte físico bom, e não aparentava ter alguma dificuldade com sua saúde. Um sorriso que contagia qualquer um, e dentes brancos muito bem alinhados. Vestia uma jaqueta de camurça na cor azul, e calças jeans comuns. Usava uma boina na cor marrom, e sapatos normais. Aparentava ter um bom senso de humor, e realmente tinha cara de ser um senhor de muito bem com a vida, como se não houvesse nenhuma reclamação para fazer.

Suspirei, observando a rosa. Realmente, era uma flor exuberantemente bonita, e extremamente bem cuidada. Parecia até de plástico, mas era de verdade.

Quando vai entregar para ela?

Talvez amanhã, quando a gente se encontrar. Não sei onde, porque no dia seguinte eu tinha uma entrevista de emprego, depois de vários dias procurando. Eu iria cuidar daquela rosa, até o dia ideal para entregá-la, e não deixaria a flor morrer até lá. Fiz esta pequena promessa para mim mesmo, e estava disposto a cumpri-la.

Continua...

Desculpa postar o capítulo tarde mas consegui postar.

Obrigada pelas 100 leituras <3

Boa noite, amo vcs❤

𝙞 𝙘𝙖𝙣 𝙝𝙚𝙖𝙧 𝙮𝙤𝙪𝙧 𝙝𝙚𝙖𝙧𝙩 - 𝙋𝙖𝙮𝙩𝙤𝙣 𝙈𝙤𝙤𝙧𝙢𝙚𝙞𝙚𝙧 PausadaOnde histórias criam vida. Descubra agora