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Payton Moormeier

Havia acabado de sair da entrevista de emprego, confiante que eu tinha ido bem, e permiti meu orgulho dizer que fui maior e melhor que todos ali naquela sala. A entrevistadora dava sorrisos para mim a todo tempo, impressionada com minhas falas.

Claro, na noite anterior eu havia pesquisado palavras chiques para acrescentar ao meu vocabulário, tentando ser o mais impressionante possível. Uma mensagem chegou pelo direct, e era Mia. Dei um sorriso.

—————

_mia:
qual é a boa de hoje?

paytonm:
hm, ter um emprego?
acabei de sair de uma entrevista
acho que fui bem

_mia:
que bom! você estava doido com isso
que tal comemorarmos?

paytonm:
o que acha de jantarmos naquele parque?

_mia:
aquele da lua?

paytonm:
este mesmo
a lua está crescente hoje

_mia:
eu amo ela deste jeito
claro, vamos
vai ser um piquenique, correto?

paytonm:
correto, madame

_mia:
então eu preciso levar o quê?

paytonm:
acho que só dois tipos de frutas
e uma bebida

_mia:
ótimo
você bebe?

paytonm:
sim, qualquer tipo
mas acho melhor você não levar nada alcoólico
eu estou dirigindo

_mia:
bom, o parque não é muito longe de nossas casas
podemos ir e voltar andando, e ajudar o mundo :)

paytonm:
meu Deus, tudo bem
me convenceu
mas confio no seu gosto para bebidas

_mia:
tudo bem, mas eu não costumo beber coisas fortes

paytonm:
tudo bem
ah, me passa seu número?

_mia:
tudo bem, só um minuto
xxxxx-xxxxxxxx

paytonm:
tô indo chamar :)

—————

Apenas a chamei, e vi a hora. Combinamos de nos encontrarmos às sete e meia, e como já eram sete da noite, não hesitei em ir para o banheiro e jogar uma água neste meu corpo definido e completamente fedido. Bom, passei o dia na rua, já era de se esperar.

Entrei no box, já nu, e liguei o chuveiro, deixando toda a água cair sobre o meu corpo quente. Passei o sabonete, e peguei o shampoo e condicionador, passando uma bela quantidade em meus cabelos, que por algum motivo estavam macios naquela semana, o que não é o caso normalmente. Após me enxaguar, enrolei a toalha em minha cintura e fui para frente do espelho da pia e peguei um desodorante, espirrando o spray aerosol nas axilas, movimentando meus braços para frente e para trás para espalhar.

Tampei o produto, e fui até meu armário, procurando uma roupa e percebendo que Selena não havia recolhido suas coisas da minha casa quando terminei com ela. Com certeza iria resolver, mas não agora.

Optei por uma blusa de mangas na cor branca, uma calça jeans preta e tênis na mesma cor. Quando me vesti, dobrei as curtas mangas da blusa duas vezes, dando um charme e procurei minha corrente para o pescoço. Coloquei meu relógio, e vi o horário. 19:15.

Até eu andar até lá, já havia dado o horário combinado, então desci até a cozinha e peguei uma velha cesta de piquenique na dispensa, colocando várias coisas lá dentro. Biscoitos, queijo, presunto, pão e maionese. Também levei uma toalha verde quadriculada e a dobrei, colocando-a na cesta. Verifiquei o estoque de comida de Jack, e vi que tinha o suficiente para uma noite inteira então parti até a porta, pegando minhas chaves do bolso.

Como um pulo, fui até o pequeno vaso de vidro no balcão da cozinha, pegando aquela rosa vermelha tão bela e bem cuidado que havia ganhado de Dock ontem no parque, e a coloquei dentro da cesta.

— Volto já, Jack! — Gritei sabendo que ele não iria me entender, e como a chapeuzinho vermelho, fui caminhando até o parque.

♥♥♥

A lua refletia de uma maneira linda na água, e uma visão ainda mais bela foi ver Mia virada para a lagoa cristalina, sentada em uma toalha - também quadriculada - e com suas pernas arrumadas delicadamente uma em cima da outra. Caminhei até ela com cuidado, e me sentei ao seu lado.

Chamei sua atenção, e ela deu um sorriso, se virando para mim.

Pensei que não viria.

Que isso, são sete e trinta e dois — Rimos, e ela me mostrou uma garrafa de vinho.

Veremos se você vai aprovar meu gosto.

Ela me ajudou a organizar as coisas, e eu só conseguia observar o quão bonita ela estava. Seu cabelo estava solto, porém com duas finas trancinhas na frente de seu rosto. Um vestido florido amarelo não tão longo nem não tão curto, e uma jaqueta jeans clara por cima, e seu sapato era um tênis incrivelmente branco. Sua maquiagem não era nada demais, apenas um pequeno delineado simples, e um gloss que realça ainda mais seus lábios carnudos. Suspirei olhando-a e voltei a organizar as coisas.

E aí, como foi a entrevista? — Sinalizou, roubando uma framboesa que ela mesma havia trago.

Sendo sincero, acho que fui muito bem. Me permito dizer que fui o melhor — Ela expressou surpresa — Espero que eu esteja certo.

É aonde?

Em uma escola não muito longe da minha casa. Seria para diretor infantil. Não ganharia tão bem, mas o bastante para me sustentar, e eu também gosto — Dei de ombros, pegando duas taças que ela havia trago.

Adimiro sua paciência, porque eu mesma sou péssima — Revirou os olhos, pegando um biscoito — Na verdade, faculdade de artes também exige paciência. É mais com pessoas.

Bom, admito que trabalhar com crianças não é nada fácil — Despejei vinho nas taças, entregando-a o vidro com líquido.

Eu sei. Tive que ser babá por uns meses de duas pastilhas. Crianças chatas — Tomou um gole da bebida, revirando os olhos mais uma vez — Mesmo eu já tendo falado várias vezes do meu problema de surdez, elas ficaram me azucrinado.

Noossa, e como você aguentou? — Os vinhos balançavam um pouco nas taças, por causa dos movimentos que nós fazíamos para nos comunicar.

Esta é uma pergunta que até hoje não consigo responder.

Rimos, e continuamos a aproveitar a companhia um do outro, em meio a histórias embaraçosas e o efeito do álcool em nosso organismo fazendo maravilhas. Não estava vergonhoso, apenas tínhamos mais liberdade para compartilhar sobre nossas vidas. Bem, e ela tinha um ótimo gosto para vinhos.

 Bem, e ela tinha um ótimo gosto para vinhos

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Mais um capítulo pra vcs!

Obrigada pelas 200 leituras <33

Até o próximo capítulo

𝙞 𝙘𝙖𝙣 𝙝𝙚𝙖𝙧 𝙮𝙤𝙪𝙧 𝙝𝙚𝙖𝙧𝙩 - 𝙋𝙖𝙮𝙩𝙤𝙣 𝙈𝙤𝙤𝙧𝙢𝙚𝙞𝙚𝙧 PausadaOnde histórias criam vida. Descubra agora